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Atletas vivem no amadorismo
DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO
Esporte não é profissão, não
rende dinheiro e não garante um
futuro de regalias. É com essa
perspectiva amadora que os atletas de esportes pouco conhecidos
no Brasil tocam suas vidas.
Entre os 16 representantes do
país na esgrima, por exemplo,
quem não trabalha já está a caminho de achar uma profissão. Existem arquitetos, professores de
educação física e administradores. Os mais jovens vão prestar
vestibular. E, se a carga horária da
faculdade for muito exaustiva, o
esporte ficará em segundo plano.
"Essa é a principal diferença entre o que existe no Brasil e na Europa. Lá os grandes atletas aparecem", conta o técnico russo
Guennadi Ivanovitsh, que treina
os brasileiros há dois anos.
São raros os esgrimistas que
têm patrocínios para continuar
na modalidade. Athos Schwantes
integra esse seleto grupo. Seu pai,
Ronaldo, ganhou um bronze no
Pan-75 e ensinou o filho manusear o sabre, o florete e a espada.
Mais: deu ao garoto o nome de
um protagonista da obra "Os Três
Mosqueteiros". "A esgrima está
na veia. Além de patrocínio, tenho apoio dos meus pais. Quando
não der mais para ser atleta, vou
ensinar", diz Schwantes.
No boliche, a atuação de Walter
Costa em Seul-1988 teve um sabor
agridoce. Se obteve uma posição
razoável -sexto lugar entre 12
participantes-, perdeu o emprego por ter de se ausentar do país.
Já a caçula da equipe de boliche,
Luiza Rocha, 17, negocia bolsa em
uma faculdade dos EUA justamente por causa do esporte. Mas
anuncia: "A carreira profissional
é mais importante".
(EO, GR E JCA)
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