São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2004

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TÊNIS

Presidente da CBT ouve recusa de Chabalgoity para seguir no cargo e diz não saber quem vai jogar contra a Venezuela

Brasil troca de novo o capitão da Davis

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

A Confederação Brasileira de Tênis está à procura de um novo capitão para a Copa Davis.
O presidente da CBT, Nelson Nastás, já conversou com Carlos Chabalgoity, que ocupou o cargo no confronto contra o Paraguai e recusou o convite para continuar.
"O Chapecó [Chabalgoity] me explicou que sua posição era somente para o confronto em abril, e eu entendi", afirmou.
O dirigente disse que pretende anunciar um nome hoje ou amanhã. Nastás não quis fazer uma avaliação sobre as chances de o Brasil derrotar a Venezuela, em Caracas, de 16 a 18 de julho.
"É difícil porque a gente não sabe quem vai aceitar jogar", disse ele, sobre as dificuldades que terá para formar a equipe, como antecipou a Folha há duas semanas.
Envolvido em denúncias de irregularidades na confederação, Nastás é alvo de um boicote dos principais tenistas do país, com Gustavo Kuerten à frente.
Para enfrentar os paraguaios, pela segunda rodada da segunda divisão da Copa Davis, foi formada uma equipe B, que disse ter aceitado entrar em quadra por se tratar de uma situação atípica.
Com mandato até dezembro, Nastás havia antecipado a eleição e se comprometido perante um juiz que deixaria o cargo em maio.
Com a justificativa de que as federações precisariam de mais tempo para regularizar suas situações e participar do pleito, ele marcou nova data: 2 de julho.
"Não vou fazer uma assembléia eletiva de qualquer jeito. Depois o perdedor entra na Justiça e mela tudo", afirmou ele, ao ser questionado sobre o novo adiamento, agora sem uma data marcada.
"Tenho mandato até dezembro. Até lá posso fazer a eleição, que pode sair até um pouco antes. Mas farei tudo com calma."
Além de protelar sua saída, Nastás se vê envolvido em novas denúncias. Um ex-funcionário acusa o presidente e o superintendente da CBT (Carlos Alberto Martelotte) de usarem recursos da entidade para pagar despesas pessoais. Documentos foram entregues à polícia e Nastás e Martelotte podem ser indiciados por apropriação indébita.
"Não há ilegalidade. Está tudo contabilizado e nas mãos da auditoria", disse Nastás, que explicou que há ocasiões em que é necessário fazer reembolsos ou adiantamentos. "Mas com nota e tudo."
Martelotte, funcionário da entidade há 34 anos, deu as mesmas explicações. "Se viajo a trabalho, pego um adiantamento, faço as despesas e depois presto conta."


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