São Paulo, domingo, 30 de março de 2008

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São Paulo abastece Rio com artilheiros

Revelações do futebol paulista hoje marcam gols no Maracanã e assumem o papel de ídolo nos quatro grandes cariocas

Washington e Wellington Paulista buscam artilharia, Dodô é estrela, e Leandro Amaral, pivô de disputa judicial entre Vasco e Flu

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles sobressaíram no Estadual mais disputado do Brasil, o Campeonato Paulista. Mas, depois de altos e baixos na carreira, reencontraram no Rio de Janeiro o caminho do gol.
Dodô, 33, ex-Botafogo e agora no Fluminense, e Leandro Amaral, 30, -pivô de luta jurídica entre Vasco e o clube das Laranjeiras- encabeçam a relação de artilheiros "paulistas" que agora fazem os torcedores cariocas festejarem seus gols.
Washington, 32, recém-chegado ao Fluminense, Wellington Paulista, 23, do Botafogo, e Diego Tardelli, 22, no Flamengo, amplificam o sotaque de São Paulo no futebol do Rio.
O exemplo melhor acabado da adaptação de ex-artilheiros do futebol paulista no Estado vizinho é Leandro Amaral. Revelado pela Portuguesa, passou pelos grandes de São Paulo sem se firmar. Explodiu ao chegar ao Vasco a ponto de ser disputado nos tribunais. Em 2007, anotou 14 gols em 31 jogos no Brasileiro. No Estadual, sua média foi quase a de um tento por partida (10 em 12 duelos).
Enquanto esteve em campo neste ano pelo Fluminense, seu desempenho foi razoável: quatro gols em sete confrontos.
Para Dodô, maior ídolo do Botafogo nos últimos anos, e que defendeu São Paulo, Santos e Palmeiras, o futebol carioca tem um brilho próprio. "Sempre me senti bem no Rio. Gosto da cidade, da forma como o torcedor encara a rivalidade e, principalmente, da festa que faz nos estádios", falou o jogador, que em 2007 anotou 32 gols atuando pelo Botafogo.
Contratado pelo Fluminense como a estrela da companhia em 2008, está temporariamente fora de combate por conta de uma fratura no osso da face. Deve voltar a jogar em maio.
Nascido em Brasília, mas projetado pela Ponte Preta, Washington disse que a responsabilidade e a visibilidade por estar no Rio é outra.
"Olha, não ganhamos nada e você vê que estamos sempre na mídia. Isso é muito bom para o jogador", disse o artilheiro.
Contratado como a referência do ataque, o atacante vem cumprindo bem o seu ofício. No Estadual, fez nove gols e é o vice-artilheiro. Na Libertadores, a média é melhor ainda: três gols em três jogos. "Eu era artilheiro do Estadual, mas o Wellington Paulista [do Botafogo] não parou mais de fazer gols e me passou", brincou.
Revelado pelo Juventus e com passagem pelo Santos, o jogador botafoguense (autor de 12 tentos no Estadual) chegou sem fama para preencher a lacuna deixada por Dodô.
"O futebol do Rio não é tão pegado como São Paulo e me adaptei bem. Posso dizer que estou no melhor momento da minha carreira", afirmou.
O artilheiro, que carrega no nome referência direta ao Estado onde nasceu, traça planos ambiciosos. "Meu objetivo é me projetar mais e pensar em seleção. No Rio, isso é possível", afirmou. Contabilizando Estadual e Copa do Brasil, ele já balançou a rede 15 vezes.
Atualmente na reserva do Flamengo, Diego Tardelli tem crédito com a maior torcida do Brasil. Foi dele o gol que deu ao Flamengo sua 18ª Taça Guanabara, contra o Botafogo.
"Tenho estrela, e brilhar no Maracanã é muito especial", falou o atacante, que deixou o São Paulo pela porta dos fundos.
Reserva de luxo de Joel Santana, vem mostrando seu valor. Nos sete jogos que fez pelo Estadual, marcou quatro vezes.


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