São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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TOSTÃO

Grande dia de Ronaldo

Hoje é o grande dia da carreira de Ronaldo. Ele esperou por este momento durante quatro anos. Ninguém mais do que ele merece o título. Será a confirmação de suas excepcionais qualidades técnicas.
É também a vitória da obstinação e da garra, na luta pela recuperação física, técnica e psicológica.
Em 1998, Ronaldo fez uma brilhante Copa do Mundo até o jogo final. Esse, foi um mistério que ninguém, nem ele entendeu. Ronaldo não está com a mesma mobilidade de antes, mas não perdeu a habilidade e a criatividade.
Neste Mundial, fez algumas jogadas isoladas mais decisivas e brilhantes do que em 98. Espero que a final deste ano seja totalmente diferente.
Esta é a partida da vida de Ronaldo. O jogador está sedento para provar, definitivamente, que é um fenômeno, o melhor atacante do mundo. Um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro e mundial.
Nesta noite, sonhei que Ronaldo fazia um gol de placa. No seu estilo. Driblando em velocidade os zagueiros e o goleiro. O sonho está próximo da realidade.
Ou já se materializou, caso o leitor esteja lendo essa crônica após a partida.

Brasil é favorito
O Brasil é o grande favorito. Muitos dirão que em 98 também era e perdeu. Agora, tem tudo para ser diferente.
A Alemanha não tem a qualidade da França, nem atua em casa.
Antes da Copa, a Alemanha estava totalmente desacreditada. A equipe cresceu durante a competição, tem um bom conjunto, tradição, mas a qualidade individual é modesta. Na Copa, o time não enfrentou nenhum grande adversário. O Brasil venceu a Inglaterra.
A Alemanha alterna os esquemas táticos 3-5-2 e 4-4-2. O armador ofensivo Ballack fará falta. Ele é o principal jogador, depois do goleiro Oliver Kahn. Ballack atua na ligação entre o meio-campo e o ataque. O técnico alemão deverá reforçar a marcação, com a entrada do meia Jeremies.
A principal e quase única boa jogada do time da Alemanha são os cruzamentos pelo alto, de bola parada e da lateral. Roberto Carlos e Cafu deveriam jogar mais adiantados, marcar de perto os laterais, para evitar os cruzamentos.
Pela primeira vez, Felipão não tem dúvidas na escalação da equipe.
Isso é um sinal de que o time brasileiro se acertou e corrigiu os defeitos.
Estou bastante confiante. Os dois Ronaldos e Rivaldo estão iluminados. Espero não somente o título, mas também uma excelente exibição do Brasil.

tostão.folha@uol.com.br



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