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VÔLEI
Técnico, que volta a um time nacional após 7 anos, acena com retorno de outras rebeladas e convida Fernanda Venturini
Zé Roberto assume e irá mudar às avessas
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma renovação às avessas. Essa
deve ser a marca da primeira convocação de José Roberto Guimarães, 49, que assumiu ontem a seleção feminina de vôlei.
O treinador irá convidar a levantadora Fernanda Venturini
para voltar à equipe e deve incluir
as rebeladas do grupo de Marco
Aurélio Motta na lista que divulgará já na semana que vem.
"Não há tempo para teste. Não
posso pensar em renovação, tenho de pensar em algo maior. Vamos usar as melhores peças que
tivermos", disse à Folha ontem.
A conversa com Fernanda Venturini deveria acontecer entre ontem e hoje. A levantadora, que
deixou a seleção em 1998, está disposta a aceitar o convite.
"Nunca estivemos em um momento tão bom, com tantas chances de obter bons resultados. Eu
adoraria fechar minha carreira
com chave de ouro se estiver motivada", afirmou a levantadora.
Seu único problema é conciliar
as vidas pessoal e profissional.
Quando voltou às quadras, em
2001, Fernanda contou com uma
estrutura especial no BCN/Osasco
para poder se dedicar também à
filha, Júlia. Zé Roberto, seu técnico no campeão da Superliga, foi o
maior incentivador do esquema.
"Ela tem uma qualidade técnica
como poucas no mundo. Se você
deixá-la feliz, terá um rendimento
especial", disse o treinador.
O novo técnico também acenou
com a volta das rebeladas do grupo de Motta. Jogadoras como Fofão e Érika já devem estar na primeira lista de convocadas.
As duas atletas, que não queriam defender a equipe sob o comando do ex-técnico, declaram à
Folha que agora estão dispostas a
vestir a camisa verde-amarela.
"Não deixarei de lado o trabalho
do Motta, mas tenho de pensar no
time que o Bernardinho havia
realizado", afirmou Zé Roberto.
O novo treinador teve menos de
24 horas para aceitar o convite feito pela Confederação Brasileira de
Vôlei, anteontem à noite. Na semana que vem ele inicia os treinos
em Barueri, em São Paulo. Seu
primeiro compromisso será o
Sul-Americano, em setembro.
Ontem, Zé Roberto, que volta
ao comando de uma equipe nacional após sete anos, já começaria a formar sua comissão técnica.
Ele deve trabalhar com parte de
seus auxiliares no Osasco. O treinador vai conciliar a nova função
com o comando do time paulista.
Além de ter um currículo inquestionável -foi medalha de
ouro em Barcelona-1992 com a
seleção masculina e é o atual campeão da Superliga-, Zé Roberto
foi escolhido para o cargo por ter
seu nome aprovado por jogadoras e treinadores do país.
Motta, que treinou a seleção por
dois anos e meio, não era unanimidade e não treinava um clube
do país desde 1996.
Um das dificuldades que o novo
treinador deve encontrar no início do trabalho será equacionar a
permanência das novatas com a
volta das experientes.
As jogadoras da renovada equipe de Motta já começam a viver a
expectativa com as mudanças no
comando da equipe nacional.
Paula Pequeno, 21, que era da
seleção juvenil em 2001 e se tornou pilar da nova seleção, já está
com frio na barriga.
"Não sei o que passa na cabeça
do Zé, não sei como estão as coisas no Brasil. Mas estou preparada", disse a ponta à Folha, por telefone, da Europa. Como parte do
grupo do Grand Prix da Itália,
Paula perdeu o vôo anteontem e
só chegou no fim do dia ao país.
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