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alta tensão
Com briga e reservas, Brasil avança
Ricardinho discute com Gustavo e Escadinha no jogo em que o banco ganhou a vaga nas semifinais do Mundial de vôlei
Brasileiros afirmam que o levantador, com broncas, estava atrapalhando a equipe, que pegará Sérvia e Montenegro no sábado
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção conquistou a vaga
nas semifinais do Mundial. Mas
não agüentou a pressão. Agora,
para tentar buscar o bicampeonato no Japão, terá de superar a
pane da equipe e o clima tenso
entre seus principais líderes.
O jogo contra a Bulgária estava no segundo set. Vitorioso na
primeira parcial, o Brasil perdia por 16 a 12. Tempo técnico.
Ricardinho cobrou os companheiros de forma ríspida e
deu início à discussão com Gustavo e Escadinha. Bernardinho
interveio e, em seguida, mandou o titular para o banco. Marcelinho entrou em sua vaga.
Começava ali a reação da
equipe, que mais tarde venceria
a partida por 3 sets a 1 (25/22,
20/25, 25/22 e 25/16) com a
ajuda de outros três reservas:
Anderson, Murilo e Rodrigão.
Começava também um delicado capítulo a ser superado
pela equipe às vésperas da semifinal contra Sérvia e Montenegro, no sábado, à 1h30.
"Às vezes, as pessoas podem
errar na forma de cobrar, mas
não se pode duvidar da intenção", afirmou Bernardinho.
Ricardinho, no entanto, ficou
magoado. Ao fim do jogo, ele teve de ser chamado pelos colegas para o tradicional cumprimento no meio da quadra.
"Estou chateado porque foi
uma cobrança que sempre fiz.
Eles reclamaram de que, em
vez de ajudar, eu estava atrapalhando. Isso me magoou bastante", disse o levantador.
"Acredito que eles estavam
nervosos pelo que estava acontecendo, pelo desempenho deles em algumas situações."
A discussão ocorreu em um
momento complicado do jogo.
A Bulgária escalou só dois titulares e surpreendeu. Após
um primeiro set tenso, os brasileiros sofreram pane. Nada
funcionava, o time estava apático e, para piorar, o saque dos rivais era cada vez mais forçado.
"Foi a chance de termos um
descanso porque jogamos oito
jogos duros. Hoje [ontem] não
era tão importante", esnobou o
búlgaro Konstantinov.
De fato, a vitória só era vital
para os brasileiros. A Bulgária
já estava classificada para as semifinais, e a definição da outra
chave só sairia cinco horas depois, do duelo entre Sérvia e
Montenegro e Polônia.
Para a seleção, no entanto,
um revés poderia pôr fim à caminhada rumo ao bi, retomada
apenas no terceiro set.
André Nascimento, Ricardinho e Dante foram substituídos. Mais tarde, Rodrigão entraria na vaga de Gustavo, machucado. E o time deslanchou.
Mas foram os erros da Bulgária que deram a vitória ao Brasil. Foram 38 pontos cedidos,
contra 27 dos brasileiros. "Alguns jogadores atuaram bem e
saíram com sentimento de satisfação, como Marcelinho, Rodrigão e Murilo, mas o time não
ficou feliz. Não jogamos bem,
talvez pela tensão de ter de vencer", avaliou Bernardinho.
No sábado, o time terá de
vencer de novo para manter vivo o sonho do bi mundial.
Com LELLO LOPES, do UOL, em Hiroshima
BRASIL - André Heller (7), Giba (22), André Nascimento (4), Gustavo (1), Ricardinho, Dante (4),
Escadinha; Marcelinho (3), Murilo (6), Anderson
(5), Rodrigão (5); BULGÁRIA - Tsvetanov (6),
Yordanov (19), Zarev (2), Gaydarski (10), Alexsiev (11), Konstantinov (6), Salparov; Nikolov, Kaziyski (4), Zhekov, Peev
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