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No Brasil, basquete vê estreia do antidoping
NBB será o primeiro torneio nacional
da modalidade com exames regulares
Falta de verba é a principal justificativa dos dirigentes para os testes não terem sido realizados em outros campeonatos brasileiros
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre as principais novidades da segunda edição do Novo
Basquete Brasil (NBB) -campeonato organizado pela liga
nacional de clubes- está a realização de exames antidoping.
Esta será a primeira vez que
uma competição nacional contará com este tipo de teste. Até
agora, apenas alguns torneios
regionais adotaram a medida.
A apresentação do NBB, que
faz a rodada de abertura no domingo, será hoje, em São Paulo
"É extremamente importante o antidoping e mostra o profissionalismo e a transparência
do NBB", afirmou o presidente
da Liga Nacional de Basquete
(LNB), Kouros Monadjemi.
De acordo com o dirigente, os
testes não serão realizados em
todas as partidas. Mas a intenção é intensificar o número de
exames durante a temporada e
nas próximas edições.
"Em cada rodada serão sorteados jogadores. Seria muito
difícil fazer [o exame] em 278
partidas porque custa muito dinheiro", completou o dirigente.
O custo é apontado como um
dos motivos para os testes não
terem sido impostos na primeira edição do campeonato.
Segundo o médico Eduardo
De Rose, da área de controle de
doping do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e membro da
Wada (Agência Mundial Antidoping), cada exame no Brasil
custa R$ 530 - isso sem o teste
de EPO (eritropoietina), com
valor adicional de R$ 500.
"Agora, estamos com um
pouco mais de recursos e por isso fica possível fazer os exames.
Mas não tenho a menor ideia
do motivo de os outros campeonatos não terem exame",
disse Kouros, sendo que a liga
conta com dois patrocinadores
e uma milionária parceria com
uma emissora de televisão.
Com início na segunda semana de novembro, o campeonato
feminino da modalidade, que é
organizado pela Confederação
Brasileira de Basquete (CBB),
tem os testes previstos em seu
regulamento. Nas últimas edições, porém, os exames não foram realizados.
"Se está previsto vamos fazer, mas ainda não está definido qual o sistema e as partidas.
Nas últimas edições era outra
gestão [a CBB era dirigida por
Gerasime Grego Bozikis]", disse a ex-jogadora Hortência, diretora do departamento feminino da entidade.
Alguns torneios regionais
tentaram aplicar o antidoping.
O Paulista de 2008 e os Jogos
Abertos do Interior de 2005 fizeram os exames.
"Nos Jogos Abertos, as equipes [Franca e Assis] chegaram a
tirar cinco ou até seis jogadores
do torneio. Por que será? Estavam apavorados. É claro que
quando fizermos mais exames
vai aparecer muita coisa, mas
depois a tendência será melhorar", disse Antonio Chakmati,
presidente da Federação Paulista de Basquete (FPB).
Os clubes também consideraram positiva a introdução do
antidoping no torneio.
"O esporte precisa ser limpo.
É importante [o exame] até para estar dentro dos padrões internacionais", disse Hélio Rubens, técnico de Franca.
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