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São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

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FUTEBOL

Na contramão do Brasileiro, dirigentes estudam fazer um Nacional no país europeu com grupos e uma decisão

Itália cogita aposentar pontos corridos

MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL

No ano em que a principal competição brasileira será pela primeira vez disputada em turno e returno com pontos corridos, a Itália cogita abandonar a tradicional fórmula, adotar uma que contemple uma final e ainda inchar a divisão de elite. A causa declarada é a crise que aflige o futebol mais rico do mundo.
Em reunião ontem em Milão com dirigentes da Liga Italiana e dos clubes das Séries A e B, foi admitida a hipótese de um torneio com 40 clubes, em dois grupos de 20, e o título saindo de uma final com os vencedores das chaves.
"Há um clima propositivo [para o debate] e alguns projetos que serão estudados melhor. A idéia de dois grupos [e uma final] está em estudo. Os presidentes [dos clubes] estão todos de acordo, e uma eventual mudança [na fórmula" poderá ser adotada já na próxima temporada, porque estamos em crise", disse o vice-presidente da Liga, Antonio Matarrese.
Para a nova fórmula entrar em vigor, ela terá de ser aprovada pela maioria dos clubes das Séries A e B, em assembléia, e referendada pela Federação Italiana de Futebol. Esta anunciou, após o encontro da Liga, que a reforma dos torneios nacionais estará na pauta de sua próxima reunião, no dia 14.
Segundo os dirigentes da Liga, um Italiano com mais clubes elevaria o número de agremiações com direito às verbas dos contratos de TV. Dessa forma, afirmam, equipes menores poderiam se equilibrar financeiramente.
Desde a temporada 1988/89 a primeira divisão tem 18 clubes.
A última vez em que o Italiano não foi disputado em turno e returno com pontos corridos foi no primeiro torneio pós-Segunda Guerra Mundial, em 1945/46. Na ocasião, 25 clubes foram divididos em duas ligas, a do Norte e a do Centro/Sul. Os quatro primeiros de cada chave avançaram à um octogonal final, disputado em dois turnos. O campeão foi o time que somou mais pontos na fase.
Segundo Galliani, também está sendo estudada a diminuição do número de clubes rebaixados ao fim de cada temporada. Assim, a Itália, neste caso, repete o que está acontecendo com o Brasileiro. Para a edição de 2003, está prevista a queda de dois clubes, contra quatro em 2002.
Na Itália, desde 1988/89 quatro clubes são rebaixados para a segunda divisão. Na temporada anterior, 1987/88, apenas dois clubes caíram, mas porque o número de times na elite subiu de 16 para 18.

Crise
No ano passado, a demora no acerto entre alguns clubes e a televisão para a transmissão dos jogos, devido à discussão dos valores pagos, causou o adiamento do início da atual temporada em duas semanas. Sem esse dinheiro, clubes pequenos afirmaram, à época, que não tinham condições de participar do campeonato.
Mesmo alguns dos clubes grandes enfrentam dificuldades. A Fiorentina, duas vezes campeã nacional, foi impedida pela federação italiana de disputar a segunda divisão porque não apresentou as condições financeiras exigidas. Outros oito clubes, entre eles Roma e Lazio, também tiveram que apresentar detalhes de sua situação financeira para garantir participação nas Séries A e B.


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