São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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Morumbi ganha força para Mundial

Após visita de inspetores da Fifa, estádio aumenta suas chances de sediar Copa-2014 ao minimizar oposição e defeitos

Candidatura paulista ainda prevê plano B, mas governo diz que não há nem estudo; CBF, agora, apóia Morumbi, mas isso ainda pode mudar

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na visita da comissão da Fifa a São Paulo, ontem, o Morumbi aumentou suas chances de sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, caso o Brasil, como se espera, seja escolhido como sede. O governo paulista reforçou seu apoio à indicação do estádio, inspetores da entidade o elogiaram, e a oposição da CBF foi, por ora, neutralizada.
"Creio que, com as reformas, [o Morumbi] estará adequado à Copa. Evidentemente que isso terá de ser confirmado ao longo do tempo", disse o governador José Serra (PSDB).
O dossiê de candidatura continua a prever um plano B para o Estado. E, apesar de deixar a escolha nas mãos do governo, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, agirá se houver mudança no cenário atual. "As dúvidas sobre o Morumbi sumiram. O plano B virou pro forma", defendeu o secretário municipal de Esporte, Walter Feldman.
Nem o governo do Estado nem a prefeitura aprofundaram estudos de outro projeto. Segundo o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, serão necessárias "poucas adequações" no Morumbi.
A vistoria dos inspetores da Fifa durou pouco mais de uma hora e não houve visita detalhada a setores de torcedores.
A Folha apurou que os questionamentos dos inspetores foram sobre estrutura para dirigentes, jogadores e imprensa e o calendário de reformas. Eles não falaram com jornalistas. Houve perguntas sobre o número de vagas para carros. A diretoria do São Paulo alega ter 500 no estádio, o que, segundo o clube, atenderia a entidade. Mas o documento da Fifa para estádios prevê 10 mil vagas para cada 60 mil lugares. O clube quer fazer outras vagas fora.
Em relação ao acesso de atletas no Morumbi, foi pedida maior privacidade. "As alterações serão bancadas pelo São Paulo", disse Juvêncio, que vai procurar parcerias com patrocinadores para cobrir custos.
A parte do Estado será a extensão do metrô, cuja estação ficaria a 1 km do Morumbi. Hoje, Teixeira acha confortável deixar a escolha do estádio com o governo, mas pode voltar a fazer lobby contra se surgir um novo projeto. Estava ontem aos abraços com Juvêncio.
"As propostas [do São Paulo], se foram feitas, cobrem as condições da Fifa", disse, em posição diferente da anterior. Além do estádio, os inspetores da Fifa estiveram no hospital Albert Einstein e no aeroporto de Congonhas, onde, antes de embarcar ao RS, assistiram a duas apresentações: uma da escola de samba Vai-Vai e outra de música clássica.


Colaboraram RICARDO PERRONE , do Painel FC, e EDUARDO OHATA , da Reportagem Local

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