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FUTEBOL
Caras bonitas e feias
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Falta uma rodada para terminar o primeiro turno do
Brasileirão. Dos quatro times
considerados mais fortes antes da
competição, só o Corinthians ficou para trás. A equipe perdeu alguns jogadores e não era tão boa
quanto se pensava quando ganhou o Campeonato Paulista.
Na época, para conquistar o título, o Corinthians só enfrentou
um forte adversário (São Paulo).
Agora, com as contratações do
André Luiz e do Robert e o retorno do Liedson, deverá melhorar e
lutar pelos primeiros lugares.
O Cruzeiro tem várias credenciais para ganhar o título: excelente time e elenco, o brilho do
Alex e o envolvimento emocional
e profissional dos dirigentes, da
comissão técnica, dos jogadores e
dos torcedores com a conquista. É
o título que oficialmente falta ao
clube. Porém há uma grande
preocupação com a dependência
técnica e psicológica do Alex.
O São Paulo deverá melhorar
muito com o retorno do Kaká. Rico é muito fraco para jogar num
grande time. Está na hora de o
Rojas efetivar o jovem Diego como primeiro reserva do Kaká e do
Luis Fabiano.
Não gostei do posicionamento
do Ricardinho contra o Flamengo. Ele atuou entre três volantes e
dois atacantes. Prefiro o time com
dois volantes e um meia de cada
lado (Ricardinho e Fábio Simplício). Nessa formação, a equipe fez
os melhores jogos, com Gustavo
Nery no lugar do Ricardinho.
Com a ausência de vários titulares, o Santos mostrou que tem
um elenco melhor do que se pensava. Ricardo Oliveira, que voltou
a atuar bem, vai para a Espanha.
Atacante bom não é o que somente faz gols, mas também o que dribla, passa e facilita para os companheiros, como o Ricardo Oliveira fez nos últimos jogos e fazia
na Lusa.
O Atlético-MG faz uma boa
campanha, dentro do previsto. A
equipe tem bons jogadores, mas
falta um atleta excepcional, como
Alex ou Kaká. Coritiba, Internacional e Criciúma também têm
bons times. Não estão surpreendendo. Apenas eram poucos conhecidos da imprensa de São
Paulo, do Rio e de Minas Gerais.
Muitas equipes de tradição, como as do Rio, estão mal. Isso
acontece em quase todos os anos.
Os dirigentes e os técnicos se iludem antes do torneio com a contratação de atletas conhecidos,
porém ruins ou em decadência, e
com o destaque excessivo que esses clubes têm na imprensa. Aí começam a perder, e os dirigentes
põem a culpa nos treinadores.
O Goiás é o lanterna. Desde as
primeiras rodadas, ouço e leio
que a equipe é boa, que não merecia ficar onde está, e o time não
sai do último lugar. Para reagir, é
necessário melhorar a defesa. A
melhor defesa não é o ataque.
Nunca foi. Nem o contrário. Time
tem de ter equilíbrio. Parece discurso de técnico, mas é a verdade.
Os times já mostraram as suas
caras. Umas são bonitas, alegres e
bem-feitas. Outras, feias, tristes e
assustadas. Se não houver grandes imprevistos, a maioria vai
manter no segundo turno a média de aproveitamento. Há sempre exceções.
Cresceram as críticas à formula
por pontos corridos dos dirigentes
das equipes que estão mal colocadas e que não se prepararam. É a
única fórmula justa. Para ser
também mais rentável, emocionante e motivar os times até o final, o campeonato deveria ser
mais curto (no máximo 20 times),
ter quatro equipes rebaixadas,
prêmios para os oito primeiros,
não ter justaposição de datas com
as partidas da seleção e o calendário ser adaptado ao da Europa.
Nada disso é utópico. Não sou
um sonhador quixotesco.
Melhor do que esperava
Se a seleção principal do Brasil
geralmente perde para a do México na altitude e sob o calor do
meio-dia, não foi surpresa a má
atuação e a derrota da seleção
sub-23 na final da Copa Ouro.
Garoto também cansa. Na única
vez que atuei no México pelo Cruzeiro sem a adaptação necessária,
eu e toda a equipe jogamos muito
mal e perdemos. No segundo tempo, eu estava exausto.
Na média das cinco partidas, a
seleção sub-23 foi bem, melhor do
que esperava. Nos dois jogos ao
nível do mar, venceu e convenceu
contra os times titulares dos EUA
e da Colômbia. Contra a mesma
equipe americana, a seleção teve
mais méritos na vitória do que na
Copa das Confederações, quando
o time brasileiro era mais experiente e mais ou menos metade
dos jogadores era titular da seleção principal.
Fiquei mais animado para o
Pré-Olímpico.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
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