São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2001

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CPI da Câmara adia depoimento de Eurico

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI da CBF/Nike, instalada na Câmara, resolveu adiar de hoje para amanhã o depoimento do deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), presidente do Vasco e um dos vice-presidentes da comissão.
Miranda será questionado sobre um cheque de US$ 110 mil que ele admitiu, em entrevista à Folha, ter sido trocado no mercado paralelo. A CPI do Futebol, aberta no Senado, não encontrou em contas bancárias do Vasco registro da entrada do dinheiro.
Segundo Sílvio Torres (PSDB-SP), relator da CPI da CBF/Nike, o adiamento do depoimento ocorreu porque a comissão precisava antes fazer uma reunião administrativa na qual serão votados novos requerimentos e feitos relatos de subcomissões da CPI -entre elas, uma que esteve no São Januário, no Rio, investigando os incidentes do jogo entre o Vasco e o São Caetano, realizado no dia 30 de dezembro.
O presidente do Vasco já prestou depoimento na CPI da Câmara, no início de janeiro, para explicar os incidentes da final da Copa João Havelange.
Na ocasião, atacou a Globo, que teria o interesse de interromper a partida para não atrapalhar o resto da sua programação.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da CPI do Futebol, preparou ontem material para encaminhar ao corregedor-geral da Câmara, Severino Cavalcanti (PPB-PE), sobre declarações ofensivas feitas por Miranda sobre integrantes da comissão.
Cavalcanti prepara um parecer sobre uma representação na qual a CPI do Futebol acusa Miranda de falta de decoro parlamentar por causa das declarações. Em depoimento ao corregedor, o deputado vascaíno afirmou que Dias o teria ofendido primeiro, em uma entrevista publicada no dia 21 de outubro de 2000.
As declarações mais fortes do dirigente vascaíno foram dadas no dia 25 de outubro.
Dias afirmou ontem que a primeira ofensa de Miranda foi feita no dia 15 de outubro, em uma entrevista à rádio CBN. "Eu só respondi", disse o senador.
O corregedor-geral já ouviu o depoimento de Miranda.


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