São Paulo, sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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No Brasil, basquete vê estreia do antidoping

NBB será o primeiro torneio nacional da modalidade com exames regulares

Falta de verba é a principal justificativa dos dirigentes para os testes não terem sido realizados em outros campeonatos brasileiros

JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre as principais novidades da segunda edição do Novo Basquete Brasil (NBB) -campeonato organizado pela liga nacional de clubes- está a realização de exames antidoping.
Esta será a primeira vez que uma competição nacional contará com este tipo de teste. Até agora, apenas alguns torneios regionais adotaram a medida.
A apresentação do NBB, que faz a rodada de abertura no domingo, será hoje, em São Paulo
"É extremamente importante o antidoping e mostra o profissionalismo e a transparência do NBB", afirmou o presidente da Liga Nacional de Basquete (LNB), Kouros Monadjemi.
De acordo com o dirigente, os testes não serão realizados em todas as partidas. Mas a intenção é intensificar o número de exames durante a temporada e nas próximas edições.
"Em cada rodada serão sorteados jogadores. Seria muito difícil fazer [o exame] em 278 partidas porque custa muito dinheiro", completou o dirigente.
O custo é apontado como um dos motivos para os testes não terem sido impostos na primeira edição do campeonato.
Segundo o médico Eduardo De Rose, da área de controle de doping do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e membro da Wada (Agência Mundial Antidoping), cada exame no Brasil custa R$ 530 - isso sem o teste de EPO (eritropoietina), com valor adicional de R$ 500.
"Agora, estamos com um pouco mais de recursos e por isso fica possível fazer os exames. Mas não tenho a menor ideia do motivo de os outros campeonatos não terem exame", disse Kouros, sendo que a liga conta com dois patrocinadores e uma milionária parceria com uma emissora de televisão.
Com início na segunda semana de novembro, o campeonato feminino da modalidade, que é organizado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB), tem os testes previstos em seu regulamento. Nas últimas edições, porém, os exames não foram realizados.
"Se está previsto vamos fazer, mas ainda não está definido qual o sistema e as partidas. Nas últimas edições era outra gestão [a CBB era dirigida por Gerasime Grego Bozikis]", disse a ex-jogadora Hortência, diretora do departamento feminino da entidade.
Alguns torneios regionais tentaram aplicar o antidoping. O Paulista de 2008 e os Jogos Abertos do Interior de 2005 fizeram os exames.
"Nos Jogos Abertos, as equipes [Franca e Assis] chegaram a tirar cinco ou até seis jogadores do torneio. Por que será? Estavam apavorados. É claro que quando fizermos mais exames vai aparecer muita coisa, mas depois a tendência será melhorar", disse Antonio Chakmati, presidente da Federação Paulista de Basquete (FPB).
Os clubes também consideraram positiva a introdução do antidoping no torneio.
"O esporte precisa ser limpo. É importante [o exame] até para estar dentro dos padrões internacionais", disse Hélio Rubens, técnico de Franca.


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