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Em busca de fôlego na CBF, dirigente quer se envolver mais com seleção
Teixeira agora é manager
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL FC
O presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, 54, quer ser o "manager"
da seleção brasileira do técnico
Luiz Felipe Scolari.
Apesar de o ministro do Esporte
e Turismo, Carlos Melles, afirmar
que Teixeira renuncia no próximo sábado, o dirigente faz planos
para a Copa do Mundo.
"Na Coréia e no Japão vou ficar
"full time" com a seleção, me envolver diretamente, trabalhar da
mesma forma que trabalhei em
1994, nos Estados Unidos", diz.
No cargo há 13 anos, o dirigente
se recusa a comentar a possibilidade de renúncia: "Respeito o ministro, mas prefiro não falar nada
sobre isso. Sigo trabalhando".
Investigado no ano passado por
duas CPIs do Congresso, o presidente da CBF sabe que uma vitória brasileira na Copa será o seu
maior trunfo para combater os
adversários e permanecer no cargo até o final do mandato (2003).
Teixeira diz que em 1998 se afastou da seleção na França, quando
delegou poderes para assessores e
parentes. "Não foi a coisa certa."
Na atual seleção, o cargo de
"manager" continua aberto.
Agora, após seis meses literalmente ausente da CBF, período
no qual esteve mais preocupado
com as CPIs que devassaram seus
negócios e os da confederação,
ele, que ganhou fama de preferir a
Bolsa de Valores aos estádios, tenta se reaproximar da seleção.
O dirigente tem participado das
negociações em torno da preparação dos amistosos do time.
Anteontem, costurou os últimos detalhes da partida contra a
Iugoslávia, dia 27 de março, em
Fortaleza. Seu maior empenho,
porém, é pela volta do atacante
Ronaldo à seleção. "Ele é muito
importante para o time."
Em 2001, Scolari reclamou a
amigos que Teixeira o havia
"abandonado". Agora, os dois ensaiam uma parceria, após o dirigente ter mantido o treinador.
"Semana passada, não me lembro o dia exato, almocei com o
Scolari. Ele contava com a volta
do Ronaldo [atacante da Inter".
Estava entusiasmado."
Teixeira não acompanhará o
amistoso de amanhã, contra a Bolívia, em Goiânia, pois estará no
Paraguai. Em compensação, disse
que irá para a Arábia Saudita, onde o time nacional joga no dia 6.
A preparação da seleção brasileira não será o único motivo de
preocupação do dirigente, que se
recusa a comentar o que chama
de "passado" -leia-se CPIs.
À frente, além da Copa, também
estão a Justiça e o governo federal.
O relatório da CPI do Futebol
do Senado foi aprovado por unanimidade e sugeriu o indiciamento do presidente da CBF ao Ministério Público por suspeita de vários crimes, negados por Teixeira.
No próximo dia 7 de março,
Teixeira tem depoimento marcado na Polícia Federal, em inquérito instaurado a pedido do Ministério Público, que investiga empréstimos feitos pela entidade no
Delta Bank (EUA) em 1998.
A disputa não se dá apenas no
Judiciário. Até o dia 15 próximo, o
Ministério do Esporte promete
que o governo editará uma medida provisória que, se sair como
quer o Senado, abrirá caminho
para uma intervenção na CBF.
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