DA REPORTAGEM LOCAL

A Fifa suspendeu a punição de 8 milhões ao Corinthians no caso Nilmar.
O clube, condenado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) a pagar a quantia ao Lyon, da França, conseguiu que a Justiça comum suíça, onde foi julgado o caso, aceitasse recurso impetrado por seus advogados.
Diante da aceitação de julgar o recurso, a Fifa suspendeu a obrigatoriedade de o clube brasileiro, que pede anulação do julgamento do CAS, quitar a dívida até que uma decisão sobre o mérito seja proferida.
"Como conseqüência, nós gostaríamos de informar às partes que o presente caso está declarado suspenso. As partes devem informar a secretaria do Comitê Disciplinar assim que uma decisão final seja tomada", escreveu Wilma Ritter, secretária do Comitê Disciplinar, em comunicado da Fifa enviado ao Lyon e ao Corinthians e que a Folha teve acesso.
Segundo Marcelo Amoretty, advogado corintiano, o Tribunal Federal da Suíça deve levar de três a quatro meses para se manifestar.
Na Justiça comum, o Corinthians alega erro técnico no julgamento, dizendo que os três auditores do CAS não fizeram análise dos argumentos de sustentação da defesa. "Uma norma interna da Suíça foi violada pelo CAS", disse Amoretty.
O fato de o Corinthians ter apelado à Justiça comum não é um procedimento ilegal. A Fifa usa o CAS como última instância para os seus casos. O regulamento da Corte, porém, permite a derrotados recorrer ao Tribunal Federal da Suíça.
O clube paulista fora condenado em 11 de julho.
A partir daí, teria um mês para pagar os franceses.
Os corintianos, segundo a Folha apurou, até aceitam saldar a dívida com o Lyon, mas não abrem mão de ficar com os direitos de Nilmar.
O atacante fora contratado dos franceses em 2006. À época, Kia Joorabchian, presidente da MSI, pagou apenas 2 milhões dos 10 milhões acordados com o Lyon, que foi à Fifa exigir o pagamento. Em sua defesa, o Corinthians primeiro alegou não ter vínculo com o atleta, mas depois voltou atrás.
Na semana passada, a Justiça do Trabalho determinou o fim do vínculo do jogador com o Corinthians. O juiz alegou em sua sentença que o clube não honrou acordo feito com Nilmar.
Em um contrato feito com a MSI, parceira corintiana, ficou estipulado que o atleta receberia US$ 1,5 milhão de salários e US$ 1,5 milhão em luvas. Para a Justiça, Corinthians e MSI são a mesma coisa e, por isso, o acordo tem validade.
O documento é válido até 2011 e os corintianos querem que ele seja cumprido.
O clube do Parque São Jorge já entrou com recurso no Tribunal Regional do Trabalho.

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