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FUTEBOL
A volta do bumba-meu-boi
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O Corinthians voltou a
sentir, afinal, o gosto da vitória. E foi uma vitória no melhor
estilo bumba-meu-boi que costumava caracterizar o alvinegro em
épocas passadas.
Já não há mais vestígios da "era
Parreira" no Corinthians. O time
tem bons jogadores, corre muito,
marca bem e até mostra uma boa
variedade de lances ofensivos,
mas tudo parece feito aos trancos
e barrancos, sem a organização e
a serenidade que marcavam o estilo Parreira-Ricardinho.
Ontem, contra um Fluminense
retrancado, o alvinegro abusou
dos passes errados e das finalizações precipitadas, mas mereceu
amplamente a vitória. Buscou o
ataque o tempo todo e criou muito mais chances que o adversário.
Os destaques foram os extremos: o goleiro e o artilheiro. Curiosamente, os dois viveram trajetórias opostas na relação com a
geniosa torcida corintiana.
Liedson, com sua garra, sua rapidez e sua inegável competência
de matador, caiu nas graças da
Fiel logo de cara.
Doni, ao contrário, tem de matar um leão por dia para conquistar a confiança do torcedor. Já pegou quatro pênaltis neste Brasileiro. Ontem, além do pênalti, defendeu espetacularmente um
chute à queima-roupa de Sorato.
No lado do Fluminense, a boa
marcação em Carlos Alberto e a
inconstância de Lopes fizeram
com que a equipe criasse pouco.
E Romário, aos 37 anos, com
mais de 800 gols no currículo, é isso que estamos vendo: num jogo
marca três, no outro se machuca
sozinho.
O São Paulo bateu o Bugre em
Campinas, mas não convenceu.
Tímido, sem criatividade e sem
força ofensiva, o tricolor não parece fazer jus à posição que ocupa,
no alto da tabela.
Talvez seja injusto exigir mais
do time de Rojas, que nunca consegue repetir a mesma escalação e
que se ressente agora da ausência
de jogadores importantes como
Kaká, Luis Fabiano e Fabiano.
E há que reconhecer que em termos defensivos o tricolor está hoje
bem melhor que na época de Oswaldo de Oliveira. Seja como for,
o elenco são-paulino, se bem organizado, tem potencial para
render muito mais. É isso que o
torcedor espera e exige.
No Mineirão, o Cruzeiro não
deixou dúvidas quanto a quem
merece estar na liderança. Soberano em campo, construiu no primeiro tempo a confortável vantagem de dois gols, contando também com a atuação demasiado tímida e respeitosa do Inter.
Na segunda etapa, o Colorado
voltou com um pouco mais de ousadia e quase complicou a vida
dos mineiros. Mas o Cruzeiro foi
sempre superior.
Para completar a fatura, tem o
melhor ataque e o artilheiro do
campeonato. Depois de seis rodadas sem marcar, Deivid parece ter
recolocado o pé na fôrma: fez dois
golaços, um do meio da rua, o outro de bate-pronto. E o gol de
Alex, de falta, foi mais um de sua
extensa coleção de maravilhas.
Detalhe de ouro
O gol é um detalhe, como diz o
técnico Parreira. Mas que detalhe! A seleção de Camarões não
havia tomado nenhum na Copa
das Confederações. O único
que tomou foi de ouro, e custou-lhe o título. Em casa, a
França suou muito para conquistar o bicampeonato de um
torneio esvaziado.
Pegando embalo
O Santos, mesmo com o time
reserva, goleou o Bahia. Espera-se que a vitória dê ânimo ao time titular para a grande final de
quarta-feira no Morumbi.
Chega de inchaço
Até que enfim uma boa notícia:
a Fifa não vai mais inchar a Copa do Mundo. Se com 32 seleções o nível já não é lá essas coisas, imaginem como seria com
36 times.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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