São Paulo, quinta-feira, 31 de janeiro de 2002

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FUTEBOL

Torneio continental encerra hoje 1ª fase com média de gols muito mais baixa do que outras competições de seleções

África mergulha em "depressão ofensiva"

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O que já era uma ameaça em 2000 virou agora uma realidade.
O famoso estilo alegre e ofensivo do futebol africano deixou de existir para dar lugar a um jogo de muita marcação e poucos gols.
Isso se constata na edição 2002 da Copa da África, principal torneio de seleções do continente e que hoje, no Mali, sede do evento, encerra sua primeira fase.
Nos 22 jogos já disputados, mais de dois terços do total do campeonato, a rede balançou apenas 32 vezes, o que significa a modesta média de 1,45 gol por partida.
Nenhum outro torneio continental teve nas últimas edições realizadas artilharia tão baixa.
A Copa América-2001, por exemplo, registrou média de 2,54 gols por jogo. A Eurocopa-2000 atingiu a marca de 2,71, enquanto a última Copa da Ásia acabou com 2,96 gols por partida.
Nas eliminatórias para a Copa-2002, a África já havia sido a região com a menor média de gols.
O resultado mais frustrante do futebol também é uma marca da Copa da África-2002. Até agora, sete partidas já terminaram empatadas em 0 a 0. Na edição passada, foram apenas quatro partidas sem a abertura da contagem.
A queda no número de gols na África começou na edição de 2000 do torneio continental, disputada na Nigéria e em Gana.
Naquele ano, a Copa da África já havia tido a média mais baixa entre as competições continentais, mas a marca era melhor do que a atual -2,28 gols por jogo.
A seca de gols africana acontece mesmo com a presença esmagadora dos astros da região que atuam na Europa e da participação das cinco seleções do continente que vão disputar a Copa do Mundo do Japão e da Coréia do Sul -África do Sul, Camarões, Nigéria, Senegal e Tunísia.
Os nigerianos, por exemplo, contam com Taribo West, Okocha e Kanu. Apesar desses jogadores, a equipe marcou apenas duas vezes em três jogos.
Para piorar, o torneio marcou a despedida das competições africanas de um dos principais atacantes da história do futebol da região. Na derrota de seu país para a Nigéria, o liberiano George Weah, 35, único africano eleito como melhor jogador do mundo pela Fifa, anunciou que não vai mais jogar por sua seleção para ficar mais tempo com a família.
"Você tem que dar chances aos mais jovens", afirmou o ex-astro do Milan, que marcou apenas um gol na competição.
Dois dos quatro confrontos das quartas-de-final da Copa da África já estão definidos.
No próximo domingo, Nigéria desafia Gana, enquanto a África do Sul pega Mali. Camarões e Congo também já estão classificados e esperam a definição do Grupo 4 para conhecerem seus próximos adversários no torneio.


Com agências internacionais

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