São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

alta tensão

Com briga e reservas, Brasil avança

Ricardinho discute com Gustavo e Escadinha no jogo em que o banco ganhou a vaga nas semifinais do Mundial de vôlei

Brasileiros afirmam que o levantador, com broncas, estava atrapalhando a equipe, que pegará Sérvia e Montenegro no sábado


DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção conquistou a vaga nas semifinais do Mundial. Mas não agüentou a pressão. Agora, para tentar buscar o bicampeonato no Japão, terá de superar a pane da equipe e o clima tenso entre seus principais líderes.
O jogo contra a Bulgária estava no segundo set. Vitorioso na primeira parcial, o Brasil perdia por 16 a 12. Tempo técnico. Ricardinho cobrou os companheiros de forma ríspida e deu início à discussão com Gustavo e Escadinha. Bernardinho interveio e, em seguida, mandou o titular para o banco. Marcelinho entrou em sua vaga.
Começava ali a reação da equipe, que mais tarde venceria a partida por 3 sets a 1 (25/22, 20/25, 25/22 e 25/16) com a ajuda de outros três reservas: Anderson, Murilo e Rodrigão.
Começava também um delicado capítulo a ser superado pela equipe às vésperas da semifinal contra Sérvia e Montenegro, no sábado, à 1h30.
"Às vezes, as pessoas podem errar na forma de cobrar, mas não se pode duvidar da intenção", afirmou Bernardinho.
Ricardinho, no entanto, ficou magoado. Ao fim do jogo, ele teve de ser chamado pelos colegas para o tradicional cumprimento no meio da quadra. "Estou chateado porque foi uma cobrança que sempre fiz.
Eles reclamaram de que, em vez de ajudar, eu estava atrapalhando. Isso me magoou bastante", disse o levantador.
"Acredito que eles estavam nervosos pelo que estava acontecendo, pelo desempenho deles em algumas situações."
A discussão ocorreu em um momento complicado do jogo. A Bulgária escalou só dois titulares e surpreendeu. Após um primeiro set tenso, os brasileiros sofreram pane. Nada funcionava, o time estava apático e, para piorar, o saque dos rivais era cada vez mais forçado.
"Foi a chance de termos um descanso porque jogamos oito jogos duros. Hoje [ontem] não era tão importante", esnobou o búlgaro Konstantinov. De fato, a vitória só era vital para os brasileiros. A Bulgária já estava classificada para as semifinais, e a definição da outra chave só sairia cinco horas depois, do duelo entre Sérvia e Montenegro e Polônia.
Para a seleção, no entanto, um revés poderia pôr fim à caminhada rumo ao bi, retomada apenas no terceiro set. André Nascimento, Ricardinho e Dante foram substituídos. Mais tarde, Rodrigão entraria na vaga de Gustavo, machucado. E o time deslanchou. Mas foram os erros da Bulgária que deram a vitória ao Brasil. Foram 38 pontos cedidos, contra 27 dos brasileiros. "Alguns jogadores atuaram bem e saíram com sentimento de satisfação, como Marcelinho, Rodrigão e Murilo, mas o time não ficou feliz. Não jogamos bem, talvez pela tensão de ter de vencer", avaliou Bernardinho.
No sábado, o time terá de vencer de novo para manter vivo o sonho do bi mundial.


Com LELLO LOPES, do UOL, em Hiroshima

BRASIL - André Heller (7), Giba (22), André Nascimento (4), Gustavo (1), Ricardinho, Dante (4), Escadinha; Marcelinho (3), Murilo (6), Anderson (5), Rodrigão (5); BULGÁRIA - Tsvetanov (6), Yordanov (19), Zarev (2), Gaydarski (10), Alexsiev (11), Konstantinov (6), Salparov; Nikolov, Kaziyski (4), Zhekov, Peev


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.