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FUTEBOL
O grande ausente
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Mais um Santos x Corinthians para reavivar a memória afetiva dos torcedores.
Os corintianos mais velhos se
lembrarão, por exemplo, dos 2 a 0
de 1968, que deram fim a um tabu
de 11 anos sem vitória sobre o
rival. Os santistas, por sua vez,
evocarão a vitória na grande final de 2002, partida que, mais
que qualquer outra, lançou Robinho ao estrelato.
Robinho, aliás, será o grande
ausente do clássico de amanhã,
para alívio dos torcedores corintianos.
Em oito jogos contra o Timão,
Robinho venceu seis e empatou
dois. Marcou quatro gols. No último confronto, pelo Campeonato
Paulista deste ano, teve uma
atuação esplendorosa, eclipsando
o astro corintiano Tevez.
Antes da novela Santos-Real
Madrid, Robinho estava em vias
de se tornar, para os corintianos,
um fantasma tão incômodo
quanto Pelé, o maior algoz do clube do Parque São Jorge.
Consta que o jovem craque pediu para jogar amanhã. Os motivos seriam os mais variados: fazer
as pazes com a torcida, amolecer
o coração do presidente Marcelo
Teixeira na negociação com o
Real, evitar um processo trabalhista por abandono de emprego.
Mas gosto de pensar que, além
de todas essas razões, digamos,
pragmáticas, Robinho está com
fome de bola, com saudades de
um clássico quente, com o estádio
cheio. Quer pedalar diante de
Mascherano, disputar os holofotes com Tevez, fazer gols e correr
para a galera. Sente falta da bola
e do carinho da torcida.
Como diz um comercial de cartão de crédito, certas coisas não
têm preço.
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Impossível haver dois jogos mais
contrastantes que Corinthians 4 x
3 Cruzeiro, na quarta-feira, e Flamengo 0 x 0 Palmeiras, na quinta.
O primeiro foi uma das partidas
mais empolgantes do atual campeonato, com muitos gols, reviravoltas no placar e os dois times
buscando o ataque o tempo todo.
Um jogo de gols esquisitos e de
péssima arbitragem. Dos quatro
pênaltis ocorridos na partida, o
juiz só apitou um, justamente o
mais duvidoso.
Sem perceber, comecei a comparar os elencos cruzeirense e corintiano e cheguei à conclusão de
que uma mescla entre os dois formaria um dos melhores times do
Brasil. Eis minha seleção, na qual
todo mundo está autorizado a
meter o bedelho:
Fábio (o do Cruzeiro), Maurinho, Sebá, Marcelo Batatais e
Gustavo Nery; Maldonado, Mascherano, Roger e Adriano; Tevez e
Fred. Admito que a zaga não é
das melhores, mas o time não
passa vergonha.
Flamengo x Palmeiras, por sua
vez, foi um festival de faltas e passes errados, uma demonstração
impressionante de inépcia na arte
de criar jogadas de ataque.
Irritado com o fraco rendimento dos ótimos Juninho e Pedrinho,
Leão tirou-os de campo e aí sim a
bola ficou quadrada. Marcinho
só faltou chorar de solidão,
enquanto o torcedor bocejava
de tédio.
Jogo de seis pontos
Outro jogo importantíssimo da
rodada é o de Campinas, onde a
Ponte Preta defende a liderança
contra o Internacional. O Colorado, depois da surpreendente
derrota em casa para o Paraná,
vai querer recuperar os pontos
perdidos e se manter perto do
topo. Mas não pode sair desembestado, pois se há um time que
sabe se aproveitar da afoiteza
do rival, é a astuta Macaca.
Clássico carioca
O Botafogo, depois de vencer o
São Caetano em pleno ABC,
mostrou que ainda está vivo na
disputa, ao contrário do que
muitos acreditavam. Nada melhor, para referendar isso, que
ganhar do Flamengo no clássico de amanhã. Agora, como diria Garrincha, só falta combinar com os rubro-negros de
Celso Roth.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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