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São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 2003

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Ponte x Palmeiras passa para hoje, evitando transmissão da Record; SBT mostra o Corinthians

De olho na TV, federação inventa chuva e adia jogo

DA REPORTAGEM LOCAL

O imbróglio sobre os direitos de transmissão do Estadual, envolvendo Federação Paulista de Futebol e as redes de TV Globo e SBT, teve ontem outro capítulo.
No final da tarde, a FPF deu duas cartadas para defender os direitos de televisionamento do SBT na competição deste ano.
Por um lado, decidiu adiar Ponte Preta x Palmeiras, que seria a "partida da TV", às 21h. O jogo deve acontecer hoje, no estádio Moisés Lucarelli, às 20h30.
Por outro, os advogados da FPF entraram com um pedido de reconsideração no Superior Tribunal de Justiça, que anteontem dera sentença favorável à Globo.
Ontem, o STJ voltou a ser presidido pelo ministro Nilson Naves. Quem estava despachando em seu lugar no período em que a emissora carioca obteve vantagem no processo era o vice-presidente, ministro Edson Vidigal.
O adiamento, justificado em fax pelas "fortes chuvas que assolam Campinas", impediu a Record, que firmou parceria com a Globo, de exibir a partida. E deu tempo ao SBT, por meio da própria FPF, para tentar recuperar os direitos no STJ, o que impediria a Record de mostrar hoje o confronto.
O parecer judicial, por sinal, não teve força ontem. Como fez a Globo no sábado passado, ao exibir o jogo de abertura do Paulista (Santo André 2 x 2 Santos) sem autorização, o SBT transmitiu Corinthians 1 x 1 Lusa, no Pacaembu, que só passaria na TV fechada.
A justificativa do adiamento do jogo do Palmeiras se mostrou, na realidade, um pretexto: o campo de jogo estava bem drenado e não apresentava poças -não houve vistoria do local pelo árbitro.
O Cepagri (Centro de Ensino e Pesquisa em Agricultura), da Unicamp, registrou, ontem, das 8h às 18h, uma chuva de 15,4 mm na cidade. A Defesa Civil Regional, em Campinas, considera estado de atenção (o menor de todos em gravidade) quando o índice acumulado de chuvas chega a 80 mm.
Nos últimos três dias, o Cepagri registrou 36 mm. Ou seja, a FPF superdimensionou as chuvas. No horário em que a federação informou os clubes sobre o adiamento já não chovia mais na cidade.
Além disso, a Defesa Civil não registrou, ontem, nenhum problema nos acessos que levam ao estádio Moisés Lucarelli.
A diretoria do Palmeiras recebeu um fax da FPF em sua concentração campineira por volta das 18h e disse que a decisão prejudicou a equipe. "Vamos procurar algum lugar para treinar. O time não pode ficar 48 horas parado", afirmou Sebastião Lapola, diretor de futebol do clube.
O clube acabou realizando, às pressas, um treino improvisado no CT do ex-jogador Careca.
O vice-presidente da Ponte Preta, Marco Eberlim, confirmou que nenhum membro da FPF apareceu no estádio. "Só temos de acatar a decisão. Mas uma coisa é certa: o gramado do Moisés é um dos melhores dos últimos tempos."
Normalmente, os adiamentos por chuva são determinados pelo árbitro antes do início da partida, em caso de total alagamento do gramado ou dos vestiários. Paulo César Oliveira, juiz designado para o jogo, não foi visto ontem no estádio da equipe do interior.
Eberlim também lamentou o prejuízo que o clube deve ter com o adiamento. "Teremos um dia a mais de concentração, além de armar a estrutura do jogo novamente. Acho que vamos levar uns R$ 20 mil de prejuízo."


Colaborou a Folha Campinas


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