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Craques dos anos 80 e 90 tomam o controle da bola
Ídolos assumem clubes na Europa, que verá Copa de Beckenbauer e pode ter Platini como presidente
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles foram grandes "dentro das
quatro linhas" e são fortes fora delas. Uma série de ex-jogadores de
renome está em atividade no badalado futebol europeu. Treinando equipes de ponta, dirigindo
clubes poderosos, organizando
Mundiais e assumindo o esporte.
Nos anos 80, daria para formar
uma seleção com Koeman, Ancelotti, Rijkaard e Matthäus. Agora,
essa seleção é vista no banco de
reservas. Nos anos 90, destacaram-se nomes como Deschamps,
Sammer e Mancini. Tais figuras
também já são técnicos de peso.
A Copa dos Campeões e a Copa
da Uefa, os dois principais interclubes europeus, firmam uma nova geração de treinadores. Mais
de dez times apostaram sua sorte
internacional em ex-feras da bola.
O Milan já triunfou com Carlo
Ancelotti em seu comando na
temporada passada -campeão
europeu, decidirá o Mundial interclubes no Japão contra o Boca
Juniors de Carlos Bianchi, outro
grande jogador do passado.
Ancelotti fez parte de uma das
mais famosas equipes do clube de
Milão e hoje é um dos ex-craques
que dirigem membros do G14,
grupo que reúne os times mais
poderosos da Europa. Além dele,
Frank Rijkaard está à frente do
Barcelona, Ronald Koeman comanda o Ajax, e Mathias Sammer
dirige o Borussia Dortmund.
Alguns dos ex-atletas que roubam a cena como técnicos na
atualidade assumiram seus postos bem jovens. Sammer, líbero
que teve carreira prejudicada por
lesão no joelho, busca aos 35 anos
a Copa da Uefa para o time de
Dortmund. Mancini, meia-atacante que brilhou no único título
da Sampdoria, comanda a Lazio
aos 37 na Copa dos Campeões.
Liderança
Outros ex-craques demoraram
mais tempo para largar como técnico, mas ganham espaço agora
por terem sido grandes líderes em
campo. É o caso de Matthäus, astro da seleção alemã que conquistou a Copa do Mundo de 1990,
agora à frente do Partizan.
Praticamente todos os principais nomes do anos 80 já se arriscaram na carreira de treinador.
Zoff dirigiu a Itália. Camacho comandou a Espanha e hoje dirige o
Benfica. Gullit foi técnico-jogador. E até Maradona exerceu a
função de treinador -o argentino também se colocou à frente de
sindicato de atletas contra a Fifa.
Mas não é só na posição de técnico que os ex-craques vão se destacando. Muitos atuam como dirigentes. O argentino Jorge Valdano e o brasileiro Leonardo, por
exemplo, ocupam cargos importantes no Real Madrid e no Milan,
respectivamente. Já Karl-Heinz
Rummenigge e Roberto Bettega
representam o Bayern e a Juventus no G14 -o veterano Giacinto
Facchetti responde pela Inter.
Rummenigge, vice-presidente
do mais poderoso clube alemão,
tomou posição firme contra a Fifa
nos últimos dias bradando em
nome do G14 contra o Mundial de
Clubes. Quer que os times recebam dinheiro quando cederem
seus atletas para torneios da Fifa.
Um dos destaques da seleção
alemã nas Copas de 1982 e 86,
Rummenigge segue os passos de
Franz Beckenbauer, maior nome
do futebol alemão e um dos mais
influentes dirigentes atuais.
O "Kaiser" ganhou a Copa como jogador (1974), como técnico
(1990) e como cartola (2006). Beckenbauer acumula as funções de
presidente do Bayern e de presidente do Comitê Organizador da
Copa de 2006, na Alemanha.
Ele cuida do principal torneio
da Fifa como cuidou em 1998 o
francês Michel Platini. Comandante da França nas Copas de
1982 e 86, o ex-jogador chegou a
um posto bastante restrito no futebol -é hoje um dos 24 membros do Comitê Executivo da Fifa.
Platini tem ambições maiores
ainda e quer a presidência da Uefa, a entidade que rege o futebol
europeu, hoje comandada pelo
sueco Lennart Johansson, um dos
muitos cartolas da Fifa que pouco
contato tiveram com a bola.
Beckenbauer chegou a ter seu
nome cogitado para a presidência
da Fifa algumas vezes, mas preferiu se empenhar na conquista da
Copa para seu país. Recentemente disse que Platini pode assumir
o posto. "Ele está encaminhando
seus esforços para isso. Acho bom
que jogadores estejam ocupando
postos importantes no futebol."
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