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São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2003

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FUTEBOL

Caras bonitas e feias

TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA

Falta uma rodada para terminar o primeiro turno do Brasileirão. Dos quatro times considerados mais fortes antes da competição, só o Corinthians ficou para trás. A equipe perdeu alguns jogadores e não era tão boa quanto se pensava quando ganhou o Campeonato Paulista.
Na época, para conquistar o título, o Corinthians só enfrentou um forte adversário (São Paulo). Agora, com as contratações do André Luiz e do Robert e o retorno do Liedson, deverá melhorar e lutar pelos primeiros lugares.
O Cruzeiro tem várias credenciais para ganhar o título: excelente time e elenco, o brilho do Alex e o envolvimento emocional e profissional dos dirigentes, da comissão técnica, dos jogadores e dos torcedores com a conquista. É o título que oficialmente falta ao clube. Porém há uma grande preocupação com a dependência técnica e psicológica do Alex.
O São Paulo deverá melhorar muito com o retorno do Kaká. Rico é muito fraco para jogar num grande time. Está na hora de o Rojas efetivar o jovem Diego como primeiro reserva do Kaká e do Luis Fabiano.
Não gostei do posicionamento do Ricardinho contra o Flamengo. Ele atuou entre três volantes e dois atacantes. Prefiro o time com dois volantes e um meia de cada lado (Ricardinho e Fábio Simplício). Nessa formação, a equipe fez os melhores jogos, com Gustavo Nery no lugar do Ricardinho.
Com a ausência de vários titulares, o Santos mostrou que tem um elenco melhor do que se pensava. Ricardo Oliveira, que voltou a atuar bem, vai para a Espanha. Atacante bom não é o que somente faz gols, mas também o que dribla, passa e facilita para os companheiros, como o Ricardo Oliveira fez nos últimos jogos e fazia na Lusa.
O Atlético-MG faz uma boa campanha, dentro do previsto. A equipe tem bons jogadores, mas falta um atleta excepcional, como Alex ou Kaká. Coritiba, Internacional e Criciúma também têm bons times. Não estão surpreendendo. Apenas eram poucos conhecidos da imprensa de São Paulo, do Rio e de Minas Gerais.
Muitas equipes de tradição, como as do Rio, estão mal. Isso acontece em quase todos os anos. Os dirigentes e os técnicos se iludem antes do torneio com a contratação de atletas conhecidos, porém ruins ou em decadência, e com o destaque excessivo que esses clubes têm na imprensa. Aí começam a perder, e os dirigentes põem a culpa nos treinadores.
O Goiás é o lanterna. Desde as primeiras rodadas, ouço e leio que a equipe é boa, que não merecia ficar onde está, e o time não sai do último lugar. Para reagir, é necessário melhorar a defesa. A melhor defesa não é o ataque. Nunca foi. Nem o contrário. Time tem de ter equilíbrio. Parece discurso de técnico, mas é a verdade.
Os times já mostraram as suas caras. Umas são bonitas, alegres e bem-feitas. Outras, feias, tristes e assustadas. Se não houver grandes imprevistos, a maioria vai manter no segundo turno a média de aproveitamento. Há sempre exceções.
Cresceram as críticas à formula por pontos corridos dos dirigentes das equipes que estão mal colocadas e que não se prepararam. É a única fórmula justa. Para ser também mais rentável, emocionante e motivar os times até o final, o campeonato deveria ser mais curto (no máximo 20 times), ter quatro equipes rebaixadas, prêmios para os oito primeiros, não ter justaposição de datas com as partidas da seleção e o calendário ser adaptado ao da Europa.
Nada disso é utópico. Não sou um sonhador quixotesco.

Melhor do que esperava
Se a seleção principal do Brasil geralmente perde para a do México na altitude e sob o calor do meio-dia, não foi surpresa a má atuação e a derrota da seleção sub-23 na final da Copa Ouro. Garoto também cansa. Na única vez que atuei no México pelo Cruzeiro sem a adaptação necessária, eu e toda a equipe jogamos muito mal e perdemos. No segundo tempo, eu estava exausto.
Na média das cinco partidas, a seleção sub-23 foi bem, melhor do que esperava. Nos dois jogos ao nível do mar, venceu e convenceu contra os times titulares dos EUA e da Colômbia. Contra a mesma equipe americana, a seleção teve mais méritos na vitória do que na Copa das Confederações, quando o time brasileiro era mais experiente e mais ou menos metade dos jogadores era titular da seleção principal.
Fiquei mais animado para o Pré-Olímpico.

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