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FUTEBOL
Time do Rio, ameaçado de rebaixamento, mostra em 2002 características opostas às imaginadas por paulistas
Tradição carioca faz Corinthians esperar Flamengo "irreal"
DIOGO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Flamengo que o Corinthians
espera encontrar hoje, às 21h40,
no Maracanã, não é bem o time
imaginado pelo técnico Carlos Alberto Parreira e por seus comandados do Parque São Jorge.
Na preparação para o confronto
entre os clubes com maior torcida
no Brasil, o treinador, carioca da
gema, alertou os corintianos a se
prevenirem contra um time que,
além de agonizar, segue a escola
do futebol do Rio, valorizando a
troca de passes, abusando dos dribles e cometendo poucas faltas.
"É um jogo complicado porque
o Flamengo é a própria escola carioca, com a tradição de tocar a
bola", afirmou o atacante Guilherme, única novidade do Corinthians na partida de hoje.
Mas, da tradição carioca, só restou mesmo a aflição de competições anteriores (escapou do rebaixamento na última rodada do Nacional-2001 e foi a quarta pior
equipe do Rio-SP deste ano).
Ameaçados pelo rebaixamento
na 22ª posição da tabela e com
dois pontos a mais (22) que o lanterna Palmeiras, os cariocas destoam da tradição fluminense.
O time montado por Lula Pereira, discípulo de Luiz Felipe Scolari, e comandado hoje por Evaristo
de Macedo, troca menos passes,
dribla pouco e é mais violento, segundo números do Datafolha.
Se a partida fosse no ano passado, os corintianos até teriam razão. No Brasileiro-01, o Flamengo
liderava o ranking de passes (média de 380, com aproveitamento
de 87,4 %), era o menos violento
(média de 18,1) e o terceiro mais
ousado (média de 22 dribles).
Hoje, esse legado é a principal
marca da era Parreira (o Corinthians lidera o ranking de passes,
é o menos violento e o segundo
que mais dribla no Brasileiro).
Já o time carioca ocupa a 20ª colocação no ranking de passes (295
e aproveitamento de 83,4 %), é o
sétimo em faltas cometidas (27,8)
e o sexto que menos dribla (14,6 ).
"É o frenesi da torcida que vai
ditar o ritmo do Flamengo. Pela
necessidade do time, os jogadores
[rivais" sabem que não podem tocar muito a bola. Eles têm de agredir", afirmou Parreira, dizendo
não se importar com os números.
Deixando de lado as estatísticas
e apostando na tradição do rival,
o treinador corintiano armou
uma equipe cautelosa para tentar
vencer, emergir da quinta posição
do Brasileiro (35 pontos) e ficar
mais perto da vaga para a próxima fase da competição.
Apostando que o rival reeditará
a performance de anos anteriores,
os corintianos tentarão manter a
posse de bola, errar poucos passes
e evitar expor o setor defensivo
quando estiverem atacando.
"Na hora de atacar, pelo menos
quatro jogadores tem de resguardar a defesa, ainda mais no Maracanã [75m por 110m, tamanho
máximo permitido pela Fifa]",
afirmou o técnico corintiano.
Como Parreira, o zagueiro Fábio Luciano também teme as dimensões do estádio. "Se começarmos a perder a bola, ninguém vai
aguentar correr tanto", disse.
NA TV - Globo (só para SP), ao
vivo, a partir das 21h40
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