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Brasileiro faz rodada do contragosto
DA REPORTAGEM LOCAL
Falta de vontade. Essa é a frase
que caracteriza a 39ª rodada do
Campeonato Brasileiro.
A morte do zagueiro Serginho
fez com que atletas de São Paulo,
Palmeiras e o técnico Tite, do Corinthians, se manifestassem a favor do cancelamento dos jogos da
Série A neste fim de semana.
"A gente vai jogar pela obrigação. Não haverá prazer nenhum
de estar em campo", declarou o
volante palmeirense Magrão, que
atuou com o zagueiro no São Caetano. "A força que vou usar para
jogar é a lembrança dele [Serginho], de um cara que queria estar
sempre em campo", completou o
atleta, que interrompeu a entrevista coletiva chorando.
No São Paulo, o discurso também foi contra a realização das
partidas. Para o técnico Emerson
Leão, "faltou bom senso à CBF".
"A rodada deveria ser cancelada pelo nosso estado emocional",
afirmou César Sampaio, que ao
ver Serginho caído no gramado
do Morumbi diz ter se lembrado
do episódio com Ronaldo antes
do final da Copa-98. "Achei que o
Ronaldo ia morrer."
No Corinthians, apenas Tite,
que comandou o São Caetano,
mostrou-se a favor do cancelamento dos jogos. "Não deveria
haver rodada, mas sim reflexão."
Outros, como o vice de futebol
Antonio Roque Citadini, defenderam a realização. "A continuação é a melhor coisa para esquecer o que houve", disse.
Opinião semelhante tem o técnico santista Vanderlei Luxemburgo: "Não há como parar a rodada. Estamos todos tristes, mas
sentimento é algo que deve estar
dentro de cada coração".
No Rio, o Fluminense anunciou
que vai jogar de luto. A diretoria
decidiu homenagear Serginho
depois de saber que o atleta era
torcedor do time.
Virgílio Elísio, diretor do departamento técnico da CBF, disse
que a realização da rodada -exceto o jogo São Caetano x Paraná- foi decidida após análise feita pela entidade. "O São Caetano
só não está jogando pelo absoluto
respeito à morte de um atleta."
A CBF determinou um minuto
de silêncio antes dos jogos das Séries A, B e C.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)
Colaboraram a Sucursal do Rio
e a Agência Folha
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