da Reportagem Local

A NBA anunciou ontem que já encaminhou aos jogadores sua última proposta de acordo salarial para tentar salvar o campeonato 98/99 de basquete.
Caso não receba um ok até o próximo dia 7, vai desistir de vez da temporada, que deveria ter começado no final de outubro e que já teve quase 400 jogos cancelados.
No domingo, representantes da liga norte-americana estiveram reunidos ao longo de cinco horas com o sindicato dos atletas.
A NBA declarou que recuou em alguns pontos de sua oferta original, mas que isso não foi, aparentemente, suficiente para sensibilizar a comissão de jogadores.
Em discussão, está como será repartido o faturamento da liga.
Em julho, os times decretaram locaute (greve patronal) para forçar o respeito ao contrato coletivo de trabalho -alegavam prejuízos em razão da sangria de salários.
Queriam que os atletas recebessem 51% do faturamento, como mandava o contrato em vigor.
Os jogadores, por sua vez, exigem a manutenção do patamar de 57%, alcançado em 97/98.
Em termos absolutos, essa pequena diferença percentual ganha proporções gigantes: cerca de US$ 120 milhões anuais.
Os times já concordaram com um percentual de 54%, mas com três condições: a) escalonamento, em seis anos, desse aumento percentual; b) confisco automático dos salários toda vez que a folha de pagamentos ultrapasse os 54%; c) fixação de um teto salarial individual, equivalente a 35% da folha de pagamentos.
"Infelizmente, isso não parece suficiente para o sindicato", lamentou David Stern, o principal dirigente da NBA, à saída da reunião de anteontem.
"Eu realmente acho que não vai haver um torneio", declarou, ainda mais pessimista, Jeffrey Mishkin, diretor jurídico da liga.
Até agora símbolo de administração eficiente do esporte -e grande responsável por transformar o basquete no segundo esporte mais popular do planeta-, a NBA pode se tornar a primeira liga a cancelar um campeonato na história do esporte profissional norte-americano.



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