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JUCA KFOURI
O jogo da Vila
Pelo regulamento antigo, é
sabido, Corinthians e Santos
teriam sido eliminados pelo
saldo de gols nas quartas-de-final do Campeonato Brasileiro.
Pelo novo, ao menos, há, como houve, chance para reparar
a injustiça.
E o Santos joga na Vila Belmiro contra o Corinthians apenas a sua melhor possibilidade
de sair na frente nas semifinais.
O "apenas" se justifica porque neste campeonato mesmo,
na primeira fase, o Santos derrotou o Corinthians no Morumbi, que, como o Pacaembu,
tende à neutralidade quando
reúne duas equipes paulistas.
Certamente, não haverá canos que vazam providencialmente na hora do jogo, como
ocorreu para vergonha da administração do estádio na partida entre Corinthians e Grêmio, na quarta-feira, em prejuízo dos gaúchos ao resultar
numa inundação com óbvio
sentido de vingança pelo corte
da refrigeração no vestiário
paulista por ocasião do jogo no
Olímpico -enfim, práticas típicas de um futebol de Terceiro
Mundo no quesito organização.
Na primeira fase, o Santos
ganhou cinco pontos a menos
que o Corinthians, ambos marcaram os mesmos 46 gols, e o time de Leão sofreu um gol a menos, 29 a 30.
Nas quartas-de-final, o Corinthians pegou um adversário
incomparavelmente mais tradicional que o Sport, porém
com campanha inferior à do time pernambucano.
E o Santos marcou seis gols,
sofreu quatro, contra dois marcados e sofridos pelo Corinthians.
O saldo santista é de 19 tentos
(mesmo número da artilharia
de Viola), contra 16 do Corinthians, que, no entanto, permanece com cinco pontos de
vantagem, 16 vitórias contra
13.
É tudo muito equilibrado,
muito parecido, até nas reclamações dos dois técnicos, Leão
e Luxemburgo.
Leão, por exemplo, está feliz,
enfim, com a atuação de Cláudio Cerdeira na derradeira
partida contra o Sport, e Luxemburgo gostou de Márcio
Rezende de Freitas contra o
Grêmio.
Se a CBF, porém, ainda escalar qualquer um deles, ou ambos, o mundo virá abaixo, porque o primeiro é o desafeto particular número um do técnico
corintiano, e o segundo é o inimigo público da nação santista.
Tudo para dizer que neste jogo não tem favorito, embora o
Corinthians tenha mais chances de ser o finalista ao fim dos
três quase inevitáveis jogos.
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