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São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2003

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FUTEBOL

A volta do bumba-meu-boi

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O Corinthians voltou a sentir, afinal, o gosto da vitória. E foi uma vitória no melhor estilo bumba-meu-boi que costumava caracterizar o alvinegro em épocas passadas.
Já não há mais vestígios da "era Parreira" no Corinthians. O time tem bons jogadores, corre muito, marca bem e até mostra uma boa variedade de lances ofensivos, mas tudo parece feito aos trancos e barrancos, sem a organização e a serenidade que marcavam o estilo Parreira-Ricardinho.
Ontem, contra um Fluminense retrancado, o alvinegro abusou dos passes errados e das finalizações precipitadas, mas mereceu amplamente a vitória. Buscou o ataque o tempo todo e criou muito mais chances que o adversário.
Os destaques foram os extremos: o goleiro e o artilheiro. Curiosamente, os dois viveram trajetórias opostas na relação com a geniosa torcida corintiana.
Liedson, com sua garra, sua rapidez e sua inegável competência de matador, caiu nas graças da Fiel logo de cara.
Doni, ao contrário, tem de matar um leão por dia para conquistar a confiança do torcedor. Já pegou quatro pênaltis neste Brasileiro. Ontem, além do pênalti, defendeu espetacularmente um chute à queima-roupa de Sorato.
No lado do Fluminense, a boa marcação em Carlos Alberto e a inconstância de Lopes fizeram com que a equipe criasse pouco.
E Romário, aos 37 anos, com mais de 800 gols no currículo, é isso que estamos vendo: num jogo marca três, no outro se machuca sozinho.
 
O São Paulo bateu o Bugre em Campinas, mas não convenceu.
Tímido, sem criatividade e sem força ofensiva, o tricolor não parece fazer jus à posição que ocupa, no alto da tabela.
Talvez seja injusto exigir mais do time de Rojas, que nunca consegue repetir a mesma escalação e que se ressente agora da ausência de jogadores importantes como Kaká, Luis Fabiano e Fabiano.
E há que reconhecer que em termos defensivos o tricolor está hoje bem melhor que na época de Oswaldo de Oliveira. Seja como for, o elenco são-paulino, se bem organizado, tem potencial para render muito mais. É isso que o torcedor espera e exige.
 
No Mineirão, o Cruzeiro não deixou dúvidas quanto a quem merece estar na liderança. Soberano em campo, construiu no primeiro tempo a confortável vantagem de dois gols, contando também com a atuação demasiado tímida e respeitosa do Inter.
Na segunda etapa, o Colorado voltou com um pouco mais de ousadia e quase complicou a vida dos mineiros. Mas o Cruzeiro foi sempre superior.
Para completar a fatura, tem o melhor ataque e o artilheiro do campeonato. Depois de seis rodadas sem marcar, Deivid parece ter recolocado o pé na fôrma: fez dois golaços, um do meio da rua, o outro de bate-pronto. E o gol de Alex, de falta, foi mais um de sua extensa coleção de maravilhas.

Detalhe de ouro
O gol é um detalhe, como diz o técnico Parreira. Mas que detalhe! A seleção de Camarões não havia tomado nenhum na Copa das Confederações. O único que tomou foi de ouro, e custou-lhe o título. Em casa, a França suou muito para conquistar o bicampeonato de um torneio esvaziado.

Pegando embalo
O Santos, mesmo com o time reserva, goleou o Bahia. Espera-se que a vitória dê ânimo ao time titular para a grande final de quarta-feira no Morumbi.

Chega de inchaço
Até que enfim uma boa notícia: a Fifa não vai mais inchar a Copa do Mundo. Se com 32 seleções o nível já não é lá essas coisas, imaginem como seria com 36 times.

E-mail jgcouto@uol.com.br


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