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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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FUTEBOL

A chance dos garotos

TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA

Se o Parreira pudesse convocar todos os jogadores que atuam no Brasil e no exterior, inclusive os contundidos e suspensos, quais seriam os seus titulares e reservas? Robinho, Diego, Kaká, Luisão e Adriano deveriam participar da seleção principal ou só da olímpica? O técnico deveria chamar os 22 pensando na eliminatória que vai começar em setembro ou na Copa de 2006?
A renovação começou com a convocação do Luisão e do Adriano, continua com Diego e Robinho, mas não pode ser radical.
Parreira não pode cometer o erro do Leão nas últimas eliminatórias, quando atendeu ao pedido da maioria dos torcedores e da imprensa e deixou Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo e outros de fora.
O grande mérito do Felipão foi insistir na recuperação técnica e física dos melhores jogadores.
A renovação tem de começar por alguns reservas, que nunca foram tão brilhantes e já atingiram o máximo. Há vários excelentes jovens com grandes chances de evoluir. Tenho muito mais esperanças em Robinho, Kaká, Diego, Luisão, Maurinho, Renato, os Alex do Cruzeiro e do Santos do que em Anderson Polga, Juan, Edmílson, Flávio Conceição, Belletti e Amoroso.
Na sua primeira partida no comando da seleção, contra a China, Parreira escalou o time com uma linha de quatro defensores, um volante mais recuado (Gilberto Silva), um armador de cada lado (Kléberson e Zé Roberto) e Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo próximos do Ronaldo. Os "três erres" jogaram desta forma na Copa.
Contra Portugal, o técnico mudou e escalou o time do jeito que gosta, com dois volantes (Gilberto Silva e Kléberson) e um meia de cada lado (Ronaldinho Gaúcho e Zé Roberto) formando uma linha de quatro no meio-campo. Na frente, Ronaldo e Rivaldo.
Essa é a maneira de jogar de quase todas as principais equipes e seleções do mundo.
Como Rivaldo não é um atacante que se movimenta na frente e sim recua para receber a bola, pode-se dizer também que o time jogou com dois volantes, três meias e apenas um atacante fixo.
Neste desenho tático, onde poderiam entrar o Robinho e o Diego? O esquema do Santos é parecido com o da seleção. O time da Vila joga também com dois volantes, três meias (Elano, Diego e Robinho) e um centroavante. Robinho entraria no lugar do Zé Roberto, e Diego, no do Rivaldo.
Pelas características, Robinho seria mais atacante do que o Zé Roberto, e Diego mais armador do que o Rivaldo. Ronaldinho Gaúcho é mais atacante do que o Elano. Ronaldo e Ricardo Oliveira atuam na mesma posição.
Se Parreira contasse com todos os jogadores, é quase certo que Robinho e Diego não seriam chamados. Porém, já que foram convocados, deveriam jogar desde o início da partida.
O torcedor brasileiro está ansioso para vê-los em campo.

Observações do Brasileiro
Kaká deveria entrar no lugar do Reinaldo, não de um jogador de meio-campo.
O time com dois volantes, um meia de cada lado e o Kaká e o Luis Fabiano na frente, como atua a seleção, vai dar menos goleadas contra equipes inferiores, no Morumbi, mas ficará mais equilibrado, eficiente e com mais chances de ganhar títulos.
Não dá para o Júlio Baptista jogar entre o meio-campo e o ataque, na função do Kaká. Ele é muito confuso. Deveria atuar de volante ou, no máximo, de meia-direita, fazendo dupla com o lateral no ataque e na defesa.
O Corinthians gostou tanto das jogadas aéreas e dos cruzamentos de bolas paradas que está se esquecendo de trocar passes, de driblar e de fazer gols de outras maneiras.
O Vasco conseguiu a proeza de ser dominado, pressionado por duas equipes que tinham um jogador a menos durante quase todo o jogo. O Bahia mudou o placar, e o São Caetano só não fez o mesmo porque novamente finalizou muito mal.
Não compreendo por que o Flamengo dispensou o Felipe Melo, um jovem com boas chances de evoluir, e ficou com vários volantes medianos. A liberação do Felipe Melo foi antes da contratação do Edílson, um grande reforço. Pressinto que o Felipe Melo vai se dar muito bem no Cruzeiro.
O Paysandu está demais. Deu um chocolate no São Paulo e outro no Boca Juniors, no estádio La Bombonera. O perigo é o salto alto. Acho que não vai acontecer. Não combina com o calor e a descontração de Belém.

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