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Ponte x Palmeiras passa para hoje, evitando transmissão da Record; SBT mostra o Corinthians
De olho na TV, federação inventa chuva e adia jogo
DA REPORTAGEM LOCAL
O imbróglio sobre os direitos de
transmissão do Estadual, envolvendo Federação Paulista de Futebol e as redes de TV Globo e
SBT, teve ontem outro capítulo.
No final da tarde, a FPF deu
duas cartadas para defender os direitos de televisionamento do
SBT na competição deste ano.
Por um lado, decidiu adiar Ponte Preta x Palmeiras, que seria a
"partida da TV", às 21h. O jogo
deve acontecer hoje, no estádio
Moisés Lucarelli, às 20h30.
Por outro, os advogados da FPF
entraram com um pedido de reconsideração no Superior Tribunal de Justiça, que anteontem dera sentença favorável à Globo.
Ontem, o STJ voltou a ser presidido pelo ministro Nilson Naves.
Quem estava despachando em
seu lugar no período em que a
emissora carioca obteve vantagem no processo era o vice-presidente, ministro Edson Vidigal.
O adiamento, justificado em fax
pelas "fortes chuvas que assolam
Campinas", impediu a Record,
que firmou parceria com a Globo,
de exibir a partida. E deu tempo
ao SBT, por meio da própria FPF,
para tentar recuperar os direitos
no STJ, o que impediria a Record
de mostrar hoje o confronto.
O parecer judicial, por sinal, não
teve força ontem. Como fez a Globo no sábado passado, ao exibir o
jogo de abertura do Paulista (Santo André 2 x 2 Santos) sem autorização, o SBT transmitiu Corinthians 1 x 1 Lusa, no Pacaembu,
que só passaria na TV fechada.
A justificativa do adiamento do
jogo do Palmeiras se mostrou, na
realidade, um pretexto: o campo
de jogo estava bem drenado e não
apresentava poças -não houve
vistoria do local pelo árbitro.
O Cepagri (Centro de Ensino e
Pesquisa em Agricultura), da Unicamp, registrou, ontem, das 8h às
18h, uma chuva de 15,4 mm na cidade. A Defesa Civil Regional, em
Campinas, considera estado de
atenção (o menor de todos em
gravidade) quando o índice acumulado de chuvas chega a 80 mm.
Nos últimos três dias, o Cepagri
registrou 36 mm. Ou seja, a FPF
superdimensionou as chuvas. No
horário em que a federação informou os clubes sobre o adiamento
já não chovia mais na cidade.
Além disso, a Defesa Civil não
registrou, ontem, nenhum problema nos acessos que levam ao
estádio Moisés Lucarelli.
A diretoria do Palmeiras recebeu um fax da FPF em sua concentração campineira por volta
das 18h e disse que a decisão prejudicou a equipe. "Vamos procurar algum lugar para treinar. O time não pode ficar 48 horas parado", afirmou Sebastião Lapola,
diretor de futebol do clube.
O clube acabou realizando, às
pressas, um treino improvisado
no CT do ex-jogador Careca.
O vice-presidente da Ponte Preta, Marco Eberlim, confirmou que
nenhum membro da FPF apareceu no estádio. "Só temos de acatar a decisão. Mas uma coisa é certa: o gramado do Moisés é um dos
melhores dos últimos tempos."
Normalmente, os adiamentos
por chuva são determinados pelo
árbitro antes do início da partida,
em caso de total alagamento do
gramado ou dos vestiários. Paulo
César Oliveira, juiz designado para o jogo, não foi visto ontem no
estádio da equipe do interior.
Eberlim também lamentou o
prejuízo que o clube deve ter com
o adiamento. "Teremos um dia a
mais de concentração, além de armar a estrutura do jogo novamente. Acho que vamos levar uns
R$ 20 mil de prejuízo."
Colaborou a Folha Campinas
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