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Pelo cheiro de brilhantina, é hoje
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
Pelo cheiro da brilhantina,
não passa de hoje: se o Corinthians levar outra biaba, agora
diante do Flamengo, baixa a
crise no Parque, ah, se baixa. E
dificilmente o técnico iniciante
Oswaldo de Oliveira escapará à
pressão anunciada desde sua
escolha para substituir Luxemburgo.
Tava na cara, gente -até o
Corinthians engrenar de novo,
levaria tempo. Ainda mais sem
poder contar com três dos quatro esteios do campeão nacional: Gamarra, Rincón e Edílson (o quarto foi Vampeta, pois
Marcelinho, no Brasileiro, não
passou de ilustre coadjuvante).
Um técnico de renome, como
Luxemburgo, Felipão e cia., por
certo, atravessa com certa tranquilidade uma fase dessas. Mas
um novato e logo no Corinthians? Só mesmo se a diretoria
estiver muito segura do valor
de seu técnico. Mas, pergunto,
será que está?
É bem verdade que, embora
derrotada, diante do tricolor,
no meio de semana, a equipe
melhorou sensivelmente em relação ao vexame de domingo
passado, quando levou de meia
dúzia do Botafogo.
Mas o diabo é que pega pela
proa, hoje, um Flamengo sedento de vitória, sobretudo por
ter jogado bem tanto contra o
tricolor, na derrota, quanto
contra o Botafogo, no vertiginoso empate em 4 a 4.
Fico imaginando Romário,
ali, na área... Chiii...
É hora de invocar São Jorge.
O São Paulo está todo prosa
com suas quatro vitórias no
ano, líder de seu grupo e cousa
e lousa e maripousa, mas não
está com essa bola toda, não.
Está, sem dúvida, mais organizado e confiante do que no
sombrio segundo semestre passado. Mas carece ainda de inteligência e ritmo em seu meio-campo para assumir ares de favorito. Ali, no setor nobre de
qualquer equipe, sobra dedicação e falta competência.
Ué, mas e o Jorginho? Jorginho foi um dos quatro maiores
laterais-direitos da história
moderna de nosso futebol. Está
lá na galeria dos imortais, entre Carlos Alberto Torres, Djalma Santos e Leandro.
Como segundo volante, numa
formação 4-4-2, revezando-se
com o lateral, quebra um galho
com classe e discernimento.
Mas, como meia-armador,
nem que a vaca tussa.
E, se o amigo engatilhou o nome de Souza para me contraditar, vou logo informando que o
canhoto de muitas prendas está mesmo é fazendo um papel
de meia-ponta, pela esquerda,
e só frequenta o meio-campo
para ir buscar uma bolinha
aqui, outra lá. Quem está fazendo a ligação com o ataque é
Marcelinho, mais veloz, um
tanto habilidoso e muito dedicado, porém é de imaginação
limitada.
Assim, segue esse São Paulo
vivendo quase que exclusivamente das arrancadas devastadoras de Sérginho. Como sempre.
Já o Botafogo, pelo que se viu
nos dois primeiros jogos, tem
nesse setor aquele que seria um
dos mais perfeitos jogadores de
nossa história caso tivesse um
pingo de juízo: esse múltiplo
Válber, capaz de atuar em sete
posições do time com a mesma
desenvoltura e classe.
Mas, como diz o povo, Deus
dá, Deus tira.
Quem teria de chiar com as
contas da CBF bate palmas e
pede bis.
Alberto Helena Jr. escreve aos domingos, às segundas e às quartas-feiras
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