São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 2002

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Amanhã, sê negão, sê legal, sê Senegal

Há quem diga que derrotas fazem parte da vida e que devemos nos portar de modo cavalheiresco quando elas acontecem. Concordo com isso e tento parecer elegante nessas situações. Mas não é sempre que consigo.
Por exemplo, até hoje não engoli aquela derrota que sofremos na final da Copa de 98 diante da França. Sei que o certo seria dizer "Os franceses foram melhores e mereceram a vitória", mas só o que sai de minha boca quando penso naquele jogo é "Argh!".
Por isso, caros leitores, declaro em alto e bom som: "Amanhã torcerei para o Senegal. Ou melhor, contra a França!".
Danem-se a imparcialidade, a objetividade, a neutralidade. Estou sedento por uma desforra e torcerei feito um possesso pelos atletas africanos.
Amanhã gritarei por Diouf, Camara, Saar e Fadiga (que, espero, não mereça o nome).
Gosto muito de Asterix, adoro vinho, acho Catherine Deneuve a mulher mais bela do universo, Rabelais está entre meus autores favoritos e tenho grandes amigos franceses, mas amanhã minha bandeira será verde e amarela (e vermelha).
Avante leões, tigres, zebras, gnus ou que quer que sejam! Façam o que não fizemos (e o que, a bem da verdade, nenhuma seleção fez nos últimos quatro anos): humilhem os franceses! Resgatem a nossa honra, limpem o nosso nome, permitam que essa Copa comece com um gosto doce para nós. O doce gosto da vingança!

torero@uol.com.br



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