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F-1
Irvine, companheiro de Schumacher, diz que Hakkinen precisará tomar cuidado se quiser ultrapassá-lo no Japão
Escudeiros podem intervir na decisão
MARCIO AITH
enviado especial a Suzuka
O irlandês Eddie Irvine e o escocês David Coulthard começam na
madrugada de amanhã a decidir o
Mundial de F-1, em Suzuka.
Não a seu favor, mas de seus
companheiros de equipe, respectivamente o alemão Michael Schumacher, da Ferrari, e o finlandês
Mika Hakkinen, da McLaren.
Às 2h (horário de Brasília) acontece o treino que define o grid de
largada para o GP do Japão. A prova, na madrugada de sábado para
domingo, começa também às 2h.
Ontem, Irvine e Coulthard monopolizaram as atenções em Suzuka, nos momentos que antecederam os primeiros treinos livres.
Eles não têm mais chances de levar o título, mas mostraram que a
definição do campeonato está tanto em suas mãos como nas de Hakkinen e Schumacher.
Hakkinen está quatro pontos à
frente do alemão e garante seu primeiro título mundial se chegar em
segundo lugar no GP japonês.
Schumacher não tem muita escolha. Mesmo com um eventual
abandono de Hakkinen, o alemão
só leva o título se chegar pelo menos em segundo.
A pontuação deixa o alemão em
situação complicada. Ao contrário
do que fez em anos anteriores,
quando chegou às decisões em
vantagem no campeonato, agora
não pode arriscar. Um abandono o
privaria do título.
A missão de risco pode ficar a
cargo de seu companheiro, Irvine.
"Se Mika tentar me ultrapassar,
ele terá de tomar mais cuidado do
que quando ultrapassa outra pessoa, pois eu não tenho nada a perder. Eu posso arriscar um pouco
mais", alertou ontem o irlandês.
Irvine disse que fará tudo o que
estiver ao seu alcance para ajudar
Schumacher, mas que seu esforço
tem um limite: "Se os McLaren estiverem um segundo mais rápidos
que as Ferrari a cada volta e largarem na primeira fila, não há muito
o que fazer a respeito."
Segundo o jornal inglês "The
Sun", a Ferrari teria oferecido ao
piloto um bônus de US$ 1,7 milhão
caso ele consiga "ajudar Schumacher a ser campeão".
Rumor semelhante, sobre Coulthard, circulava ontem em Suzuka.
A McLaren estaria disposta a pagar
US$ 1 milhão ao escocês por um
serviço que favoreça Hakkinen.
Assim como Irvine, Coulthard
deixou implícito que pode intervir
na decisão do Mundial.
"Eu não estou aqui para quebrar
as regras ou para bater em alguém
propositalmente, mas definir se
você tirou alguém da pista será
sempre uma questão de opinião",
afirmou o escocês.
No GP da Bélgica, em agosto passado, Schumacher saiu da corrida
depois de bater na traseira da
McLaren de Coulthard, que, na
chuva, reduziu a velocidade.
²
Superioridade
Segundo unanimidade entre os
pilotos da F-1, a McLaren é tecnicamente melhor que a Ferrari de
Schumacher e, se não houver contratempo, Hakkinen tem grandes
chances de garantir o título.
No entanto a Ferrari dedicou
mais tempo nas últimas semanas
em testes de chassi e pneu.
Como resultado, espera-se, a
corrida japonesa pode ter uma disputa mais acirrada do que o resto
do campeonato. "O tempo corre
contra nós", disse Hakkinen. "A
tendência é de os outros carros ficarem mais competitivos."
Outra variável é a meteorologia.
Schumacher é considerado imbatível no molhado. E as previsões
indicam chance de chuva no GP.
"Agora, é hora de parar de falar e
começar a provar algumas coisas",
disse Schumacher.
²
NA TV - Treino oficial para o GP
do Japão, Globo, ao vivo, às 2h
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