|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
A chance dos garotos
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Se o Parreira pudesse convocar todos os jogadores que
atuam no Brasil e no exterior, inclusive os contundidos e suspensos, quais seriam os seus titulares
e reservas? Robinho, Diego, Kaká,
Luisão e Adriano deveriam participar da seleção principal ou só
da olímpica? O técnico deveria
chamar os 22 pensando na eliminatória que vai começar em setembro ou na Copa de 2006?
A renovação começou com a
convocação do Luisão e do Adriano, continua com Diego e Robinho, mas não pode ser radical.
Parreira não pode cometer o erro do Leão nas últimas eliminatórias, quando atendeu ao pedido
da maioria dos torcedores e da
imprensa e deixou Cafu, Roberto
Carlos, Rivaldo e outros de fora.
O grande mérito do Felipão foi
insistir na recuperação técnica e
física dos melhores jogadores.
A renovação tem de começar
por alguns reservas, que nunca foram tão brilhantes e já atingiram
o máximo. Há vários excelentes
jovens com grandes chances de
evoluir. Tenho muito mais esperanças em Robinho, Kaká, Diego,
Luisão, Maurinho, Renato, os
Alex do Cruzeiro e do Santos do
que em Anderson Polga, Juan,
Edmílson, Flávio Conceição, Belletti e Amoroso.
Na sua primeira partida no comando da seleção, contra a China, Parreira escalou o time com
uma linha de quatro defensores,
um volante mais recuado (Gilberto Silva), um armador de cada lado (Kléberson e Zé Roberto) e Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo próximos do Ronaldo. Os "três erres"
jogaram desta forma na Copa.
Contra Portugal, o técnico mudou e escalou o time do jeito que
gosta, com dois volantes (Gilberto
Silva e Kléberson) e um meia de
cada lado (Ronaldinho Gaúcho e
Zé Roberto) formando uma linha
de quatro no meio-campo. Na
frente, Ronaldo e Rivaldo.
Essa é a maneira de jogar de
quase todas as principais equipes
e seleções do mundo.
Como Rivaldo não é um atacante que se movimenta na frente
e sim recua para receber a bola,
pode-se dizer também que o time
jogou com dois volantes, três
meias e apenas um atacante fixo.
Neste desenho tático, onde poderiam entrar o Robinho e o Diego? O esquema do Santos é parecido com o da seleção. O time da
Vila joga também com dois volantes, três meias (Elano, Diego e
Robinho) e um centroavante. Robinho entraria no lugar do Zé Roberto, e Diego, no do Rivaldo.
Pelas características, Robinho
seria mais atacante do que o Zé
Roberto, e Diego mais armador
do que o Rivaldo. Ronaldinho
Gaúcho é mais atacante do que o
Elano. Ronaldo e Ricardo Oliveira atuam na mesma posição.
Se Parreira contasse com todos
os jogadores, é quase certo que
Robinho e Diego não seriam chamados. Porém, já que foram convocados, deveriam jogar desde o
início da partida.
O torcedor brasileiro está ansioso para vê-los em campo.
Observações do Brasileiro
Kaká deveria entrar no lugar do
Reinaldo, não de um jogador de
meio-campo.
O time com dois volantes, um
meia de cada lado e o Kaká e o
Luis Fabiano na frente, como
atua a seleção, vai dar menos goleadas contra equipes inferiores,
no Morumbi, mas ficará mais
equilibrado, eficiente e com mais
chances de ganhar títulos.
Não dá para o Júlio Baptista jogar entre o meio-campo e o ataque, na função do Kaká. Ele é
muito confuso. Deveria atuar de
volante ou, no máximo, de meia-direita, fazendo dupla com o lateral no ataque e na defesa.
O Corinthians gostou tanto das
jogadas aéreas e dos cruzamentos
de bolas paradas que está se esquecendo de trocar passes, de driblar e de fazer gols de outras maneiras.
O Vasco conseguiu a proeza de
ser dominado, pressionado por
duas equipes que tinham um jogador a menos durante quase todo o jogo. O Bahia mudou o placar, e o São Caetano só não fez o
mesmo porque novamente finalizou muito mal.
Não compreendo por que o Flamengo dispensou o Felipe Melo,
um jovem com boas chances de
evoluir, e ficou com vários volantes medianos. A liberação do Felipe Melo foi antes da contratação
do Edílson, um grande reforço.
Pressinto que o Felipe Melo vai se
dar muito bem no Cruzeiro.
O Paysandu está demais. Deu
um chocolate no São Paulo e outro no Boca Juniors, no estádio La
Bombonera. O perigo é o salto alto. Acho que não vai acontecer.
Não combina com o calor e a descontração de Belém.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
Texto Anterior: Tênis - Régis Andaku: Quem é o rei? Próximo Texto: Futebol: Palmeiras júnior desafia desclassificação Índice
|