São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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PINGUE-PONGUE

Pressão sobre os brasileiros é grande, diz auxiliar alemão

DOS ENVIADOS A YOKOHAMA

Auxiliar de Rudi Völler na seleção, Michael Skibbe, 36, acha que o fator emocional pode fazer a grande diferença na final de hoje. E pode pesar contra os brasileiros.
Indicado pelo ex-jogador Karl-Heinz Rummenigge para trabalhar com Völler, Skibbe acha que o time de Scolari parece mais forte e unido do que o de Zagallo, em 1998. Leia a entrevista dele à Folha, concedida no hotel Sheraton, onde o time está concentrado em Yokohama. (JCA E RD)

Folha - Rudi Völler deu a entender que acha o Brasil favorito. Você concorda com ele?
Michael Skibbe -
Sem dúvida o Brasil tem um time excelente, muito talentoso e entra em qualquer torneio como um dos favoritos. Antes mesmo da Copa, quando todos só falavam em França e Argentina, eu dizia que não deveriam se esquecer do Brasil. Cá entre nós, também achava um erro esquecerem da Alemanha, mas não queria ficar falando em causa própria, por isso só citava o Brasil. O futebol, por mais surpresas que proporcione, tem uma certa lógica. Não é à toa que brasileiros e alemães chegam a quase todas as finais [desde 1950, apenas uma vez não houve um dos dois times na decisão".

Folha - Mas agora que as duas grandes forças do futebol chegaram à final dá para falar em favoritismo?
Skibbe -
É difícil, sobretudo por ser uma final. Tudo pode ocorrer, que o diga o Brasil em 1998. Ninguém imaginava que vocês fossem perder daquele jeito [3 a 0" para a França.

Folha - E quem pode fazer a diferença? Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo, de um lado, ou Kahn [Oliver, o goleiro", de outro?
Skibbe -
Às vezes até nenhum deles. Acho que aí depende de quem consegue se controlar.

Folha - Aí a vantagem não é da Alemanha? Os alemães, afinal de contas, têm sido chamados de robôs pelos ingleses...
Skibbe -
É verdade, só que eles quiseram dar uma conotação negativa que não existe. Numa final, por exemplo, é importante manter a serenidade, você tem uma idéia de como vai jogar. Para o Brasil, a história é outra, é muito mais difícil. A pressão é muito grande, e o time, pura emoção. Parece que está muito mais unido do que em 1998, mas união é uma coisa, e nervos no lugar são outra.


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