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GRUPO C/ ONTEM
Gilson Nunes é reconhecido por dirigente em treino do primeiro rival na Copa
Espião do Brasil cria saia justa com turcos
DOS ENVIADOS A ULSAN
A presença de Gilson Nunes,
observador da seleção brasileira,
no treino da Turquia provocou
ontem um incidente "diplomático" e deu início à guerra de nervos
entre as duas seleções, que vão se
enfrentar na segunda, em Ulsan.
Nunes, um dos espiões de Luiz
Felipe Scolari, foi ao treino dos
turcos para assistir, de perto, aos
principais jogadores adversários.
De acordo com o dirigente turco Can Cobanoglu, a atitude do
espião brasileiro pode resultar
numa queixa formal por "atentado ao jogo limpo". Logo após entrar no centro de treinamento da
Turquia em Ulsan, Nunes, que
tem uma credencial oficial da seleção brasileira, foi identificado e
interpelado por Cobanoglu.
Inicialmente, ele tentou enganar os turcos. Nunes chegou a dizer que era um jornalista brasileiro, mas não teve sucesso.
"Sei quem você é, mas somente
jornalistas credenciados têm autorização para acompanhar o
treinamento", disse Cobanoglu.
"Você quer que eu vá embora?",
replicou o espião brasileiro, que
conseguiu autorização para assistir ao treino. Para tanto respondeu afirmativamente com um
aceno de cabeça que permitiria
que o técnico da Turquia assistisse ao treino de hoje do Brasil.
Mais tarde, Cobanoglu criticou
a atitude da comissão técnica brasileira. "Eles pensam que somos
tolos. A poucos dias do jogo, resolvem vir assistir ao treino."
"Se Scolari quiser, ele também
poderá vir assistir a nosso treino.
Todos estão com medo de nós,
mas eles têm razão", acrescentou
Cobanoglu. Anteontem, jornalistas estrangeiros, incluindo alguns
turcos, foram expulsos de um
treino tático da seleção brasileira
por ordem de Scolari.
"Defendemos o jogo limpo. O
Brasil crê que os jornalistas turcos
sejam espiões, mas envia os seus a
nossos treinos. Essa atitude é vergonhosa e merece punição da Fifa", declarou Cobanoglu.
A representante da Fifa no local,
Lee Dong-ah, declarou que faria
um relatório sobre o incidente.
Mais tarde, Nunes afirmou que
queria apenas assistir ao treinamento da seleção turca porque
gosta de futebol. "Não sou um espião. Só vim para ver futebol, gosto de ver. Não preciso espionar a
Turquia porque recebo fitas dos
treinos deles todos os dias."
Logo após chegar ao hotel da
delegação brasileira, Nunes tentou minimizar a saia justa. ""Não
houve nada demais. Fui muito
bem tratado lá", afirmou.
Para tentar amenizar a situação,
o administrador de seleções,
Américo Faria, disse que jornalistas turcos assistiram ao treino tático. Faria fez questão de fotografar um cinegrafista turco . ""Eles tiveram total liberdade, como se
fossem da imprensa brasileira.
Não vai ser por isso que não vamos ganhar a Copa", disse Faria.
A Turquia pretende surpreender o Brasil com um esquema de
jogo que se baseia na força de três
de seus principais jogadores: o
atacante Hakan Sukur (do Parma), o meia-atacante Hasan Sas
(do Galatasaray) e o meia Yildiray
Basturk (do Bayer Leverkusen).
Com agências internacionais
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