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FUTEBOL
Torneio continental encerra hoje 1ª fase com média de gols muito mais baixa do que outras competições de seleções
África mergulha em "depressão ofensiva"
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O que já era uma ameaça em
2000 virou agora uma realidade.
O famoso estilo alegre e ofensivo do futebol africano deixou de
existir para dar lugar a um jogo de
muita marcação e poucos gols.
Isso se constata na edição 2002
da Copa da África, principal torneio de seleções do continente e
que hoje, no Mali, sede do evento,
encerra sua primeira fase.
Nos 22 jogos já disputados, mais
de dois terços do total do campeonato, a rede balançou apenas 32
vezes, o que significa a modesta
média de 1,45 gol por partida.
Nenhum outro torneio continental teve nas últimas edições
realizadas artilharia tão baixa.
A Copa América-2001, por
exemplo, registrou média de 2,54
gols por jogo. A Eurocopa-2000
atingiu a marca de 2,71, enquanto
a última Copa da Ásia acabou
com 2,96 gols por partida.
Nas eliminatórias para a Copa-2002, a África já havia sido a região com a menor média de gols.
O resultado mais frustrante do
futebol também é uma marca da
Copa da África-2002. Até agora,
sete partidas já terminaram empatadas em 0 a 0. Na edição passada, foram apenas quatro partidas
sem a abertura da contagem.
A queda no número de gols na
África começou na edição de 2000
do torneio continental, disputada
na Nigéria e em Gana.
Naquele ano, a Copa da África já
havia tido a média mais baixa entre as competições continentais,
mas a marca era melhor do que a
atual -2,28 gols por jogo.
A seca de gols africana acontece
mesmo com a presença esmagadora dos astros da região que
atuam na Europa e da participação das cinco seleções do continente que vão disputar a Copa do
Mundo do Japão e da Coréia do
Sul -África do Sul, Camarões,
Nigéria, Senegal e Tunísia.
Os nigerianos, por exemplo,
contam com Taribo West, Okocha e Kanu. Apesar desses jogadores, a equipe marcou apenas
duas vezes em três jogos.
Para piorar, o torneio marcou a
despedida das competições africanas de um dos principais atacantes da história do futebol da
região. Na derrota de seu país para a Nigéria, o liberiano George
Weah, 35, único africano eleito
como melhor jogador do mundo
pela Fifa, anunciou que não vai
mais jogar por sua seleção para ficar mais tempo com a família.
"Você tem que dar chances aos
mais jovens", afirmou o ex-astro
do Milan, que marcou apenas um
gol na competição.
Dois dos quatro confrontos das
quartas-de-final da Copa da África já estão definidos.
No próximo domingo, Nigéria
desafia Gana, enquanto a África
do Sul pega Mali. Camarões e
Congo também já estão classificados e esperam a definição do Grupo 4 para conhecerem seus próximos adversários no torneio.
Com agências internacionais
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