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TOSTÃO
Futebol feio e bonito
Mário Sérgio tem experiência de ter sido jogador, técnico, comentarista e diretor; pena
gostar mais do futebol feio
JÁ LI E ESCUTEI milhares de bons
argumentos para justificar a
preferência em jogar a primeira de duas partidas em casa ou fora.
Continuo sem saber o que é melhor.
Diferentemente do chavão de que
é uma partida de 180 minutos, costumam ser dois jogos bem diferentes. O comportamento técnico e tático e as condições psicológicas dos
dois times no segundo jogo dependem muito do primeiro resultado.
Na Libertadores, o Grêmio tem
hoje em casa uma pequena vantagem. Na Vila Belmiro, será o contrário. São dois times que utilizam muito bem o fator campo.
Pela Copa do Brasil, o Figueirense
vai novamente defender, fazer faltas
e contra-atacar. Porém o mesmo
placar da derrota para o Botafogo (3
a 1), que eliminou o time carioca, será muito ruim para a equipe catarinense, que passará a ter a obrigação
de ganhar em casa por 2 a 0. É uma
situação bem diferente do jogo em
que o Figueirense ganhou do Botafogo pelo mesmo resultado de 2 a 0.
Ao contrário do técnico, o jogador
Mário Sérgio era um estilista, que jogava bonito e que não gostava de
marcar nem de fazer faltas.
Como comentarista, para quem
gosta de análises técnicas e táticas,
sem devaneios e outros conhecimentos, Mário Sérgio foi o melhor
dos últimos tempos. Mas esse tipo
de análise costuma ser muito chata.
Além de jogador, técnico e comentarista, Mário Sérgio foi diretor, empregado de uma empresa parceira
do Corinthians (Hicks Muse), antes
da MSI. Talvez ele tenha sido o único profissional brasileiro que exerceu quatro diferentes funções no futebol. Isso dá a ele experiência prática e conhecimentos teóricos sobre o
assunto. Pena que ele goste muito
mais do futebol feio e utilitário.
Jogo de azar
Recebi do amigo Ciro, que foi
meu professor de clínica médica e
agora cuida deste relapso paciente,
um artigo publicado numa revista
especializada de oftalmologia ("Experts Eye View") e escrita pelo médico Francisco Belda Maruenda,
com o seguinte título: "Pode o olho
humano detectar um impedimento
durante um jogo de futebol?".
Após detalhar o método utilizado
e dar explicações técnicas, o artigo
conclui que, em lances difíceis, é
impossível para o(a) auxiliar do árbitro, numa fração de segundos, no
momento do passe, enxergar e observar os movimentos, no mínimo,
de dois jogadores de um time, dois
do outro, além da bola. No final, ele
sugere que a tecnologia poderia
ajudar nesses casos.
Assim, como todos já sabiam, até
a Fifa, um ótimo bandeirinha, muito concentrado, tem 50% de chances de errar a marcação de impedimentos duvidosos. Fiquei ainda
mais convicto de que o futebol é
mais um jogo de azar, ou de sorte.
Proibição
Como médico e atleta, que sofreu
com a falta de oxigênio em uma
partida de futebol na Bolívia, sou a
favor de proibir jogos em alguns lugares, mesmo sabendo que a decisão foi também política e que o nível definido de 2.500 metros deva
ter sido para deixar o México de fora dessa proibição. Essa medida deveria também ser mais discutida
pelos interessados e decidida com
mais transparência.
tostao.folha@uol.com.br
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