São Paulo, domingo, 29 de novembro de 2009

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Trabalho de psicologia é questionado

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois jogadores trocaram socos em pleno gramado e uma semana depois o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo foi novamente notícia por atos considerados descontrolados pelos rivais e por gente do próprio clube.
O Palmeiras deu, nas últimas semanas, seguidas demonstrações de estar à beira de um ataque.
Mas, para o técnico Muricy Ramalho, os nervos no clube estão em ordem.
"Acredito na psicologia do esporte, não na psicologia normal aplicada no esporte", disse o treinador. "Temos o trabalho da Regina Brandão, que é uma pessoa em quem confio. É um trabalho contínuo feito junto com a comissão. Tenho o perfil de todos os atletas do elenco."
O perfil a que ele se refere foi traçado no início do ano, antes mesmo da chegada do treinador ao Parque Antarctica, que ocorreu em julho, após a demissão de Vanderlei Luxemburgo.
"Tem jogador que eu sei que preciso mais abraçar, outro que tem de ser mais duro com ele. Por esse perfil você sabe como trabalhar com cada um", comentou Muricy.
Além de Regina Brandão, também trabalha para o clube -e mais diretamente com os jogadores- a psicóloga Maria Cristina Miguel. As duas não foram localizadas pela reportagem para comentar o assunto.
Não há encontros em grupo com os jogadores. O trabalho é feito à base de entrevistas individuais com os atletas, que também não ocorrem há muito tempo.
Segundo Muricy, trata-se de um processo contínuo e não algo para ser feito apenas em horas de crise.
Mas há, entre os próprios jogadores, quem não acredite nos métodos de trabalho aplicados no Palmeiras.
"Os testes não servem para nada", comentou um experiente atleta do clube. "Porque o jogador não responde aquilo que realmente sente. Ele responde o que acha que vai ficar melhor para ele, não se expõe de jeito nenhum."
Para Katia Rubio, psicóloga especializada na área esportiva, as recentes explosões do presidente e dos jogadores do Palmeiras se justificam pelos resultados.
Na derrota por 2 a 0 para o Grêmio, Maurício e Obina trocaram socos no gramado do Olímpico. Dias depois, tornou-se público um vídeo em que Belluzzo repete várias vezes para a torcida: "Vamos matar os bambis."
Segundo ela, a frustração de perder um título é quase tão grande quanto a de um rebaixamento. "O atleta vai do ápice para o ponto mais baixo de repente, e explode."
Curiosamente, a última vitória do Palmeiras também foi marcada por momentos de desequilíbrio emocional.
Quando o time ganhou do Goiás por 4 a 0, no dia 29 de outubro, no Parque Antarctica, o técnico Muricy Ramalho creditou a má fase de sua equipe à imprensa.0 (MF E RC)


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