São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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SONINHA

Sem endeusar ou crucificar

Vence uma corrida o atleta mais rápido; o melhor saltador é o que saltar mais alto; vence no tiro quem acertar mais vezes o alvo. O vencedor no futebol é o time que marcar mais gols, mas essa medida não é tão exata quanto as outras... Quando a Espanha enfrentou a Coréia do Sul, por exemplo, tinha dez gols contra cinco dos anfitriões. O jogo foi 0 a 0 e seguiu adiante o time com menos gols (É verdade que o jogo não foi 0 a 0, mas vamos considerar o placar oficial).
A decisão nos pênaltis é apenas um dos instrumentos da "injustiça" no futebol. Ela não tem nada a ver com o desempenho no jogo, mas, pelo menos, envolve precisão e calma e os dois lados têm as mesmas chances. Já a morte súbita leva o poder dos acasos às alturas. A final da Copa deveria ter prorrogação com tempo completo, para diminuir o "risco-injustiça"!
Em função dos tais acasos, que se lixam para a lógica, o Brasil pode fazer hoje a sua melhor partida... e perder o título. O melhor jogador em campo pode cometer um erro decisivo (que seja o Khan!). Ou a seleção brasileira pode jogar "pro gasto" e golear (que seja...).
Com um resultado negativo, muitas vezes jogadores e técnicos são crucificados sem nenhuma justiça. Com um resultado positivo nesta Copa, Felipão deve ser endeusado, o que também será injusto. Ele merece cumprimentos pelos acertos tanto quanto críticas pelos erros -seja qual for o último capítulo da história.

soninha.folha@uol.com.br



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