São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008

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Futsal abre mão de show e adota tática espanhola

Brasil, que estréia contra Japão no Mundial, diz priorizar título, e não goleadas

Jogadores se espelham na atual bicampeã mundial, que é conhecida por adotar jogo objetivo e por apostar em uma defesa aguerrida


Sérgio Lima/Folha Imagem
Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, que, na manhã de hoje, será palco da estréia da seleção brasileira na Copa do Mundo de futsal

DA ENVIADA A BRASÍLIA

Dona de três títulos em Mundiais da Fifa, a seleção brasileira de futsal inicia hoje, às 10h30, em Brasília, contra o Japão, sua saga para retomar a hegemonia perdida para a Espanha, atual bicampeã.
O Brasil detém histórico invejável no evento: jogou 40 partidas, venceu 33, empatou quatro e perdeu apenas três.
Além disso, tem vocação para fazer gols. Detém a maior média (6,45 tentos por jogo), a maior goleada (29 x 2, contra a Guatemala, em 2000) e os artilheiros (Manoel Tobias, em 96 e 2000, e Falcão, em 2004). Mesmo assim, foi derrotado nos dois últimos Mundiais.
É por esse motivo que o discurso do grupo é o de que a prioridade é buscar a vitória, mesmo que não haja show.
Para atingir o objetivo, os jogadores tentam de antemão acostumar a torcida à possibilidade de escassez de gols.
"A diferença entre este e outros Mundiais é que vai haver pressão maior da torcida, acostumada com goleadas. O torcedor, por exemplo, não entende que a Rússia [rival da primeira fase] é uma das favoritas. Vão querer goleada assim mesmo", diz o fixo Schumacher, que jogou os dois últimos Mundiais.
O modelo a seguir é o da Espanha, que aposta em um bom sistema defensivo e costuma ter atuações mais discretas.
"Temos que fazer o que a Espanha faz e dá certo, que é buscar resultados em vez de se preocupar em golear", analisa o fixo, que joga no Inter Movistar e possui cidadania espanhola.
Oito dos 14 atletas da seleção, aliás, jogam a liga local, a principal do mundo. O técnico Paulo César de Oliveira, o PC, que não deu entrevistas antes da estréia, disse ao site da Fifa que a Espanha é o time a ser batido.
O Japão, rival de hoje, é um antigo conhecido e tem no comando o brasileiro Sérgio Sapo, que treina o time desde 2002 e nunca venceu o Brasil.
O treinador promete que não deixará o time japonês na retranca. "Se jogarmos fechado, seremos presa fácil. Em estréia, o nervosismo ocorre para os dois lados. Podemos contar com isso para tentar surpreender", diz Sapo, que tem no elenco um brasileiro naturalizado.
Ricardo Higa, mais conhecido com Rikarudo no Japão, será o primeiro dos 21 brasileiros "exportados" a enfrentar a seleção nacional no torneio. "Acho que a torcida vai me xingar muito, mas, depois que passar esse primeiro jogo, acho que vão ficar ao nosso lado contra outras seleções", prevê o campineiro. (MARIANA BASTOS)

NA TV - Brasil x Japão
Globo, Band e Sportv, às 10h30



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