São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2004

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AUTOMOBILISMO

Organização, que fala em prejuízo neste ano, busca parceiros para etapa nacional da F-1 a partir de 2005

Sem garantia, Brasil renova GP até 2009

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo confirmou, na tarde de ontem, a renovação do contrato para a realização do GP Brasil de F-1 pelos próximos cinco anos, conforme a Folha havia antecipado ontem.
A renovação acontece mesmo sem haver garantia financeira para a realização das etapas. O novo contrato entra em efeito a partir de 4 de dezembro de 2004.
Os organizadores já trabalham com a possibilidade de haver prejuízo na corrida deste ano, cuja realização está garantida. O GP será disputado em 24 de outubro.
""Quando renovamos o contrato pelos próximos cinco anos, a partir de 2005, ficou combinado com cada uma das partes interessadas, Globo, prefeitura, International Promotion e F1 Management, que elas trabalhariam para encontrar meios de viabilizar economicamente os GPs", explicou Tamas Rohonyi, promotor da etapa.
A Globo, que arca com boa parte dos custos de produção do evento, estaria querendo transferir essas despesas para a prefeitura ou até para o governo federal.
De acordo com a emissora, a participação estatal já acontece em outras partes do mundo. O retorno para o governo seria com o turismo, os negócios e a visibilidade internacional. As TVs ficariam apenas com a responsabilidade de transmitir a corrida.
A prefeitura concorda com a visão da Globo, mas busca investimento do governo federal, já que teria dificuldade em canalizar mais recursos para o GP. Atualmente, já gasta R$ 24 milhões com a etapa brasileira da F-1.
Com esse problema adicional, Rohonyi reconhece que não sabe ainda de onde virão os recursos necessários para realizar as corridas a partir do ano que vem.
""Não há como saber como a situação do país vai estar em um ano ou um ano e meio. É difícil definir esse tipo de coisa. Aliás, o que estava atravancando a renovação do contrato eram justamente os detalhes financeiros. Mas todos estão passando pela mesma situação", disse.
Por causa desse problema, a previsão é que a etapa deste ano fique longe de dar lucro.
""Vamos ver o tamanho do rombo e dividi-lo. Nosso medo vem da política cambial. Espero que esse problema que não aconteça neste ano", afirmou o promotor.
Segundo a Secretaria Municipal de Esporte, houve um acordo entre a prefeitura e os promotores da F-1 visando reduções de custos do município com o evento.
Em 2003, a cidade enfrentou problemas na Justiça para justificar a etapa nacional da categoria.
Houve uma liminar, movida pela Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo, que questionava o contrato da prefeitura com a F-1 e seu retorno para a cidade.
Por isso, a secretária municipal de Esporte, Nádia Campeão, negociou o novo contrato amparada por um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
O documento da Fipe, intitulado ""Avaliação do Impacto Econômico do GP Brasil de F-1", contém dados que comprovam os ganhos que a cidade, o Estado e o país têm com a realização da F-1.
De acordo com o documento, cada R$ 1 investido no evento atrai outros R$ 2,6 ao Brasil. Assim, os R$ 24 milhões gastos pela prefeitura a cada ano promoveriam a vinda de R$ 62,4 milhões.
"Trazer a F-1 para São Paulo tem vários objetivos, como os de promover a cidade internacionalmente, gerar empregos, movimentar a economia local e oferecer uma outra opção de lazer para os torcedores que acompanham a categoria", afirmou Campeão.


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