Retrospecto ruim de Luxemburgo e defesa de rival são os obstáculos na abertura das semifinais da Taça Libertadores

Técnico só ganhou dois mata-matas contra time sulista, o único que passou da fase inicial e ainda não sofreu gols em seu estádio

JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O nome Grêmio, associado ao termo mata-mata, não costuma trazer boas lembranças ao técnico Vanderlei Luxemburgo. E, se o retrospecto do treinador santista contra os gaúchos já não é dos melhores, ainda fica traumático por causa do palco do duelo de hoje, às 21h45, no primeiro jogo das semifinais da Libertadores.
Na estádio Olímpico, a equipe paulista tentará algo inédito até o momento na competição: vazar a meta sulista, intransponível em seu domínio no interclubes continental -fato inédito entre os 16 times que passaram da fase de grupos.
Em cinco partidas disputadas no Olímpico, o Grêmio conquistou quatro vitórias e um empate. E em nenhuma delas o goleiro Saja buscou a bola no fundo de suas redes.
"É um desafio a perseguir no jogo de amanhã [hoje], óbvio. É claro que o Santos vai procurar acabar com isso, porque está invicto e não quer perder o jogo", disse o atacante Tuta.
Como na Libertadores o gol fora de casa vale o dobro nos critérios de desempate, a fortaleza gremista é um fator vital para a definição das séries.
"Dificilmente o Santos ficará sem fazer um gol em nós aqui", comentou o técnico Mano Menezes, lembrando que os santistas têm o melhor ataque da competição, com 25 gols em 12 jogos. "Por outro lado, nós ainda não levamos gols no Olímpico. Esse será um ponto interessante do jogo", completou.
À frente da defesa gremista estão dois zagueiros com muita rodagem em times modestos. William, 30, já passou, entre outros times, por Ipatinga, Francana e Cabofriense. Teco, 25, rodou por Inter de Limeira, Mirassol-SP, Estrela do Norte-ES e São Bento.
O lateral santista Alessandro, que passou pelo Grêmio em 2006, diz que o adversário gaúcho sabe aproveitar o fato de atuar em casa, principalmente em torneios em que as decisões são em jogos de ida e volta. "Temos que ter cautela, mas não podemos jogar muito atrás, porque o Grêmio sabe aproveitar as chances de acuar o adversário. E isso pode ser muito ruim para nós", declarou.
Não bastasse o fato de o sistema defensivo sulista estar "invicto" em seu estádio, os santistas ainda ficam para trás quando os temas são os confrontos entre Grêmio e Luxemburgo.
Em seis embates entre o atual técnico santista e o tricolor gaúcho, os gremistas levaram a melhor em quatro oportunidades -a última delas em 2001, na final da Copa do Brasil, quando o hoje santista comandava o Corinthians. Mano Menezes prefere olhar para um passado bem mais recente.
"Eu tive dois enfrentamentos como treinador com o Luxemburgo, ganhando de 1 a 0 aqui [Porto Alegre], pelo Campeonato Brasileiro, e perdendo de 1 a 0 na Vila Belmiro. Então, são dois jogos extremamente parelhos, e a equipe sabe se portar nesse tipo de enfrentamento", disse Mano Menezes.