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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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TÊNIS

Quem é o rei?

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Carlos Moyá é o rei do saibro nesta temporada? Com o título de Barcelona, subiu ao segundo lugar da Corrida. Antes, havia conquistado Buenos Aires. Sem contar a semifinal em Montecarlo, quartas em Acapulco...
Não há hoje quem não aposte em Moyá no saibro. De volta à excelente forma, melhor até do que a que o levou para o topo do ranking em 1999, mostra forma física invejável para encarar a maratona de troca de bolas no piso sujo. Mostra uma cabeça perfeita para as estratégias que o saibro exige.
"Está muito difícil tirar a confiança de mim neste momento. Roma, Hamburgo e Roland Garros estão por vir", fala Moyá, transpirando segurança.
 
E Juan Carlos Ferrero? É ele o rei do saibro neste ano? Afinal, lembre-se, é o campeão do único Masters Series disputado no piso lento nesta temporada.
A grande diferença do Ferrero de 2003 em relação aos Ferreros de 2002, 2001 e 2000 é a cabeça. Hoje, o "Mosquito" sabe que jogar a raquete no chão, falar palavrão, fazer careta e se desesperar não são as melhores coisas a fazer para sair de uma situação difícil.
Em 2000 e 2001, poderia ter sido coroado rei do saibro, mas perdeu jogos equilibrados para Gustavo Kuerten em Roland Garros. No ano passado, sem o surfista do saibro pela frente, foi até a final, mas, de novo, não se safou.
Agora, Ferrero-2003 exibe maturidade e vive sua melhor fase no saibro. "Meu objetivo neste ano é claro: ganhar Roland Garros. Depois, o Aberto dos EUA."
 
Ou será Andre Agassi o rei do saibro? O careca celebrou ontem 33 anos voltando ao primeiro lugar no ranking. É o mais velho a atingir tal feito, superando ninguém menos que Jimmy Connors, então 30 anos e 10 meses.
Agassi só ganhou um título no saibro em 2003, torneio modesto até, em Houston, batendo só um jogador de ponta, Andy Roddick. Mas quem há de duvidar de Agassi, 18 vitórias nos últimos 20 jogos no saibro, 23 vitórias em 24 nesta temporada, quando ele diz que quer Roland Garros (depois Wimbledon e Aberto dos EUA)?
 
E o ex-rei do saibro Gustavo Kuerten? Duas semifinais, uma quartas, em torneios menores. Para um tenista do calibre de Kuerten é pouco, muito pouco. Mas os bons duelos que travou com Moyá e Ferrero deixam no ar a esperança de que em casa, Roland Garros, o surfista deslanche.
 
O saibro-2003 ainda pode marcar a volta do rei Marat Safin. "Sem treinar, bati Ferrero e Gaudio [especialistas no saibro]. Imagine quando estiver pronto", solta o russo, ar de arrogância já visto.
O saibro ainda pode confirmar a subida de Guillermo Coria, Agustín Calleri, Tommy Robredo.
A poeira sobe agora em Roma, a partir desta segunda, em Hamburgo e Roland Garros depois. Quando a poeira baixar, literalmente, aí a gente vê quem sobrou. Façam suas apostas.

Sucesso feminino
Em Campinas, a equipe de Maria Fernanda Alves, Bruna Colosio, Joana Cortez e Carla Tiene bateu Paraguai, El Salvador, Cuba e México e joga o playoff de acesso ao Grupo Mundial da Fed Cup, em julho.

Circuito juvenil
Quase 300 tenistas de 11 Estados jogam a abertura do Circuito Banco do Brasil. BH recebe o evento, nas categorias 12, 14 e 16 anos, nesta semana. Depois Guarulhos, Rio, Florianópolis e o Masters, em Brasília.

Jogo histórico
Boris Becker e Stefan Edberg voltam a protagonizar uma partida histórica. No dia 15 de junho, vão se enfrentar antes da final do Torneio de Queen's. É só um jogo-exibição, mas de altíssimo nível.

E-mail reandaku@uol.com.br


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