São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2005

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AUTOMOBILISMO

Quebra da McLaren de Raikkonen na última volta na Alemanha dá triunfo a Alonso e 59º pódio ao ferrarista

Barrichello herda 3º e alfineta alemão

Wolfgang Rattay/Reuters
Enquanto o vencedor, Fernando Alonso, faz festa, Rubens Barrichello bebe champanhe na comemoração do terceiro lugar, que alcançou só na última volta ontem


FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A NURBURGRING

Pódio não é exatamente uma novidade para Rubens Barrichel-lo. O de ontem foi o 59º da carreira e o tornou o sexto piloto da história com mais troféus na estante. Mas o terceiro lugar do GP da Europa, em Nurburgring, não foi um qualquer. Não foi mesmo.
Porque foi conquistado na última volta. Porque veio em um momento crucial para seu futuro. Porque lhe deu a oportunidade de alfinetar Michael Schumacher.
"O máximo é o fato de poder mostrar mais uma vez que os problemas do passado não têm que interferir com o presente. Há momentos na vida em que você tem que usar o seu caráter e a sua ética", disse o brasileiro, ainda molhado de champanhe, referindo-se à crise com o companheiro de equipe, só o quinto colocado.
A vitória na sétima etapa da temporada de F-1 foi de Fernando Alonso, da Renault, seguido por Nick Heidfeld, da Williams.
Foi o quarto triunfo do espanhol na temporada, o quinto na categoria. O alemão igualou sua melhor colocação, obtida havia só uma semana, em Mônaco.
Já Barrichello foi terceiro pela 25ª vez na história e igualou o número de pódios de Nigel Mansell, campeão em 1992. Apenas Schumacher (138), Alain Prost (106), Ayrton Senna (80), Nelson Piquet e David Coulthard (ambos 60) comemoraram mais do que eles.
"O GP foi bom. Obviamente perdi tempo naquela primeira curva, mas o resto foi como eu imaginei", afirmou o ferrarista.
A menção à primeira curva do circuito alemão foi a tônica nos discursos dos pilotos. O lugar, um cotovelo, foi cenário dos dois momentos-chave do GP. Um, na primeira volta. Outro, na última.
Saindo da pole position, Heidfeld não teve como segurar Kimi Raikkonen na largada. O finlandês assumiu a liderança da corrida e, como já fizera em Barcelona e em Mônaco, disparou na frente.
Seu companheiro de McLaren, porém, teve problemas na primeira curva: Juan Pablo Montoya acertou o Williams de Mark Webber e os dois rodaram, atrasando todo o segundo pelotão.
Sexto no grid, Alonso ganhou um posto na confusão. Na oitava volta, passou a quarto, com uma punição imposta a Jarno Trulli -seus mecânicos ficaram no grid além do permitido. Na primeira rodada de pits, o espanhol avançou outra posição: terceiro. Enfim, superou Heidfeld no último reabastecimento, a oito voltas do fim, e levou o segundo lugar.
O líder do Mundial soube então, via rádio, que Raikkonen estava tendo problemas com o pneu dianteiro direito. E apertou o ritmo, na esperança de superar o rival. Pressionado, o finlandês também teve que acelerar, forçando a suspensão do pneu afetado. Na primeira curva da última volta, a estrutura não agüentou: explodiu, jogando-o para a brita e dando a vitória para o espanhol.
Assim, Barrichello, que abriu a última volta em quarto, fechou-a em terceiro. Mais importante, talvez, ganhou elogios da Ferrari no momento que se especula sobre sua saída. "Rubens foi grande", disse Ross Brawn, diretor técnico.

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