São Paulo, terça, 29 de dezembro de 1998

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JUCA KFOURI

Adeus 1998

Da perspectiva brasileira, as duas maiores façanhas futebolísticas do ano que se encerra foram alcançadas pela seleção da França e, pasme, pelo... Juventude de Caxias do Sul, Rio Grande.
A França, porque se inscreveu no fechado clube dos campeões mundiais, que eram seis e agora são sete.
E, embora tenha sido um título inquestionável, sem arbitragens caseiras e com adversários do porte de Itália e Brasil pela frente, nada indica que um dia, fora da França, os tricolores obtenham seu bicampeonato.
Mas fazia 20 anos, desde quando a Argentina ganhou a Copa que organizou em 1978 de maneira muito menos limpa, que o clube dos campeões mundiais não recebia um novo sócio. Convulsões de Ronaldinho à parte, os 3 a 0 da partida final comandada por Zinedine Zidane já fazem parte da história do futebol.
O outro grande feito do ano foi mesmo o do Juventude.
Desde 1954, quando o Renner ganhou pela primeira, e última vez, o título gaúcho - para depois desaparecer-, Inter e Grêmio se revezavam no pódio dos pampas. Pois o Juventude quebrou não somente uma hegemonia de 44 anos como nada indica que vá desaparecer, ao contrário.
Mas o ano, é claro, foi sobretudo do Vasco, não só pelo centenário, mas, principalmente, pela conquista da Taça Libertadores da América.
São Januário, enfim, assume ares internacionais e, ainda por cima, se moderniza.
(Por favor, caros vascaínos, não há aqui a menor sombra de dúvida sobre o que é mais importante, se o título estadual do Juventude ou o da Libertadores. Apenas parece ser mais difícil para o time de Caxias derrubar a dupla Gre-Nal do que o Vasco fazer o que fez, apesar do River Plate e do Cruzeiro).
Já o Palmeiras ganhou a Copa do Brasil, o que por si só é importante. De quebra, acabou com a banca corintiana, que se orgulhava de ser o único dos paulistas a ter a taça.
Mais: ganhou derrotando o Cruzeiro na final, o que dispensa maiores comentários para justificar sua presença aqui neste balanço.
Finalmente, o Corinthians, novamente campeão brasileiro, também ao decidir com o brilhante Cruzeiro (sempre!).
Time que mais pontos ganhou durante toda a competição, o alvinegro teve de sofrer mais do que merecia para repetir a conquista de 1990.
E dessa vez a culpa foi das arbitragens.
E eu fui. De férias.



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