São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 2002

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Após tentar 16 escalações diferentes, Scolari define o seu time ideal, prescinde de dois volantes e aposta em azarão

Prazer, Seleção

FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A ULSAN

Em quase um ano, foram 18 jogos, 16 equipes titulares diferentes e 57 convocados. Mas Luiz Felipe Scolari vai escalar o Brasil para a estréia na Copa com a mesma cara que escolheu para sua primeira partida com a seleção, em 1º de julho de 2001, contra o Uruguai.
Com fama de retranqueiro, o técnico abandonou os dois volantes e resolveu dar uma vaga de titular para o meia Juninho, mais ofensivo que os volantes Kleberson, Gilberto Silva e Vampeta, as outras opções no meio-campo.
Tido como azarão, o jogador de 29 anos ganhou a vaga na reta final da preparação para a Copa. Mas, apesar disso, Juninho não é um estranho na família Scolari.
Foi titular na estréia há 11 meses contra o Uruguai, ao lado de Emerson e Rivaldo no meio-campo. E esteve em 9 das 11 convocações do treinador, mesmo proveniente de um clube decadente nos últimos tempos, o Flamengo.
O meia de 1,67 m, que começou a carreira no São Paulo no início da década de 90 e está vinculado ao Atlético de Madrid (Espanha), atuou também no jogo mais importante da gestão Scolari: a vitória de 3 a 0 sobre a Venezuela, que selou a vaga do Brasil na Copa.
Depois, só esteve no time titular quando os jogadores que atuam no exterior não foram convocados. Perdeu espaço pela limitação de apenas um meia na equipe.
Mas, a cinco dias da estréia no Mundial, contra a Turquia, voltou a ganhar a vaga entre o "11 principal" no primeiro coletivo da seleção em Ulsan. Desbancou um volante, Kleberson, cuja timidez nos amistosos contra Catalunha e Malásia desapontou Scolari.
"Ele sempre é titular nas horas difíceis. Contra a Venezuela, foi assim. Tenho confiança absoluta nele. Quando tenho dificuldade, recorro a ele", disse o técnico.
Com Juninho, muda a disposição tática. Mesmo mantido o esquema de três zagueiros (3-5-2), o time, em tese, ganha ofensividade e perde no poder de marcação.
"Isso não é problema. Com três zagueiros e o Emerson, seguimos protegidos. O Juninho será o sexto homem mais importante da marcação. Precisamos de criatividade, de alguém que leve a bola ao ataque. Com o Juninho, algo melhor foi criado", justificou Scolari.



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