São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FINAL/ HOJE

Time de Scolari, 16 gols, atinge recorde nacional em Copas se vazar Alemanha 3 vezes

Brasil confia no poder de seu ataque para ganhar o penta

FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A YOKOHAMA

Quem diria que um dia um time comandado por Luiz Felipe Scolari fosse entrar para a história por causa do poder de seu ataque.
Com fama de retranqueiro, o técnico da seleção brasileira foi obrigado a se curvar à força do ataque e abandonar a obsessão tática de suas equipes: a retranca. O resultado da mudança é comprovado pela eficiência do ataque.
Nas seis partidas da Copa disputadas até agora, a seleção já fez 16 gols e está a três de se igualar ao recorde firmado pela histórica seleção de 70. Comandado por Pelé dentro de campo, o time marcou 19 gols no Mundial do México.
""O nosso entrosamento está perfeito. Na decisão não será diferente. O ataque vai funcionar", disse o meia-atacante Rivaldo, dando o tom do discurso ofensivista da seleção de Scolari na partida contra a Alemanha, hoje, às 8h, em Yokohama, no Japão.
O trio de ""erres", a principal aposta do técnico para a final da Copa do Mundo, foi decisivo em todas as partidas da competição.
Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho marcaram 13 gols no Mundial.
A boa fase do ataque vai obrigar os três atletas a travarem um ""duelo" particular em Yokohama. Ao mesmo tempo em que estarão decidindo o pentacampeonato para a seleção, eles disputarão o título de melhor jogador do Mundial oferecido pela Fifa.
Na quinta-feira, a entidade que controla o futebol no planeta anunciou a lista dos atletas que estão concorrendo ao prêmio. Do Brasil, os três ""erres e Roberto Carlos foram indicados.
""O que quero muito é o título de campeão. Se der para ser artilheiro, vai ser ótimo, mas não será o principal", disse Rivaldo, que já fala que o Mundial-2002 poderá ser o último da sua carreira.
O meia-atacante do Barcelona faz a sua melhor Copa. Ele é o vice-artilheiro da seleção, com cinco gols, e já foi eleito três vezes pela Fifa como o melhor jogador da partida no Mundial.
""Temos que tirar proveito dos nossos trunfos. Por isso, vamos partir para dentro", disse o atacante Ronaldo, que é o artilheiro da Copa, com seis gols.
O Mundial deste ano também serviu para marcar a volta por cima de Ronaldo após uma série de contusões desde outubro de 2000.
O meia-atacante Ronaldinho foi a principal surpresa da seleção na Copa. Ele foi decisivo na vitória contra a Inglaterra, por 2 a 1, em Shizuoka, pelas quartas-de-final. O atleta deu o passe para o gol de empate do Brasil e fez o da virada. Logo depois, ele foi expulso por ter cometido uma falta violenta.
Apesar de ter ficado de fora de dois jogos, Ronaldinho fez dois gols na Copa. ""Jogar no ataque está sendo fácil. Tenho grandes companheiros, e as jogadas estão saindo naturalmente", disse o atleta, que poderá deixar o Paris Saint-Germain após o Mundial.
Ele está sendo cotado para jogar com Ronaldo na Inter de Milão, que pretende trocá-lo pelo uruguaio Recoba. Além disso, o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, afirmou ter interesse em contratar o atleta, cuja multa de rescisão contratual no PSG é de US$ 38 milhões.
Para Scolari, a força do ataque vai desequilibrar contra a Alemanha. Nos últimos dias, o treinador se reuniu com os três ""erres" para orientá-los sobre a decisão.
""Uma final é vencida por detalhes. Se equilibrarmos na força, podemos vencer o título com uma jogada individual dos nossos atletas, como ocorreu nos últimos jogos", disse Scolari, que abriu mão do estilo defensivista adotado nas eliminatórias, quando a seleção não teve o trio de ""erres".


NA TV - Globo e Sportv, ao vivo, às 8h



Texto Anterior: Tostão: Grande dia de Ronaldo
Próximo Texto: Frases
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.