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VÔLEI
No balanço da liga
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Está chegando a hora da
decisão: a partir do dia 8, começa a fase decisiva da Liga
Mundial, na Espanha. E a relação
dos classificados mostra mudanças na geografia do vôlei: República Tcheca, Grécia e Bulgária
roubaram as vagas de seleções
mais tradicionais como Cuba,
Holanda e França.
Os franceses foram a maior decepção. Quem acompanhou o
Mundial da Argentina, em outubro de 2002, certamente deve ter
apostado que a França iria decolar depois da conquista da medalha de bronze. Que nada! O time
acabou em terceiro na chave,
atrás dos tchecos e dos gregos.
A fórmula desses times emergentes tem como base a força do
saque. Um exemplo: entre os oito
jogadores mais eficientes nesse
fundamento na Liga Mundial, estão três atletas da Bulgária (Nikolov, Ivanov e Konstantinov) e um
da Grécia (Gkiourdas).
O certo é que o saque, cada vez
mais primordial no mundo do
vôlei, tem servido para diminuir
a diferença técnica entre as equipes. E, cá entre nós, tem ajudado
também a deixar o vôlei mais feio
e chato. Com bom aproveitamento nesse fundamento, uma seleção mediana pode surpreender.
E é exatamente a irregularidade no saque o que mais preocupa
na seleção brasileira.
Nas duas últimas semanas, contra Itália e Portugal, o time de
Bernardinho teve dificuldade no
fundamento e cometeu muitos erros. E, você sabe, no vôlei, a fórmula é básica: um bom bloqueio
depende de um bom saque.
Não por acaso, a seleção sofreu
tanto no primeiro jogo contra
Portugal, na sexta-feira. Sem saque, o bloqueio ficou complicado.
Depois do jogo, Bernardinho chegou a declarar que talvez tenha
sido a pior partida sob seu comando e que o time, jogando daquela maneira, não estava credenciado para lutar pelo pódio.
Outro problema será enfrentar
a força dos saques adversários.
Por ser um time com atacantes
baixos para o atual padrão do vôlei, um bom passe é fundamental
para o Brasil poder jogar com velocidade. Sem uma boa recepção,
o ataque da equipe brasileira sofre, já que o seu forte não são as
bolas altas na ponta.
Mas é início de temporada. Nenhuma seleção está 100%. E o time tem esta semana só para treinar e se acertar. E, você sabe,
quando o Brasil joga com o passe
na mão, fica difícil parar o seu
ataque, que tem um repertório
vasto de jogadas. E o bom é que
André Nascimento está voltando
à boa forma.
Das outras equipes classificadas, a Rússia é a que apresenta a
melhor campanha. Assim como o
Brasil, só sofreu duas derrotas. E
as duas foram para a Polônia,
que só não passou para a fase decisiva da Liga Mundial porque foi
a segunda colocada com pior
campanha e viu a Espanha, sede
das finais, ficar com a sua vaga.
A Rússia está com um saque poderoso: o atacante Semen Poltavsky, 22 anos e 2,02 m, é o número um nesse fundamento pelas
estatísticas da liga. Mas, para
chegar ao seu segundo título da liga, os russos terão que derrubar
os outros grandes favoritos: Sérvia e Montenegro, Itália e Brasil.
Brasileiros na Itália
Maurício, que vai defender o Montichiari Padova na próxima temporada, poderá ter a companhia de Joel ou Kid no seu novo clube na
Itália. A primeira opção da equipe é o russo Fomin. Caso ele não
acerte, um dos dois brasileiros será contratado. No último Italiano,
Kid defendeu o Verona, que foi rebaixado, e Joel jogou na Série A-2.
Novos rumos
Os atacantes Orlando e Lorena, destaques do Palmeiras na última
Superliga, vão reforçar o Banespa. Também foram contratados Jardel (ex-Ulbra), Bráulio (ex-Bento Gonçalves), Ashlei e Bruno (os dois
do Minas). Hoje de manhã, o clube, que fez uma parceria com a Prefeitura de São Bernardo, vai apresentar sua nova equipe. Já o central
Braz, que era do Suzano, acertou com o Bento Gonçalves.
E-mail cidasan@uol.com.br
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