São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TABAGISMO

Entidade veta o produto nos jogos da Copa, que começa no dia de combate ao fumo

Fifa inclui treinadores na proibição ao cigarro

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA

É proibido fumar.
Na primeira Copa do Mundo oficialmente contra o tabagismo, a Fifa decidiu não poupar nem os treinadores de cada seleção.
A entidade que rege o futebol, que marcou o início do Mundial para o Dia Internacional Contra o Tabagismo, enviou comunicado aos 34 técnicos (dois times possuem comando duplo) alertando para a proibição de fumar nos jogos da Copa do Mundo.
"A Fifa escreveu para todos os técnicos que estarão em ação no Mundial apelando para que eles não fumem durante os jogos do torneio", disse Keith Cooper, diretor de comunicação da entidade que comanda o futebol mundial.
Os organizadores da Copa do Mundo do Japão e da Coréia do Sul já haviam definido que seria proibido fumar nos estádios.
A Fifa, no entanto, ainda não havia tomado até então nenhuma providência com relação às pessoas ligadas a cada seleção.
"Na realidade, nós sabemos que são poucos os treinadores que fumam", afirmou Cooper.
"Em 1998, tivemos uma cooperação, pois, quando o quarto árbitro pedia aos técnicos para não fumar, eles geralmente aceitavam. Mas agora, além de a proibição ser uma regra da Fifa, há uma lei que proíbe fumar nos estádios", completou o dirigente.
A Fifa teme que sua campanha contra o tabagismo, que pode contar com a participação, durante a Copa do Mundo, de alguns jogadores famosos, perca credibilidade se as televisões mostrarem os técnicos e também alguns de seus dirigentes fumando.
O francês Michel Platini, um ex-jogador bem conhecido e agora membro do Comitê Executivo da Fifa, já foi visto fumando em encontros da entidade.
A publicidade de fabricantes de cigarro tem sido brecada pela Fifa há 16 anos. A entidade já acertou a exposição de mensagens antitabagistas antes, durante e depois das partidas do Mundial.
Na Copa passada, disputada na França, um técnico em especial aparecia sempre fumando: o argentino Daniel Passarella.
O ex-treinador da Argentina pode aparecer nas tribunas agora, assim como outros ex-jogadores que ficaram associados ao cigarro, como o holandês Cruyff.
A proibição ao cigarro nos estádios da Copa do Mundo neste ano já gerou algumas polêmicas.
Uma famosa fabricante de cigarros sul-coreana chegou a explorar a imagem da competição e de alguns jogadores.
As bebidas alcoólicas, porém, não sofreram veto. Ao contrário, cervejas serão vendidas até mesmo nos estádios -e durante as partidas do Mundial. A norte-americana Budweiser é uma das principais parceiras do evento.
Houve apenas uma precaução: limitar a venda de bebidas alcoólicas para não "favorecer" a ação dos hooligans, os torcedores violentos, uma das principais preocupações da segurança tanto de Japão quanto de Coréia do Sul.
Especialmente na partida entre Inglaterra e Argentina, pelo Grupo F da primeira fase, na sexta-feira da semana que vem, haverá um controle maior sobre a venda de bebidas alcoólicas para os torcedores que estiverem no estádio de Sapporo, no Japão.



Texto Anterior: Bola Rasteira - Grupo A/ Amanhã: Uruguai retorna ao Mundial após duas Copas e tenta se vingar de Dinamarca
Próximo Texto: Memória: Restrições a tabaco começaram na Copa do México, em 1986
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.