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São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2003

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VÔLEI

No balanço da liga

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Está chegando a hora da decisão: a partir do dia 8, começa a fase decisiva da Liga Mundial, na Espanha. E a relação dos classificados mostra mudanças na geografia do vôlei: República Tcheca, Grécia e Bulgária roubaram as vagas de seleções mais tradicionais como Cuba, Holanda e França.
Os franceses foram a maior decepção. Quem acompanhou o Mundial da Argentina, em outubro de 2002, certamente deve ter apostado que a França iria decolar depois da conquista da medalha de bronze. Que nada! O time acabou em terceiro na chave, atrás dos tchecos e dos gregos.
A fórmula desses times emergentes tem como base a força do saque. Um exemplo: entre os oito jogadores mais eficientes nesse fundamento na Liga Mundial, estão três atletas da Bulgária (Nikolov, Ivanov e Konstantinov) e um da Grécia (Gkiourdas).
O certo é que o saque, cada vez mais primordial no mundo do vôlei, tem servido para diminuir a diferença técnica entre as equipes. E, cá entre nós, tem ajudado também a deixar o vôlei mais feio e chato. Com bom aproveitamento nesse fundamento, uma seleção mediana pode surpreender.
E é exatamente a irregularidade no saque o que mais preocupa na seleção brasileira.
Nas duas últimas semanas, contra Itália e Portugal, o time de Bernardinho teve dificuldade no fundamento e cometeu muitos erros. E, você sabe, no vôlei, a fórmula é básica: um bom bloqueio depende de um bom saque.
Não por acaso, a seleção sofreu tanto no primeiro jogo contra Portugal, na sexta-feira. Sem saque, o bloqueio ficou complicado. Depois do jogo, Bernardinho chegou a declarar que talvez tenha sido a pior partida sob seu comando e que o time, jogando daquela maneira, não estava credenciado para lutar pelo pódio.
Outro problema será enfrentar a força dos saques adversários.
Por ser um time com atacantes baixos para o atual padrão do vôlei, um bom passe é fundamental para o Brasil poder jogar com velocidade. Sem uma boa recepção, o ataque da equipe brasileira sofre, já que o seu forte não são as bolas altas na ponta.
Mas é início de temporada. Nenhuma seleção está 100%. E o time tem esta semana só para treinar e se acertar. E, você sabe, quando o Brasil joga com o passe na mão, fica difícil parar o seu ataque, que tem um repertório vasto de jogadas. E o bom é que André Nascimento está voltando à boa forma.
Das outras equipes classificadas, a Rússia é a que apresenta a melhor campanha. Assim como o Brasil, só sofreu duas derrotas. E as duas foram para a Polônia, que só não passou para a fase decisiva da Liga Mundial porque foi a segunda colocada com pior campanha e viu a Espanha, sede das finais, ficar com a sua vaga.
A Rússia está com um saque poderoso: o atacante Semen Poltavsky, 22 anos e 2,02 m, é o número um nesse fundamento pelas estatísticas da liga. Mas, para chegar ao seu segundo título da liga, os russos terão que derrubar os outros grandes favoritos: Sérvia e Montenegro, Itália e Brasil.

Brasileiros na Itália
Maurício, que vai defender o Montichiari Padova na próxima temporada, poderá ter a companhia de Joel ou Kid no seu novo clube na Itália. A primeira opção da equipe é o russo Fomin. Caso ele não acerte, um dos dois brasileiros será contratado. No último Italiano, Kid defendeu o Verona, que foi rebaixado, e Joel jogou na Série A-2.

Novos rumos
Os atacantes Orlando e Lorena, destaques do Palmeiras na última Superliga, vão reforçar o Banespa. Também foram contratados Jardel (ex-Ulbra), Bráulio (ex-Bento Gonçalves), Ashlei e Bruno (os dois do Minas). Hoje de manhã, o clube, que fez uma parceria com a Prefeitura de São Bernardo, vai apresentar sua nova equipe. Já o central Braz, que era do Suzano, acertou com o Bento Gonçalves.

E-mail cidasan@uol.com.br


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