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O SOBREVIVENTE
Artilheiro, que já operou coração, não dá entrevistas desde quarta
Washington cala após tragédia
SEBASTIÃO MONTALVÃO
FREE-LANCE PARA AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA
Alvo da imprensa após a morte do zagueiro Serginho, o atacante Washington, 29, do Atlético-PR, especializou-se em escapar do assédio de repórteres
desde a noite da última quarta.
Todas as atenções recaíram
sobre Washington porque o jogador já sofreu (e ainda faz exames periódicos) com problemas
cardíacos. A assessoria de imprensa do clube garantiu que ele
não dará entrevista sobre o assunto, pelo menos por ora.
Ontem, o atacante, que está
treinando em Goiânia com o
Atlético-PR (time que enfrenta
o Internacional, no estádio Serra Dourada), manteve o silêncio. Segundo a assessora de imprensa do clube paranaense, Tatiane Ribeiro, no momento do
drama no Morumbi todos os jogadores assistiam a Inter x Guarani e ficaram abatidos. Inclusive o artilheiro do Nacional.
O atacante chegou a ter o
prosseguimento de sua carreira
negado por médicos e ostenta
três stents no coração, estruturas metálicas colocadas por
meio de intervenção cirúrgica
que desobstrui os vasos sangüíneos e não permite que eles voltem a se entupir.
Em 2002, quando atuava na
Turquia, Washington se submeteu à primeira cirurgia, mas
meses depois tinha a mesma artéria (e outras duas) obstruída
novamente. Já no Brasil e com
um acerto de atuar pelo Atlético-PR assim que se recuperasse,
sofreu nova cirurgia e voltou a
jogar em fevereiro deste ano.
Na quarta-feira, o jogador deu
entrevistas após o treino, horas
antes da morte do zagueiro Serginho. Ele afirmou ter superado
o trauma e disse não temer a
morte súbita em campo fazendo
o que mais gosta, jogar futebol.
Na sua estréia pelo Atlético-PR, o clube montou uma megaoperação para cercar o jogador de cuidados durante o jogo.
O cardiologista de Washington, Constantino Constantini, e
mais dois médicos do time estavam munidos de um desfibrilador. O clube ainda colocou em
campo um especialista em processos de entubação disfarçado
de repórter, à beira do campo.
Tudo sem o conhecimento de
Washington, para não apavorar
o atleta. "Foi engraçado porque
fiquei sabendo quando li uma
reportagem. Eu não sabia. Mas
isso mostra que eles estavam
preocupados e precavidos", disse, antes da morte de Serginho.
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