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JOSÉ ROBERTO TORERO
Amanhã, sê negão, sê legal, sê Senegal
Há quem diga que derrotas fazem parte da
vida e que devemos
nos portar de modo cavalheiresco quando elas acontecem.
Concordo com isso e tento parecer elegante nessas situações.
Mas não é sempre que consigo.
Por exemplo, até hoje não engoli aquela derrota que sofremos na final da Copa de 98
diante da França. Sei que o certo seria dizer "Os franceses foram melhores e mereceram a
vitória", mas só o que sai de minha boca quando penso naquele jogo é "Argh!".
Por isso, caros leitores, declaro
em alto e bom som: "Amanhã
torcerei para o Senegal. Ou melhor, contra a França!".
Danem-se a imparcialidade,
a objetividade, a neutralidade.
Estou sedento por uma desforra
e torcerei feito um possesso pelos atletas africanos.
Amanhã gritarei por Diouf,
Camara, Saar e Fadiga (que, espero, não mereça o nome).
Gosto muito de Asterix, adoro
vinho, acho Catherine Deneuve
a mulher mais bela do universo,
Rabelais está entre meus autores favoritos e tenho grandes
amigos franceses, mas amanhã
minha bandeira será verde e
amarela (e vermelha).
Avante leões, tigres, zebras,
gnus ou que quer que sejam! Façam o que não fizemos (e o que,
a bem da verdade, nenhuma seleção fez nos últimos quatro
anos): humilhem os franceses!
Resgatem a nossa honra, limpem o nosso nome, permitam
que essa Copa comece com um
gosto doce para nós. O doce gosto da vingança!
torero@uol.com.br
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