São Paulo, sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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Bruno acerta estreia na F-1 em 2010

Sem levar patrocínio pessoal, piloto brasileiro assinou contrato no último domingo com a também estreante Campos

Indefinição sobre o futuro companheiro do sobrinho de Ayrton Senna atrasa anúncio oficial, que deve ocorrer nos próximos dias

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de passar perto neste ano, Bruno Senna acertou com a Campos para fazer sua estreia na F-1 na temporada que vem.
Segundo a Folha apurou, o contrato foi assinado no último domingo à noite, durante uma breve viagem do piloto à Espanha -ele já voltou para o Brasil, mas retorna à Europa no final da semana que vem para fazer uma visita à fábrica do time, nas cercanias de Valencia.
Pelo acordo, Bruno, 26, sobrinho do tricampeão Ayrton Senna, não teve de levar nenhum patrocinador pessoal.
Foi justamente por isso que a assinatura só aconteceu no último fim de semana. Acertado verbalmente com o brasileiro desde o verão europeu, Adrián Campos, proprietário do time, precisou correr atrás de dinheiro para tirar a equipe do papel e não depender apenas de patrocínios de seus pilotos.
A confirmação oficial do acerto com a Campos deve acontecer na próxima semana, depois do encerramento do Mundial de F-1, com o GP de Abu Dhabi, neste domingo. Mas ainda pode ser postergado.
O motivo é que Campos ainda não conseguiu fechar com o futuro companheiro de Bruno.
Sua intenção é ficar com Pedro de la Rosa, atual piloto de testes da McLaren. Além de espanhol, conta o fato de ele ter bastante experiência, o que seria fundamental para o desenvolvimento do time estreante.
O piloto, que tem dez anos de F-1 no currículo e 71 GPs disputados, já assinou pré-contrato com Campos, mas o problema é que Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da categoria, pressiona o dono do time para que ele contrate Nelsinho Piquet, demitido da Renault no meio do ano e que envolveu-se no escândalo do acidente proposital no GP de Cingapura de 2008.
Além de ser amigo de Nelson Piquet, pai do piloto brasileiro, Ecclestone acredita que comercialmente seria muito bom -para a F-1 e, consequentemente, para ele- um Senna e um Piquet dividindo a mesma equipe na temporada que vem.
Desde que Bruno passou a levar o automobilismo a sério, em 2004 e começou a frequentar os paddocks da F-1, sua chegada à principal categoria do esporte sempre pareceu apenas uma questão de tempo -quando pequeno, Bruno andava de kart, mas com a morte do tio, no GP de San Marino-94, ficou oito anos sem correr.
Após o vice-campeonato da GP2 no ano passado, o piloto foi convidado para testar com a Honda no fim de novembro. Perto de acertar com o time, viu seu sonho ficar mais distante com o anúncio de que a montadora japonesa não continuaria mais na categoria em 2009.
Esperando por uma definição quanto ao futuro da Honda e sem negociar com outras equipes, acabou ficando sem vaga na F-1 depois que o time foi comprado em março por Ross Brawn, que manteve Jenson Button e Rubens Barrichello como dupla de pilotos -o inglês e a Brawn GP foram campeões na última corrida da categoria, em Interlagos.
Sem opção nos monopostos para esta temporada, Bruno passou o ano correndo em provas da Le Mans Series -das três que disputou, completou duas em terceiro lugar.


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