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PESQUISA
Equipe vence Itália na final
Estudo dá ao Brasil o pentacampeonato
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
O Brasil vai vencer a Itália na final desta Copa, depois de Argentina e Espanha brigarem pelo terceiro lugar, com vitória do time
sul-americano. A conclusão tem
pouco de palpite e muito de ciência, já que é resultado de estudo
comandando pela Universidade
da Irlanda do Norte, no Reino
Unido, cujo departamento de esportes tem renome na área.
A equipe de cientistas, comandada pelo professor Peter O'Donoghue, da Escola de Ciência Médica Aplicada e Estudos Esportivos, usou como base o ranking
mundial da Fifa e como variáveis
três fatores:
1) distância viajada para o jogo;
2) número de dias que cada time tem para se recuperar entre
jogos; e
3) mudança ou não de país para
o evento.
As simulações envolvendo todos os embates da Copa, que começa amanhã, foram rodadas
2.000 vezes num computador de
alta velocidade, e o Brasil foi
apontado campeão 24,9% das vezes, porcentagem maior do que a
atingida por qualquer outro país.
"Para calcular o efeito das viagens, dos dias entre os jogos e da
distância viajada reproduzimos
todas as situações da Copa América, das Copas Mundiais e do Europeu desde 1993, quando a Fifa
passou a produzir seus rankings
mundiais", disse à Folha O'Donoghue, em entrevista por e-mail.
Qual a acurácia da pesquisa?
"Vamos esperar para ver", afirmou. "Nosso objetivo é comparar
a previsão científica, baseada na
simulação do computador e com
bases reais, com a previsão dos
fãs, aquela cujo maior exemplo
são as casas de apostas inglesas."
O sistema não é à prova de falhas. A universidade fez o mesmo
retroativamente com as Copas de
1994 e 1998, e o resultado é que
tanto a Bulgária ficou de fora das
semifinais da primeira como a
Croácia não foi terceiro lugar na
segunda, o que de fato ocorreu.
O estudo baseia-se na Teoria da
Evidência Matemática, cujos parâmetros foram usados pela primeira vez com o objetivo de prever um resultado esportivo pelo
professor Werner Dubitzky no
Europeu de 1996. Agora, a equipe
foi formada por oito pessoas, todos acadêmicos ligados ao esporte, estatística ou computação.
O professor se define como um
"torcedor para a vida inteira" do
Coventry City, que foi rebaixado
em 2001 para a segunda liga do futebol inglês. "Não importa, um time é para sempre", desculpa-se
ele. Pessoalmente, concorda com
a pesquisa e acha que o Brasil vai
mesmo ganhar a Copa deste ano.
"Não importa o que aconteceu
nas eliminatórias, eles estão lá e o
placar sempre começa em 0 a 0",
disse. "O Brasil deve pegar a França nas quartas-de-final, a Argentina nas semifinais e a Itália na disputa do título, vencendo. Lembre-se que, se isso ocorrer, os italianos terão de mudar da Coréia
para o Japão para a final e só terão
um dia extra para se recuperar."
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