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Dirigentes reclamam, mas só levam prêmio de consolação
DOS ENVIADOS A ATENAS
A prova mal havia acabado, e
os brasileiros já iniciavam protestos contra a invasão de Cornelius Horan, que atrapalhou Vanderlei Cordeiro de Lima.
O primeiro a chamar a atenção
para o caso foi o técnico do fundista, Ricardo D'Angelo, que ligou para Martinho Nobre dos
Santos, chefe da equipe de atletismo em Atenas, pedindo que fosse feita uma apelação do Brasil
contra o resultado da disputa.
"Esse pódio foi um resultado
histórico, mas poderia vir o ouro.
Se ele não fosse atacado, venceria", declarou o técnico, que não
acreditava em mudança de resultado. "Isso nunca aconteceu."
O recurso foi encaminhado ao
Tribunal de Apelação da Iaaf, entidade que comanda o atletismo,
pelo chefe da missão do COB,
Marcus Vinícius Freire. Agitado,
o presidente da confederação nacional, Roberto Gesta de Melo,
corria de um lado a outro do estádio Panathinaiko, local da chegada, para agilizar o pedido.
"O Vanderlei não poderia estar
correndo sozinho, sem a presença de batedores para protegê-lo.
Se ele tivesse em segundo, terceiro ou quarto, tudo bem. Mas ele
estava sozinho na liderança", lamentava o dirigente.
O Brasil pediu que o resultado
passasse por revisão, com a possibilidade de anulação da prova.
O COB também solicitou que a
cerimônia de premiação fosse
adiada. Como era esperado, a
apelação do comitê foi negada
pouco depois. No despacho, a
Iaaf lamentou o ocorrido, mas
apontou o problema como
"questão de segurança", alheia
ao esporte. Gesta soube da decisão quando ia para o estádio.
Como prêmio de consolação, o
COI concedeu ao brasileiro a medalha Barão Pierre de Coubertin,
pelo fair play de o fundista ter
completado a prova.
"Agora vamos entrar na Corte
de Arbitragem do Esporte. Iremos formalizar isso juridicamente", disse o dirigente, referindo-se ao tribunal que é a última instância para demandas esportivas.
Não há registro, na história
olímpica, de fato semelhante na
maratona. "Não me lembro de
algo assim nem em outras competições", diz Thomaz Mattos de
Paiva, diretor jurídico da CBAt.
A CAS, que montou uma estrutura na Grécia, soltou comunicado, às 15h, anunciando o último
julgamento do escritório provisório de Atenas -a corte tem sede em Lausanne. Sua decisão dá
uma pista das chances de o brasileiro ficar com o ouro.
A corte decidiu não conceder o
ouro do individual geral ao ginasta Yang Tae Young, e manteve o norte-americano Paul
Hamm como campeão olímpico.
O sul-coreano teve uma nota
mais baixa por erro da arbitragem, que acabou sendo punida
pela FIG.
(ALF E FSX)
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