São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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Ida a Brasília continua sem definição

DOS ENVIADOS A YOKOHAMA

A bola continua dividida no jogo pesado do poder.
Enquanto o governo fazia correr ontem de manhã, em Brasília, a informação de que a seleção aterrissaria na capital federal se vencesse o Mundial, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, dizia na noite do Japão que só tomaria a decisão sobre a roteiro da volta do time após a partida final.
"Só vou definir isso depois do jogo. O que há, de fato, é que vamos deixar o Japão no dia 1º [segunda-feira"", afirmou.
Dirigentes e assessores ligados a Teixeira afirmaram que o time, caso seja campeão, desembarcará em Brasília, após passar por Fortaleza, onde a equipe fez seu último jogo no Brasil antes da Copa.
Teixeira, que está hospedado em Tóquio, esteve em Yokohama e jantou ontem com a seleção.
A visita durou pouco mais de duas horas. De camisa pólo e calça jeans, Teixeira trazia pendurado no pescoço um colar de miçangas vermelhas e brancas, igual aos utilizados pelos adeptos de religiões afro-brasileiras. O dirigente estava acompanhado de seu filho Roberto Teixeira Havelange.
Apesar da indefinição do presidente da CBF, o Ministério do Esporte, segundo apurou a Folha, dá como certo o desembarque a seleção em Brasília em caso de conquista do título.
A CBF tem ameaçado não passar por Brasília se vencer o Mundial. Os motivos oficiais são variados e vão desde o cansaço dos jogadores até o medo do uso eleitoral da vitória pelo governo.
Teixeira e a entidade, no entanto, estão ressentidos com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 2000 e em 2001, duas CPIs do Congresso, com o apoio do governo, devassaram o dirigente.
No auge das CPIs, o governo federal pediu a renúncia de Teixeira sob o argumento de que, com o dirigente, a seleção não teria condições de vencer o Mundial.
Até ontem à noite no Japão (manhã no Brasil), a programação inicial da CBF para o vôo que levará o time mantinha como locais de desembarque Rio de Janeiro e São Paulo.
A visita da seleção a Fortaleza foi acertada diretamente pela CBF com o ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), amigo de Ricardo Teixeira há pelo menos três décadas. O vôo da seleção parte de Narita (Tóquio) às 20h da segunda-feira. (FV, FM, JAB, PC E SR)


Colaborou a Sucursal de Brasília


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