São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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FUTEBOL

Time do Rio, ameaçado de rebaixamento, mostra em 2002 características opostas às imaginadas por paulistas

Tradição carioca faz Corinthians esperar Flamengo "irreal"

DIOGO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Flamengo que o Corinthians espera encontrar hoje, às 21h40, no Maracanã, não é bem o time imaginado pelo técnico Carlos Alberto Parreira e por seus comandados do Parque São Jorge.
Na preparação para o confronto entre os clubes com maior torcida no Brasil, o treinador, carioca da gema, alertou os corintianos a se prevenirem contra um time que, além de agonizar, segue a escola do futebol do Rio, valorizando a troca de passes, abusando dos dribles e cometendo poucas faltas.
"É um jogo complicado porque o Flamengo é a própria escola carioca, com a tradição de tocar a bola", afirmou o atacante Guilherme, única novidade do Corinthians na partida de hoje.
Mas, da tradição carioca, só restou mesmo a aflição de competições anteriores (escapou do rebaixamento na última rodada do Nacional-2001 e foi a quarta pior equipe do Rio-SP deste ano).
Ameaçados pelo rebaixamento na 22ª posição da tabela e com dois pontos a mais (22) que o lanterna Palmeiras, os cariocas destoam da tradição fluminense.
O time montado por Lula Pereira, discípulo de Luiz Felipe Scolari, e comandado hoje por Evaristo de Macedo, troca menos passes, dribla pouco e é mais violento, segundo números do Datafolha.
Se a partida fosse no ano passado, os corintianos até teriam razão. No Brasileiro-01, o Flamengo liderava o ranking de passes (média de 380, com aproveitamento de 87,4 %), era o menos violento (média de 18,1) e o terceiro mais ousado (média de 22 dribles).
Hoje, esse legado é a principal marca da era Parreira (o Corinthians lidera o ranking de passes, é o menos violento e o segundo que mais dribla no Brasileiro).
Já o time carioca ocupa a 20ª colocação no ranking de passes (295 e aproveitamento de 83,4 %), é o sétimo em faltas cometidas (27,8) e o sexto que menos dribla (14,6 ).
"É o frenesi da torcida que vai ditar o ritmo do Flamengo. Pela necessidade do time, os jogadores [rivais" sabem que não podem tocar muito a bola. Eles têm de agredir", afirmou Parreira, dizendo não se importar com os números.
Deixando de lado as estatísticas e apostando na tradição do rival, o treinador corintiano armou uma equipe cautelosa para tentar vencer, emergir da quinta posição do Brasileiro (35 pontos) e ficar mais perto da vaga para a próxima fase da competição.
Apostando que o rival reeditará a performance de anos anteriores, os corintianos tentarão manter a posse de bola, errar poucos passes e evitar expor o setor defensivo quando estiverem atacando.
"Na hora de atacar, pelo menos quatro jogadores tem de resguardar a defesa, ainda mais no Maracanã [75m por 110m, tamanho máximo permitido pela Fifa]", afirmou o técnico corintiano.
Como Parreira, o zagueiro Fábio Luciano também teme as dimensões do estádio. "Se começarmos a perder a bola, ninguém vai aguentar correr tanto", disse.


NA TV - Globo (só para SP), ao vivo, a partir das 21h40



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