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Bruno acerta estreia na F-1 em 2010
Sem levar patrocínio pessoal, piloto brasileiro assinou contrato no último domingo com a também estreante Campos
Indefinição sobre o futuro companheiro do sobrinho de Ayrton Senna atrasa anúncio oficial, que deve ocorrer nos próximos dias
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de passar perto neste
ano, Bruno Senna acertou com
a Campos para fazer sua estreia
na F-1 na temporada que vem.
Segundo a Folha apurou, o
contrato foi assinado no último
domingo à noite, durante uma
breve viagem do piloto à Espanha -ele já voltou para o Brasil, mas retorna à Europa no final da semana que vem para fazer uma visita à fábrica do time, nas cercanias de Valencia.
Pelo acordo, Bruno, 26, sobrinho do tricampeão Ayrton
Senna, não teve de levar nenhum patrocinador pessoal.
Foi justamente por isso que a
assinatura só aconteceu no último fim de semana. Acertado
verbalmente com o brasileiro
desde o verão europeu, Adrián
Campos, proprietário do time,
precisou correr atrás de dinheiro para tirar a equipe do
papel e não depender apenas
de patrocínios de seus pilotos.
A confirmação oficial do
acerto com a Campos deve
acontecer na próxima semana,
depois do encerramento do
Mundial de F-1, com o GP de
Abu Dhabi, neste domingo.
Mas ainda pode ser postergado.
O motivo é que Campos ainda não conseguiu fechar com o
futuro companheiro de Bruno.
Sua intenção é ficar com Pedro de la Rosa, atual piloto de
testes da McLaren. Além de espanhol, conta o fato de ele ter
bastante experiência, o que seria fundamental para o desenvolvimento do time estreante.
O piloto, que tem dez anos de
F-1 no currículo e 71 GPs disputados, já assinou pré-contrato com Campos, mas o problema é que Bernie Ecclestone,
detentor dos direitos comerciais da categoria, pressiona o
dono do time para que ele contrate Nelsinho Piquet, demitido da Renault no meio do ano e
que envolveu-se no escândalo
do acidente proposital no GP
de Cingapura de 2008.
Além de ser amigo de Nelson
Piquet, pai do piloto brasileiro,
Ecclestone acredita que comercialmente seria muito bom
-para a F-1 e, consequentemente, para ele- um Senna e
um Piquet dividindo a mesma
equipe na temporada que vem.
Desde que Bruno passou a levar o automobilismo a sério,
em 2004 e começou a frequentar os paddocks da F-1, sua chegada à principal categoria do
esporte sempre pareceu apenas uma questão de tempo
-quando pequeno, Bruno andava de kart, mas com a morte
do tio, no GP de San Marino-94, ficou oito anos sem correr.
Após o vice-campeonato da
GP2 no ano passado, o piloto
foi convidado para testar com a
Honda no fim de novembro.
Perto de acertar com o time,
viu seu sonho ficar mais distante com o anúncio de que a montadora japonesa não continuaria mais na categoria em 2009.
Esperando por uma definição quanto ao futuro da Honda
e sem negociar com outras
equipes, acabou ficando sem
vaga na F-1 depois que o time
foi comprado em março por
Ross Brawn, que manteve Jenson Button e Rubens Barrichello como dupla de pilotos -o
inglês e a Brawn GP foram
campeões na última corrida da
categoria, em Interlagos.
Sem opção nos monopostos
para esta temporada, Bruno
passou o ano correndo em provas da Le Mans Series -das
três que disputou, completou
duas em terceiro lugar.
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