São Paulo, sexta, 30 de outubro de 1998

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F-1
Irvine, companheiro de Schumacher, diz que Hakkinen precisará tomar cuidado se quiser ultrapassá-lo no Japão
Escudeiros podem intervir na decisão

MARCIO AITH
enviado especial a Suzuka

O irlandês Eddie Irvine e o escocês David Coulthard começam na madrugada de amanhã a decidir o Mundial de F-1, em Suzuka.
Não a seu favor, mas de seus companheiros de equipe, respectivamente o alemão Michael Schumacher, da Ferrari, e o finlandês Mika Hakkinen, da McLaren.
Às 2h (horário de Brasília) acontece o treino que define o grid de largada para o GP do Japão. A prova, na madrugada de sábado para domingo, começa também às 2h.
Ontem, Irvine e Coulthard monopolizaram as atenções em Suzuka, nos momentos que antecederam os primeiros treinos livres.
Eles não têm mais chances de levar o título, mas mostraram que a definição do campeonato está tanto em suas mãos como nas de Hakkinen e Schumacher.
Hakkinen está quatro pontos à frente do alemão e garante seu primeiro título mundial se chegar em segundo lugar no GP japonês.
Schumacher não tem muita escolha. Mesmo com um eventual abandono de Hakkinen, o alemão só leva o título se chegar pelo menos em segundo.
A pontuação deixa o alemão em situação complicada. Ao contrário do que fez em anos anteriores, quando chegou às decisões em vantagem no campeonato, agora não pode arriscar. Um abandono o privaria do título.
A missão de risco pode ficar a cargo de seu companheiro, Irvine.
"Se Mika tentar me ultrapassar, ele terá de tomar mais cuidado do que quando ultrapassa outra pessoa, pois eu não tenho nada a perder. Eu posso arriscar um pouco mais", alertou ontem o irlandês.
Irvine disse que fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar Schumacher, mas que seu esforço tem um limite: "Se os McLaren estiverem um segundo mais rápidos que as Ferrari a cada volta e largarem na primeira fila, não há muito o que fazer a respeito."
Segundo o jornal inglês "The Sun", a Ferrari teria oferecido ao piloto um bônus de US$ 1,7 milhão caso ele consiga "ajudar Schumacher a ser campeão".
Rumor semelhante, sobre Coulthard, circulava ontem em Suzuka. A McLaren estaria disposta a pagar US$ 1 milhão ao escocês por um serviço que favoreça Hakkinen.
Assim como Irvine, Coulthard deixou implícito que pode intervir na decisão do Mundial.
"Eu não estou aqui para quebrar as regras ou para bater em alguém propositalmente, mas definir se você tirou alguém da pista será sempre uma questão de opinião", afirmou o escocês.
No GP da Bélgica, em agosto passado, Schumacher saiu da corrida depois de bater na traseira da McLaren de Coulthard, que, na chuva, reduziu a velocidade.
² Superioridade
Segundo unanimidade entre os pilotos da F-1, a McLaren é tecnicamente melhor que a Ferrari de Schumacher e, se não houver contratempo, Hakkinen tem grandes chances de garantir o título.
No entanto a Ferrari dedicou mais tempo nas últimas semanas em testes de chassi e pneu.
Como resultado, espera-se, a corrida japonesa pode ter uma disputa mais acirrada do que o resto do campeonato. "O tempo corre contra nós", disse Hakkinen. "A tendência é de os outros carros ficarem mais competitivos."
Outra variável é a meteorologia. Schumacher é considerado imbatível no molhado. E as previsões indicam chance de chuva no GP.
"Agora, é hora de parar de falar e começar a provar algumas coisas", disse Schumacher.
²


NA TV - Treino oficial para o GP do Japão, Globo, ao vivo, às 2h





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