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São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2003

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VÔLEI

Técnico, que volta a um time nacional após 7 anos, acena com retorno de outras rebeladas e convida Fernanda Venturini

Zé Roberto assume e irá mudar às avessas

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma renovação às avessas. Essa deve ser a marca da primeira convocação de José Roberto Guimarães, 49, que assumiu ontem a seleção feminina de vôlei.
O treinador irá convidar a levantadora Fernanda Venturini para voltar à equipe e deve incluir as rebeladas do grupo de Marco Aurélio Motta na lista que divulgará já na semana que vem.
"Não há tempo para teste. Não posso pensar em renovação, tenho de pensar em algo maior. Vamos usar as melhores peças que tivermos", disse à Folha ontem.
A conversa com Fernanda Venturini deveria acontecer entre ontem e hoje. A levantadora, que deixou a seleção em 1998, está disposta a aceitar o convite.
"Nunca estivemos em um momento tão bom, com tantas chances de obter bons resultados. Eu adoraria fechar minha carreira com chave de ouro se estiver motivada", afirmou a levantadora.
Seu único problema é conciliar as vidas pessoal e profissional.
Quando voltou às quadras, em 2001, Fernanda contou com uma estrutura especial no BCN/Osasco para poder se dedicar também à filha, Júlia. Zé Roberto, seu técnico no campeão da Superliga, foi o maior incentivador do esquema.
"Ela tem uma qualidade técnica como poucas no mundo. Se você deixá-la feliz, terá um rendimento especial", disse o treinador.
O novo técnico também acenou com a volta das rebeladas do grupo de Motta. Jogadoras como Fofão e Érika já devem estar na primeira lista de convocadas.
As duas atletas, que não queriam defender a equipe sob o comando do ex-técnico, declaram à Folha que agora estão dispostas a vestir a camisa verde-amarela.
"Não deixarei de lado o trabalho do Motta, mas tenho de pensar no time que o Bernardinho havia realizado", afirmou Zé Roberto.
O novo treinador teve menos de 24 horas para aceitar o convite feito pela Confederação Brasileira de Vôlei, anteontem à noite. Na semana que vem ele inicia os treinos em Barueri, em São Paulo. Seu primeiro compromisso será o Sul-Americano, em setembro.
Ontem, Zé Roberto, que volta ao comando de uma equipe nacional após sete anos, já começaria a formar sua comissão técnica. Ele deve trabalhar com parte de seus auxiliares no Osasco. O treinador vai conciliar a nova função com o comando do time paulista.
Além de ter um currículo inquestionável -foi medalha de ouro em Barcelona-1992 com a seleção masculina e é o atual campeão da Superliga-, Zé Roberto foi escolhido para o cargo por ter seu nome aprovado por jogadoras e treinadores do país.
Motta, que treinou a seleção por dois anos e meio, não era unanimidade e não treinava um clube do país desde 1996.
Um das dificuldades que o novo treinador deve encontrar no início do trabalho será equacionar a permanência das novatas com a volta das experientes.
As jogadoras da renovada equipe de Motta já começam a viver a expectativa com as mudanças no comando da equipe nacional.
Paula Pequeno, 21, que era da seleção juvenil em 2001 e se tornou pilar da nova seleção, já está com frio na barriga.
"Não sei o que passa na cabeça do Zé, não sei como estão as coisas no Brasil. Mas estou preparada", disse a ponta à Folha, por telefone, da Europa. Como parte do grupo do Grand Prix da Itália, Paula perdeu o vôo anteontem e só chegou no fim do dia ao país.


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