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FUTEBOL
Mudanças também no esporte
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
São Paulo, Corinthians, São
Caetano e Juventude estão
praticamente certos na próxima
fase. Estou em dúvida se coloco o
Santos na lista. O time da Vila
tem 35 pontos, como o Corinthians, mas já fez 21 partidas,
duas a mais que o Timão.
O São Paulo tem o melhor ataque e o maior número de excelentes jogadores. São três pentacampeões do mundo. Com a entrada
do Gustavo Nery, facilitou para o
Ricardinho, e o time melhora pela
esquerda. Nesta fase final, o São
Paulo está atingindo o tão sonhado equilíbrio, num nível mais alto
que os outros. Porém o volante
chileno Maldonado, contundido,
poderá fazer muita falta.
Se o Corinthians ainda tivesse
Ricardinho e Dida, seria o principal favorito ao título. A equipe
continua com a mesma organização tática, eficiência e equilíbrio.
O problema é que ainda sofre
muitos gols.
Depois que assisti ao Juventude
perder para o Cruzeiro no Mineirão, tive a convicção de que a
equipe gaúcha estaria entre os oito primeiros. É um time bastante
organizado taticamente e que usa
muito bem o contra-ataque.
O São Caetano não agrada como nos tempos do Jair Picerni,
mas vence. É um time disciplinado taticamente e muito faltoso. Se
fizerem uma pesquisa entre os jogadores do campeonato para saber qual é a equipe mais chata de
se enfrentar, provavelmente ganharia o time do ABC.
Entre as equipes que lutam pela
classificação, Grêmio e Fluminense são as que mais cresceram nas
últimas rodadas. O Grêmio é time
de chegada.
Contra o Botafogo, o Fluminense melhorou muito após a entrada do Magno Alves. Ele fez novamente um belo e importante gol.
Como já escreveu Fernando Calazans, Magno Alves não dá bons
passes para o Romário porque
não quer, mas sim porque não sabe. Magno Alves tem suas limitações, porém é imprescindível à
equipe.
Renato Gaúcho deveria assistir
aos teipes do Corinthians para
aprender como se joga com dois
atacantes pelos lados e outro pelo
centro. Os velozes Deivid e Gil, recuam, marcam e aparecem rapidamente na frente. Magno Alves
e Roni podem fazer o mesmo.
Palmeiras e Botafogo farão o
clássico dos desesperados. É quase
certo que um grande clube ficará
entre os quatro últimos. Terá de
ser rebaixado.
Nos próximos anos, o Brasil viverá um tempo de mudanças, não
somente na política econômica e
social mas também no comportamento diário das pessoas. O clientelismo, o favorecimento dos mais
poderosos, o exibicionismo, o culto à imagem e o individualismo
cederão espaços para o conteúdo,
a simplicidade, a espontaneidade, a solidariedade, a transparência e a ética. Não haverá lugar para viradas de mesa.
Antes disso, já aproveitando a
nova onda, o Congresso deveria
aprovar a medida provisória de
moralização do esporte, que terá
de ser votada até o dia 15 de novembro. Será o início de grandes
mudanças também no futebol.
Felipão procura emprego
Felipão continua procurando
um bom emprego. Ele pretende
comandar um grande time ou,
melhor ainda, uma seleção de
ponta. O treinador evoluiu muito
na seleção brasileira, mudou alguns conceitos e hoje tem condições de realizar um bom trabalho
na Europa.
Os técnicos estrangeiros cometem erros mais graves que os brasileiros, como a frequente escalação de um jogador medíocre no
lugar de um excelente, só para satisfazer seus delírios e caprichos
táticos.
Na Copa-2002, a Itália repetiu a
postura de priorizar excessivamente a defesa e esperar por um
erro do adversário ou fazer um
gol de bola espirrada. É tática de
time medroso e pequeno.
O então técnico de Portugal,
Antônio Oliveira, em vez de dar
as melhores condições para que
seu principal atleta (Figo) jogasse
tudo o que sabe, acabou colocando o craque do time pelo meio, fora de sua posição.
No segundo tempo da partida
contra o Brasil, a seleção da Inglaterra, mesmo perdendo e
atuando com um jogador a mais,
não mudou o esquema tático. Só
treinaram de um jeito.
Coletivamente, a Argentina era
a melhor equipe do Mundial, porém o técnico Bielsa cometeu erros individuais ao trocar Verón
por Aimar, Crespo por Batistuta e
González por Claudio López.
Os técnicos brasileiros não são
nenhuma maravilha, mas estão,
no mínimo, no mesmo nível dos
outros. Todos são mais valorizados do que deveriam ser.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
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