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São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2003

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FUTEBOL

Goleiro ajuda time a quebrar um jejum de três jogos sem vitória; Romário tem atuação apagada e sai no intervalo

Doni pega pênalti, e Corinthians bate Flu

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

De uma só vez, o Corinthians quebrou o jejum de três jogos sem vencer neste Brasileiro, ganhou o seu primeiro clássico no campeonato e triunfou diante de um carrasco, o atacante Romário.
A vitória de ontem sobre o Fluminense, por 1 a 0, também acabou com um tabu. Desde 1992, quando ganhara pelo mesmo placar, o time do Parque São Jorge não batia o rival no Pacaembu.
O resultado foi assegurado por importantes defesas de Doni, que saiu como o herói do jogo e chegou a defender a cobrança de um pênalti do rival. Graças ao goleiro, Geninho pôde respirar aliviado. Um tropeço poderia provocar a demissão do treinador.
O triunfo veio justamente na volta de Gil, Fábio Luciano e Kléber, que se machucou. Todos estavam com a seleção brasileira na Copa das Confederações, na França. Os três não atuaram nas derrotas para São Paulo e São Caetano e no empate com a Ponte Preta, durante a série sem vitória. O último triunfo corintiano havia sido por 4 a 0 sobre o Vitória.
"Um time como o nosso não poderia ficar quatro jogos sem vencer", disse Fábio Luciano.
Além de tranquilizar os corintianos, o resultado quebrou a rotina da equipe de ganhar de times pequenos e perder dos grandes. Foi a primeira vitória sobre um clube que já conseguiu ser campeão brasileiro. O Fluminense conquistou o título em 1984.
Ontem, Romário não justificou a fama de algoz corintiano. Autor de 16 gols em 17 jogos contra o rival, ele se machucou e foi substituído, como ocorrera no seu último confronto diante do Corinthians, no Brasileiro-02. Antes de sair, o atacante, que esteve apagado, amargou até um drible de Doni, ao tentar lhe roubar a bola.
Melhor para o time corintiano, que viu seu carrasco passar toda a primeira etapa sem fazer sequer uma finalização.
No intervalo, Romário afirmou ter torcido o joelho. O Fluminense voltou para o gramado com Sorato em seu lugar.
O Corinthians, por sua vez, sofreu com a contusão de Kléber. O lateral só jogou 12 minutos. Em seu lugar entrou o ex-júnior Vinícius, que quer ser chamado de Fininho, apelido dado por colegas.
Apesar do fraco rendimento de Romário, o Fluminense começou o segundo tempo sentindo mais a saída do atacante do que o Corinthians a ausência de Kléber.
A equipe comandada por Renato Gaúcho, que começou o jogo só com Romário no ataque, voltou ainda mais recuada para a etapa final. Resistiu apenas nove minutos sem sofrer o gol.
A jogada começou com Gil. O atacante resolveu deixar o lado esquerdo, onde costuma fazer as principais jogadas da equipe, e avançou pela direita. Ele cruzou para o atacante Liedson, que fez um belo gol, ao chutar a bola antes que ela caísse no gramado.
Após o gol, os corintianos criaram chances com mais facilidade, porém desperdiçaram todas.
O Fluminense teve a oportunidade de empatar nos pés de Carlos Alberto, que sofreu pênalti de Doni. Os cariocas pediram a expulsão do goleiro, que foi advertido com cartão amarelo.
Carlos Alberto cobrou rasteiro, e Doni tocou de leve com a mão na bola, antes que ela batesse na trave. O corintiano é o goleiro que mais defendeu pênaltis no Brasileiro -com o de ontem já são quatro. Empolgado, Doni começou a brilhar e fez pelo menos mais duas belas defesas.
Ao final do jogo, admitiu ter se adiantado antes que Carlos Alberto batesse. "Não tem como o goleiro não se mexer. Até o Dida faz isso. Estou realizado com essa atuação", disse o goleiro, que costuma ser criticado pela torcida.
Ontem, entretanto, ele só recebeu aplausos. Assim como o time, que sofrera com a pressão da torcida nos últimos jogos.
No sábado, integrantes da Gaviões da Fiel foram ao treino para conversar com Geninho e os jogadores. Eles disseram que apoiariam os atletas e o técnico. Só criticariam a diretoria do clube.
Mas o treinador acredita que o time sentiu os efeitos da crise. "Perdemos muitas chances. Talvez, seja por causa da pressão que os atletas sentiam para voltar a vencer." Segundo o Datafolha, foram 18 finalizações, 13 erradas.


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