RODRIGO BUENO
Para se adequar a uma tentativa de padronização da Fifa, a Liga Paraguaia de Futebol mudou de nome para Associação Paraguaia de Futebol.
A entidade que comanda o futebol mundial "convidou" os paraguaios a trocarem de nome, supostamente porque Liga seria uma forma diminutiva de federação, de caráter mais regional.
No planeta, existem basicamente federações e associações nacionais. O Brasil é exceção.
Até agora nenhuma medida parecida foi tomada com relação à CBF, que, apesar de ser uma federação de futebol nacional, leva nome de confederação.
Obviamente a CBF tem como se defender no caso de ser convidada a trocar de nome, uma vez que congrega várias federações estaduais, o que a diferencia de outras federações nacionais.
Mas Blatter tem procurado tanto por novidades -nesta semana o alvo foi o ranking da Fifa- que não é difícil imaginar um "convite" formal à CBF.
Não só porque João Havelange não está mais no poder da Fifa, mas também porque a ligação da entidade que rege o futebol brasileiro com suas federações estaduais é por vezes dúbia.
Prova disso é o caso do Vitoriense, uma equipe que, por razões econômicas, desfiliou-se da Federação Gaúcha de Futebol e agora vai se tornar o primeiro time brasileiro a atuar em um campeonato de outro país. A equipe irá atuar na Liga de Chuy, que é tido como o "Campeonato Uruguaio do Norte".
Para isso, o Vitoriense terá que seguir as leis uruguaias, atuar como mandante no país vizinho e ser comandado por dirigentes uruguaios. A CBF, nesse caso, simplesmente "lavou as mãos".
A iniciativa, porém, pode estimular, por exemplo, o Cáceres a desfiliar-se da Federação Matogrossense de Futebol e jogar um campeonato no Paraguai.
Ricardo Teixeira estará defendendo o nome Ronaldinho como "melhor jogador do mundo" em Barcelona amanhã, mas pode defender também a sigla CBF.



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