São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

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TÊNIS

Suíço, que ganhou as sete finais de Grand Slam que disputou, superou o cipriota Marcos Baghdatis, a zebra do torneio

Federer, 100%, vence na Austrália e já mira em Paris

DA REPORTAGEM LOCAL

Mal havia terminado de enxugar as lágrimas após conquistar o Aberto da Austrália ontem, o suíço Roger Federer já estava com a cabeça bem longe. Mais precisamente 16.805 km, ou a distância que separa Melbourne de Paris, cidade que abriga o único torneio de Grand Slam que ele ainda não abocanhou: Roland Garros.
Apesar de levar um susto ao perder o primeiro set, Federer, 24, não teve dificuldade para despachar o cipriota Marcos Baghdatis por 3 a 1 (5/7, 7/5, 6/0 e 6/2) e manter 100% de aproveitamento em Grand Slams: venceu todas as sete finais que disputou.
"Foi uma vitória diferente hoje [ontem]. Acho que é por isso que estou tão sentimental", declarou, aos prantos, o número um do mundo. "Estava muito nervoso antes do jogo. Na verdade estava inacreditavelmente nervoso."
A declaração soa até estranha vinda do tenista que venceu sete dos últimos 11 torneios de primeira linha que disputou. Mais: foi o terceiro troféu seguido de Grand Slam (ganhou Wimbledon e o Aberto dos EUA no ano passado).
Federer tornou-se o primeiro homem a conquistar essa marca desde Pete Sampras, há 12 anos, e o terceiro na história a vencer suas sete primeiras finais de Grand Slams -antes dele apenas Richard Sears e William Renshaw, na penúltima década do século 19.
"Me espanto toda vez que vou bem. Tenho sido bem consistente, ganhando tantos torneios importantes... É quase inacreditável", falou o suíço. "Vou tentar me manter assim. Permanecer saudável e continuar me divertindo, porque é isso que faço e acho que é isso que me faz jogar bem."
O tenista ainda entrou em um seleto grupo de vencedores com sete ou mais títulos de Grand Slams, um a mais que têm seus ídolos de infância, Boris Becker e Stefan Edberg. "Deixei meus ídolos para trás. Isso significa algo."
Sampras é o recordista, com 14.
Mas seu objetivo agora é ganhar o Aberto da França, no fim de maio. "Obviamente sei da importância de vencer o Aberto da França, sei o que faria pela minha carreira", disse Federer. "Agora que venci os outros Grand Slams pelo menos duas vezes, posso me focar em Roland Garros."
Coincidência ou um sinal do que está por vir, Federer recebeu a taça ontem das mãos do australiano Rod Laver, que dá nome ao complexo em que acontece o Aberto e último homem a ganhar os quatro Grand Slams no mesmo ano -o fez em 1962 e 1969.


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