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Trabalho de psicologia é questionado
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois jogadores trocaram
socos em pleno gramado e
uma semana depois o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo
foi novamente notícia por
atos considerados descontrolados pelos rivais e por
gente do próprio clube.
O Palmeiras deu, nas últimas semanas, seguidas demonstrações de estar à beira
de um ataque.
Mas, para o técnico Muricy
Ramalho, os nervos no clube
estão em ordem.
"Acredito na psicologia do
esporte, não na psicologia
normal aplicada no esporte",
disse o treinador. "Temos o
trabalho da Regina Brandão,
que é uma pessoa em quem
confio. É um trabalho contínuo feito junto com a comissão. Tenho o perfil de todos
os atletas do elenco."
O perfil a que ele se refere
foi traçado no início do ano,
antes mesmo da chegada do
treinador ao Parque Antarctica, que ocorreu em julho,
após a demissão de Vanderlei Luxemburgo.
"Tem jogador que eu sei
que preciso mais abraçar, outro que tem de ser mais duro
com ele. Por esse perfil você
sabe como trabalhar com cada um", comentou Muricy.
Além de Regina Brandão,
também trabalha para o clube -e mais diretamente com
os jogadores- a psicóloga
Maria Cristina Miguel. As
duas não foram localizadas
pela reportagem para comentar o assunto.
Não há encontros em grupo com os jogadores. O trabalho é feito à base de entrevistas individuais com os
atletas, que também não
ocorrem há muito tempo.
Segundo Muricy, trata-se
de um processo contínuo e
não algo para ser feito apenas
em horas de crise.
Mas há, entre os próprios
jogadores, quem não acredite nos métodos de trabalho
aplicados no Palmeiras.
"Os testes não servem para
nada", comentou um experiente atleta do clube. "Porque o jogador não responde
aquilo que realmente sente.
Ele responde o que acha que
vai ficar melhor para ele, não
se expõe de jeito nenhum."
Para Katia Rubio, psicóloga especializada na área esportiva, as recentes explosões do presidente e dos jogadores do Palmeiras se justificam pelos resultados.
Na derrota por 2 a 0 para o
Grêmio, Maurício e Obina
trocaram socos no gramado
do Olímpico. Dias depois,
tornou-se público um vídeo
em que Belluzzo repete várias vezes para a torcida: "Vamos matar os bambis."
Segundo ela, a frustração
de perder um título é quase
tão grande quanto a de um
rebaixamento. "O atleta vai
do ápice para o ponto mais
baixo de repente, e explode."
Curiosamente, a última vitória do Palmeiras também
foi marcada por momentos
de desequilíbrio emocional.
Quando o time ganhou do
Goiás por 4 a 0, no dia 29 de
outubro, no Parque Antarctica, o técnico Muricy Ramalho creditou a má fase de sua
equipe à imprensa.0
(MF E RC)
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