|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Organização, que fala em prejuízo neste ano, busca parceiros para etapa nacional da F-1 a partir de 2005
Sem garantia, Brasil renova GP até 2009
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo confirmou, na tarde de ontem, a renovação do contrato para a realização do GP Brasil de F-1 pelos
próximos cinco anos, conforme a
Folha havia antecipado ontem.
A renovação acontece mesmo
sem haver garantia financeira para a realização das etapas. O novo
contrato entra em efeito a partir
de 4 de dezembro de 2004.
Os organizadores já trabalham
com a possibilidade de haver prejuízo na corrida deste ano, cuja
realização está garantida. O GP
será disputado em 24 de outubro.
""Quando renovamos o contrato
pelos próximos cinco anos, a partir de 2005, ficou combinado com
cada uma das partes interessadas,
Globo, prefeitura, International
Promotion e F1 Management, que
elas trabalhariam para encontrar
meios de viabilizar economicamente os GPs", explicou Tamas
Rohonyi, promotor da etapa.
A Globo, que arca com boa parte dos custos de produção do
evento, estaria querendo transferir essas despesas para a prefeitura ou até para o governo federal.
De acordo com a emissora, a
participação estatal já acontece
em outras partes do mundo. O retorno para o governo seria com o
turismo, os negócios e a visibilidade internacional. As TVs ficariam apenas com a responsabilidade de transmitir a corrida.
A prefeitura concorda com a visão da Globo, mas busca investimento do governo federal, já que
teria dificuldade em canalizar
mais recursos para o GP. Atualmente, já gasta R$ 24 milhões com
a etapa brasileira da F-1.
Com esse problema adicional,
Rohonyi reconhece que não sabe
ainda de onde virão os recursos
necessários para realizar as corridas a partir do ano que vem.
""Não há como saber como a situação do país vai estar em um
ano ou um ano e meio. É difícil
definir esse tipo de coisa. Aliás, o
que estava atravancando a renovação do contrato eram justamente os detalhes financeiros.
Mas todos estão passando pela
mesma situação", disse.
Por causa desse problema, a
previsão é que a etapa deste ano
fique longe de dar lucro.
""Vamos ver o tamanho do rombo e dividi-lo. Nosso medo vem
da política cambial. Espero que
esse problema que não aconteça
neste ano", afirmou o promotor.
Segundo a Secretaria Municipal
de Esporte, houve um acordo entre a prefeitura e os promotores
da F-1 visando reduções de custos
do município com o evento.
Em 2003, a cidade enfrentou
problemas na Justiça para justificar a etapa nacional da categoria.
Houve uma liminar, movida pela Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo, que questionava o contrato da prefeitura com
a F-1 e seu retorno para a cidade.
Por isso, a secretária municipal
de Esporte, Nádia Campeão, negociou o novo contrato amparada
por um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
O documento da Fipe, intitulado ""Avaliação do Impacto Econômico do GP Brasil de F-1", contém dados que comprovam os ganhos que a cidade, o Estado e o
país têm com a realização da F-1.
De acordo com o documento,
cada R$ 1 investido no evento
atrai outros R$ 2,6 ao Brasil. Assim, os R$ 24 milhões gastos pela
prefeitura a cada ano promoveriam a vinda de R$ 62,4 milhões.
"Trazer a F-1 para São Paulo
tem vários objetivos, como os de
promover a cidade internacionalmente, gerar empregos, movimentar a economia local e oferecer uma outra opção de lazer para
os torcedores que acompanham a
categoria", afirmou Campeão.
Texto Anterior: Natação: Thorpe tenta vaga olímpica nos 100 m livre Próximo Texto: Petrobras acerta para construir arquibancada Índice
|