|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Na contramão do Brasileiro, dirigentes estudam fazer um Nacional no país europeu com grupos e uma decisão
Itália cogita aposentar pontos corridos
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano em que a principal competição brasileira será pela primeira vez disputada em turno e
returno com pontos corridos, a
Itália cogita abandonar a tradicional fórmula, adotar uma que contemple uma final e ainda inchar a
divisão de elite. A causa declarada
é a crise que aflige o futebol mais
rico do mundo.
Em reunião ontem em Milão
com dirigentes da Liga Italiana e
dos clubes das Séries A e B, foi admitida a hipótese de um torneio
com 40 clubes, em dois grupos de
20, e o título saindo de uma final
com os vencedores das chaves.
"Há um clima propositivo [para
o debate] e alguns projetos que serão estudados melhor. A idéia de
dois grupos [e uma final] está em
estudo. Os presidentes [dos clubes] estão todos de acordo, e uma
eventual mudança [na fórmula"
poderá ser adotada já na próxima
temporada, porque estamos em
crise", disse o vice-presidente da
Liga, Antonio Matarrese.
Para a nova fórmula entrar em
vigor, ela terá de ser aprovada pela maioria dos clubes das Séries A
e B, em assembléia, e referendada
pela Federação Italiana de Futebol. Esta anunciou, após o encontro da Liga, que a reforma dos torneios nacionais estará na pauta de
sua próxima reunião, no dia 14.
Segundo os dirigentes da Liga,
um Italiano com mais clubes elevaria o número de agremiações
com direito às verbas dos contratos de TV. Dessa forma, afirmam,
equipes menores poderiam se
equilibrar financeiramente.
Desde a temporada 1988/89 a
primeira divisão tem 18 clubes.
A última vez em que o Italiano
não foi disputado em turno e returno com pontos corridos foi no
primeiro torneio pós-Segunda
Guerra Mundial, em 1945/46. Na
ocasião, 25 clubes foram divididos em duas ligas, a do Norte e a
do Centro/Sul. Os quatro primeiros de cada chave avançaram à
um octogonal final, disputado em
dois turnos. O campeão foi o time
que somou mais pontos na fase.
Segundo Galliani, também está
sendo estudada a diminuição do
número de clubes rebaixados ao
fim de cada temporada. Assim, a
Itália, neste caso, repete o que está
acontecendo com o Brasileiro. Para a edição de 2003, está prevista a
queda de dois clubes, contra quatro em 2002.
Na Itália, desde 1988/89 quatro
clubes são rebaixados para a segunda divisão. Na temporada anterior, 1987/88, apenas dois clubes
caíram, mas porque o número de
times na elite subiu de 16 para 18.
Crise
No ano passado, a demora no
acerto entre alguns clubes e a televisão para a transmissão dos jogos, devido à discussão dos valores pagos, causou o adiamento do
início da atual temporada em
duas semanas. Sem esse dinheiro,
clubes pequenos afirmaram, à
época, que não tinham condições
de participar do campeonato.
Mesmo alguns dos clubes grandes enfrentam dificuldades. A
Fiorentina, duas vezes campeã
nacional, foi impedida pela federação italiana de disputar a segunda divisão porque não apresentou
as condições financeiras exigidas.
Outros oito clubes, entre eles Roma e Lazio, também tiveram que
apresentar detalhes de sua situação financeira para garantir participação nas Séries A e B.
Texto Anterior: Time contrata mais dois e fecha ciclo Próximo Texto: Times europeus vetam realização de um segundo Mundial de Clubes Índice
|